As informações que permitiram à Polícia Federal prender ontem o banqueiro Daniel Dantas, do banco Opportunity, poderiam ter vindo à tona há três anos, durante a CPIs dos Correios e do Mensalão. Em 2005,a base do governo revidou aos ataques da oposição, investigando o banqueiro e possíveis ligações com integrantes do governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), à época das privatizações das teles. Naquela ocasião a senadora Ideli Salvatti (PT-SC) disse a Daniel Dantas na CPI: “O senhor é diabólico”. “Se 10% do que dizem a seu respeito for verdade, o senhor já deveria estar preso”. Muitos dos pecados atribuídos a Dantas foram até impressos num dossiê apócrifo que era livremente distribuído aos parlamentares na véspera do depoimento. O cenário era de guerra, mas, ao fim e ao cabo, o banqueiro recebeu tratamento ameno dos parlamentares da oposição. Ele entrou tenso na CPI e saiu exausto, mas sentindo-se vitorioso.
Nas duas comissões, os governistas aprovaram um requerimento para ter acesso ao disco rígido de um computador do Opportunity, apreendido pela PF. O disco rígido é o mesmo que alimentou as investigações da PF que levaram, agora, à Operação Satiagraha.
Aprovado o requerimento, Dantas recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para manter as informações sob sigilo. Dois dias depois a ministra Ellen Gracie concedeu liminar, vetando o acesso da CPI aos dados. A ministra pediu à CPI as justificativas para o pedido de quebra do sigilo.
A CPI respondeu três semanas depois, mas Ellen não se convenceu da relação de Dantas com o empresário Marcos Valério, mesmo com a comprovação de pagamentos vultosos de empresas controladas pelo banqueiro para as agências de publicidade de Valério. Em uma última decisão, ela manteve o sigilo.
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