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domingo, 29 de junho de 2008

Planalto temeu queda de Lula, diz assessor

Segundo Gilberto Carvalho, em 2005 impeachment era dado como iminente

O chefe-de-gabinete da Presidência, Gilberto Carvalho, admitiu, em entrevista à revista Veja desta semana, que o Palácio do Planalto chegou a ver como "iminente" o impeachment do Presidente Lula na época da crise do mensalão, em 2005. "Havia muita gente convicta de que o governo tinha acabado", afirmou.

Gil de Carvalho relatou a "famosa noite" em que os ex-ministros Antonio Palocci (Fazenda) e Márcio Thomaz Bastos (Justiça) sugeriram um acordo com a oposição. A idéia era evitar o acirramento da crise provocada pelas denúncias do esquema de pagamento de propina a parlamentares em troca de apoio. "Lula abriria mão da reeleição em troca do restante do mandato. Aquela noite foi muito difícil para todos nós."

Durante a entrevista, o chefe-de-gabinete afirmou que o lançamento do nome da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, para 2010 é uma "aposta séria", e reiterou que o presidente não pensa em um terceiro mandato. "Essa aposta na Dilma é séria, real. Já o terceiro mandato não existe. É lógico que é muito melhor ouvir 'Fica, Lula' do que 'Fora, Lula'."

O assessor do presidente negou irregularidades do governo em relação à Varig. "A regra aqui dentro era fazer de tudo para impedir que a Varig quebrasse", afirmou. Para ele, houve uma "mão forte" da ministra Dilma para que "tudo fosse feito de maneira acelerada", mas sem atropelar a lei. "Quem apostar que Dilma se mete em negociata vai quebrar a cara."

Sobre a questão ambiental, Carvalho destacou que o presidente "acha importante a preservação, mas, entre um cerradinho e a soja, ele é soja". O aumento de preços, disse o entrevistado, é hoje a maior preocupação de Lula. Segundo Carvalho, o presidente ficou irritado com um comentário recente do ministro Guido Mantega (Fazenda), de que não seria preciso ficar tão preocupado com a inflação, porque ela estaria restrita aos alimentos.

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