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quarta-feira, 4 de junho de 2008

Anfíbios de Everardo Maciel livraram a OAS de R$ 1 bilhão na Receita Federal

Isso a Folha de São Paulo "esqueceu" de contar, e já poderia ter feito desde 2003.

Os anfíbios já eram alvo da corregedoria da Receita Federal em 2003, e até a revista Época fez matéria em março daquele ano, mostrando sinais de enriquecimento ilícito, com imóveis de alto padrão em Brasília e Rio de Janeiro, além de um apartamento em Paris de Sandro Martins.

Em 24 de março de 2005, o procurador Luiz Francisco Fernandes de Souza, gravou um depoimento para o "PROJETO HISTÓRIA ORAL - MEMÓRIA DO MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL"

Já nesta época, três anos atrás, o procurador relata a atuação dos anfíbios de Everardo Maciel, no caso OAS:

"... O outro auto, que foi mais do que esse, era o auto da OAS que era a empresa ligada a Antônio Carlos [Magalhães], porque quando Antônio Carlos foi para o governo, aí o auto da OAS, você sabe com é que é que? Acabou com o auto da OAS.

Foi durante a gestão Itamar [ex-presidente Itamar Franco], quando o Itamar entrou em choque com o ACM, aí foi feito o auto da OAS de um bi.

Esse auto, no Governo do Fernando Henrique, virou cento e poucos mil reais. Assim, quase tudo acabou.

Por que? Porque a OAS contratou dois caras para fazer um parecerzinho de dez páginas. Eram os dois, a mão direita e a mão esquerda do Everardo Maciel. Eram chamados anfíbios: Paulo Baltazar e Sandro.

Aí olha como era o esquema da Receita: eles ficavam em altos cargos da Receita, de repente eles pediam uma licença sem vencimento e iam trabalhar paras empresas. Aí faziam as defesas e depois voltavam para lá. Ficavam, assim, navegando nas duas águas. Por isso que são anfíbios, né?

Era assim. Eles fizeram uma defesa da OAS que foi R$ 18 milhões. Uma defesa. R$ 18 milhões de reais. Uma peça dá umas 14 páginas, ou seja, cada página, mais de um milhão, né? Na época, a gente até se divertiu falando que se o Sheakspare, por exemplo, revivesse, nem ele, Sheakspare, escreveria um texto, assim, para uma página, um milhão. Porque não dá! Quer dizer, o que é que vai ter numa página que valha um milhão? Numa página! Não é um texto, uma peça. É uma página. É uma coisa que ..."

Obs: quem quiser ver a íntegra do depoimento do Dr. Luiz Francisco Fernandes de Souza no MPF, há aqui o documento em PDF (arquivo pequeno, de 314Kb), com 50 páginas (letras grandes).

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