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segunda-feira, 16 de junho de 2008

Oposição abandona a charuteira


As investigações que a oposição prometia no Senado sobre a denúncia contra a ministra Dilma Rousseff, no processo de venda da Varig estão a um passo do fim. A oposição será decisiva para enterrar a acusação feita pela ex-diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) Denise Abreu. Sobretudo o PSDB.

Líderes do partido decidiram suspender a ofensiva sobre Dilma. Primeiro, porque uma ala tucana, comandada pelo senador Sérgio Guerra (PE), presidente do PSDB, convenceu os correligionários a substituírem a estratégia “denuncista” pela discussão de propostas de interesse da população. O discurso da oposição é de que eles preferem, agora, concentrar forças, por exemplo, na resistência à CSS. Se vencer a votação, o PSDB poderá alegar no palanque aos seus eleitores que contribuiu para a redução da carga tributária.


“Essa fórmula com CPI para cá, CPI para lá, envelheceu”, disse o tucano Sérgio Guerra na semana passada. O recuo dos tucanos também está relacionado com as eleições municipais. Deputados e senadores querem participar das campanhas em seus estados. Não estão dispostos a perder mais tempo com os trabalhos no Congresso. “Eu sinto que está na hora de se concentrar nas convenções. Eu não estou disposto a ficar em Brasília durante as eleições”, declara o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM).

Os outros protagonistas também não demonstram vontade de manter a novela no ar. Nenhum dos convidados para depor na Comissão de Infra-Estrutura do Senado, na próxima quarta-feira, confirmou presença até agora. A aposta geral é de que não compareçam à sessão. Fazem parte do grupo o advogado Roberto Teixeira, além dos três sócios brasileiros do fundo de investimento Matlin Patterson: Marco Antonio Audi, Luiz Eduardo Gallo e Marcos Haftel.

Em vez de CPI, insinuações

A não ser que seja descoberto um fato novo, o líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN), também descarta a possibilidade de uma CPI para investigar a venda da Varig. Segundo Zé Agripino, é preciso ouvir todos os personagens envolvidos no caso antes de tomar uma decisão nesse sentido.Para Agripino essa estratégia seria necessária para evitar que o governo acuse a oposição de só tentar atingir a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Seria uma precaução a fim de impedir que a “mãe do PAC” seja transformada em vítima diz o senador

O problema para a oposição é que, além dos ex-diretores da Anac Denise Abreu e Milton Zuanazzi, os tais personagens não estão dispostos a prestar depoimento no Senado. Como os convidados não são obrigados a comparecer à Comissão de Infra-Estrutura do Senado, restará a DEM e PSDB protestar. “Se eles não vierem, significará uma provocação. Será uma prova do esforço para não esclarecer os fatos”, diz Agripino. “Qual crime eles cometeram para ter esse desapreço todo pelo Senado?”, pergunta o líder do PSDB na Casa, Arthur Virgílio (AM).

Senadores do DEM apontam o dedo para colegas tucanos dizem que eles estariam muito bem atendidos por obras do PAC em seus redutos eleitorais, daí a indisposição para investigar. O presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE), é um dos que não querem CPI para apurar as denúncias de Denise Abreu

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