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sexta-feira, 6 de junho de 2008

MP Paulista do PSDB entra em ação


A Justiça paulista decidiu mandar cópias do processo da briga societária entre os sócios da VarigLog para a Procuradoria-Geral da República (PGR) investigar a participação da ministra-chefe da Casa Civil.

Em uma surpreendente decisão, o juiz da 17ª Vara Cível José Paulo Camargo Magano anunciou na final da tarde de ontem que enviará o processo da VarigLog para ser investigado pelo procurador-geral da República por envolver a Ministra Dilma Rousseff. A surpresa, neste caso está no comportamento do MP de São Paulo, pois juiz, não teve o mesmo empenho quando se trata do PSDB/Alstom. Uma investigação internacional apura a suspeita de um esquema de corrupção na empresa francesa Alstom, gigante corporação do ramo de infra-estrutura. De acordo com as investigações, funcionários da multinacional teriam pagado propina para a companhia vencer licitações no estado de São Paulo, comandado pelo PSDB desde os anos 1990.

Segundo o jornal norte-americano Wall Street Journal, que trouxe o assunto à tona, a Alstom teria liberado US$ 6,8 milhões, na forma de suborno, para obter um contrato de US$ 45 milhões com o Metrô de São Paulo. As investigações, porém, estão correndo em segredo de justiça e pouco se sabe sobre o caso até o momento no Brasil

O MP paulista pode ser cego quando se trata do partido PSDB. Mas enxerga, de acordo com seus interesses

A decisão na integra do Magano é a seguinte: "Num momento em que se sabe ser plano o mundo, possibilidade que adveio da incrementação da internet (buscadores) impossível deixar de desconhecer as entrevistas dadas pelos ex-diretores da Anac (Denise Abreu e Josef Barat), acerca de que a aprovação da operação (dispensa de elementos que, a princípio, permitiram aferir a regularidade da aquisição), dizendo sobre a intercessão da ministro Dilma Rousseff da Casa Civil, e da secretária administrativa da Casa Civil, Erenice Guerra, para que se concretizasse a aquisição, da qual, data vênia, derivou parcela da discussão do processo de dissolução e liquidação de sociedades. Como a situação caracteriza, a princípio, prática de ilícito penal envolvendo ministra do Estado, determino a remessa de todo o processo ao procurador-geral da República, especialmente das fls. 5.496/5.839 e 5.841/5.863, para providências que entender cabíveis, informando-o quanto a ofícios anteriores remetidos ao Ministério Público Federal e Superintendência da Polícia Federal."

Em entrevista na sede do Tribunal de Justiça, o juiz Magano confirmou a tese de que os sócios brasileiros são "laranjas", sem levar em conta as peças de defesa que estão no processo ainda em conclusão.

Ao acatar as denúncias de Denise Abreu o juiz coloca o foco da mídia sobre o processo que corre sob a sua responsabilidade e provoca uma apuração mais rigorosa sobre as denúncias contra a ministra Dilma Rousseff e as acusações que lhe foram feitas pela ex-diretora da Anac.

Interessante notar que, o Ministério Público do Estado de São Paulo , é totalmente cego quando o assunto é o escândalo PSDB/Alstom. Mas, enxergou longe quando o assunto passou a ser Dilma/governo federal. A justiça é cega, mas dependendo de quem esteja sendo acusado, ela enxerga

A justiça paulista merece um capítulo à parte, ao tentar entender a lógica confusa do juiz José Paulo Camargo Magano, que entre colapsos emocionais e estresse declarado, escreve decisões judiciais que precisam ser decifradas. O pior que, ao desprezar ouvir outros colegas, como fez solenemente com o Luiz Roberto Ayoub, da 1ª. Vara Empresarial do Rio e Fórum Universal para os assuntos da Varig em recuperação judicial, Magano construiu um processo cheio de idas e volta. Nomeou Rocha Lima, depois o afastou. Nomeou Lap Wai Chan e depois o afastou. Agora nomeou um argentino sem saber se o mesmo tem permissão para trabalho no Brasil e, o que é mais grave, deixando que o próprio fundo continuasse a manipular a gestão da companhia, contrariando o artigo 181 do Código Aeronáutico.

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