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segunda-feira, 7 de julho de 2008

Arrependido ou oportunista?

Na foto, em campanha de 2006, junto com Jorge Bornhausen (DEMos/PFL), Alckmin, Aécio, Serra e Jereissati.


O candidato a prefeito do Rio de Janeiro pelo PMDB, Eduardo Paes, abriu sua campanha repetindo no carro de som que ele é "o único que tem apoio do presidente Lula e do governador Sergio Cabral (PMDB)".

A propaganda é bem enganosa, porque o presidente Lula tem 4 candidatos da base de apoio no Rio de Janeiro, e dos 4, Paes é o mais estranho e novato em termos de apoio ao presidente.

Nada contra quem admite que estava errado no passado. Mas os bons modos, inclusive políticos, recomendam pedir desculpas pelos erros, senão, em vez de arrependimento sincero, sobra só o oportunismo da falsidade.

Eduardo Paes ganhou projeção eleitoral no PFL (DEMos), pela mãos de César Maia, quando foi prefeito pela primeira vez. Ganhou de César o cargo de sub-prefeito da Barra da Tijuca, um bairro de elite, em 1993.

Fez oposição a tudo o que o presidente Lula representa, em todas as eleições, desde 1994 até 2006, inclusive com campanhas carregadas de preconceitos, que o presidente sempre foi vítima.

Depois, Paes virou tucano em 2003 (sem brigar César Maia), e foi um dos mais salientes algozes do governo Lula na CPI do Correios, chegando a cogitar o impeachment do Presidente Lula. Chegou a admitir em entrevista que só não pediram por falta de apoio popular.

Foi um tucano tão aplicado que chegou a ser secretário-geral do PSDB.

Há apenas dois anos atrás, em 2006, foi o candidato tucano a governador do RJ, apoiando Alckmin, e repetindo na TV, tal qual um papagaio, o bordão cínico tucano "de onde veio o dinheiro", replicando matérias fantasiosas de Veja, e tudo o que vimos de pior em matéria de jogo sujo e baixaria na campanha de 2006.

Surrado impiedosamente pelo eleitor já no primeiro turno, viu que aquele discurso fajuto não convencia ninguém, e aderiu convenientemente a Sérgio Cabral (PMDB) no segundo turno. Em 2007 bandeou-se para o PMDB e aderiu ao governo.

O PMDB faz parte da base de apoio ao governo Lula (apesar de, no RJ, ser dividido, e cobrar com cargos cada apoio que oferece), mas também fazem parte da base outros 3 candidatos à prefeito do Rio, de partidos com longo histórico de apoio, bem mais fiel.

O presidente Lula é estadista e não é de carregar mágoas, pelo contrário, é conciliador e olha muito mais para o presente e o futuro do que para o passado.

Mas o eleitor carioca tem o direito de saber se Eduardo Paes é confiável ou não passa de um demo-tucano vestido em pele de cordeiro, que pode bandear-se para o outro lado de novo.

Por isso, no mínimo, espera-se dele pedidos de desculpas ao eleitor de Lula que ele tanto atacou no passado recente, e declarações contundentes de arrependimento de tudo o que ele falou no passado.

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