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quarta-feira, 2 de julho de 2008

Defesa do etanol brasileiro com sotaque francês


O francês Emmanuel Desplechin tem um trabalho . O ex-secretário geral da Associação de Etanol Industrial (de origem sintética) da Europa é, desde abril, representante para a União Européia da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) do Brasil. Seu objetivo é promover os interesses da indústria sucro-alcooleira, que sofre forte protecionismo comercial no bloco. Agora, a prioridade de sua agenda é tentar mudar o que não agrada ao setor no projeto de lei de biocombustíveis da UE, convencendo representantes do bloco no Parlamento, no Conselho da UE e na Comissão Européia de que o etanol brasileiro é uma alternativa sustentável e, portanto, que a demanda deve ser incentivada.

Embora o discurso de Desplechin seja oposto ao do que o seu país de origem defende, o fato de ser e falar francês pode até ajudar, imagina ele, que ainda faz os últimos arranjos no recém-instalado escritório da Unica em Bruxelas. Ele já está acostumado à disputa entre França e Brasil. Tanto que questionado como é que foi escolhido para o cargo, vindo de onde vem, diz logo: "Sabia que você iria me perguntar isso."

O escritório em Bruxelas faz parte da estratégia da Unica de ter representações em lugares para onde há interesse em derrubar barreiras e exportar etanol, por isso, tem escritório em Washington (EUA) e pretende se instalar na Ásia. Para convencer os europeus uma das tarefas do executivo é explicar o que é o etanol de cana-de-açúcar é e como é produzido, que Desplechin já percebeu ser pouco conhecido por aqui. Ele, que está entre os 15 mil lobistas existentes em Bruxelas, diz que a melhor estratégia é estar na cidade onde o assunto está sendo debatido. "No parlamento, por exemplo, pode-se votar sobre um assunto de manhã e sobre outro à tarde.

Os parlamentares precisam receber informações". Mas estar em Bruxelas de forma permanente vale também para quem não tem como foco a UE, já que é comum legislações adotadas pelo bloco serem tomadas como modelo por outros países. O executivo chama a atenção para o fato de que o sistema de tomada de decisões da UE é complicado. "É preciso saber exatamente quem faz o quê em cada etapa. Do contrário, vai-se falar com o interlocutor errado"

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