A visita do Presidente Lula ao Haiti, não interessou à cobertura da imprensa brasiliera,mais preocupada em ajudar a oposição a criar "crises" para o governo, mas interessou o jornal americano "Miami Herald" de ontem. O jornal da Flórida deu longa reportagem sobre a presença "ansiosamente aguardada" em um país com problemas na política. Em editorial, elogiou o "bom trabalho" da missão de paz da ONU liderada pelo Brasil, em uma "oportunidade infelizmente desperdiçada pela classe política do Haiti para formar governo estável".
O Presidente Lula afirmou ontem, após reunião no Palácio Nacional em Porto Príncipe com o presidente haitiano René Préval, que o Brasil irá participar de projetos de infra-estrutura no país. De acordo com o Presidente, até 13 de agosto, data em que Préval deve visitar o Brasil, já terá sido feita uma análise por técnicos do governo brasileiro de todos os projetos do governo haitiano para a construção de barragens para uso em irrigação e geração de energia elétrica.
"Vamos então tornar concretos projetos que podem significar mudanças estruturantes no Haiti", afirmou. Segundo o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, o Brasil poderá financiar até a totalidade do custo de alguns projetos. "Não são projetos de alto custo em sua maioria e há instrumentos legais para isso, como o Proex e o BNDES. Também é possível realizar financiamentos parciais ou com outros países", disse. Sem rios perenes no país, a capacidade energética do Haiti é de 535 milhões de KWh, segundo dados de 2005.
Durante o encontro, foram assinados seis convênios. O Brasil se comprometeu a enviar financiamento e técnicos da Embrapa para montar uma estação experimental e um banco de sementes de hortaliças na região de Kenscoff, perto da capital.
O fato de o governo haitiano estar demissionário há mais de um mês, já que Préval ainda não conseguiu que o Parlamento aprovasse a indicação de um novo primeiro-ministro, prejudicou a cúpula. Na área econômica, por exemplo, os ministros limitaram-se a conversar na reunião privativa sobre a possibilidade de empresários brasileiros exportarem para os Estados Unidos agregando valor a produtos no Haiti. O país caribenho goza de benefícios tarifários para importações americanas. Segundo Amorim, falou-se em projetos futuros de desidratação de álcool, já que o Haiti possui usinas, mas conta com uma produção ínfima de cana-de-açúcar.
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