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terça-feira, 27 de maio de 2008

Isso é Lula


"Em dezembro tivemos uma derrota no Senado. Embora tivéssemos maioria, assistimos aos senadores da oposição não deixarem passar a CPMF porque nós tinhamos lançado um programa chamado PAC da Saúde, onde iríamos investir mais R$ 24 bilhões para melhorar a saúde. Isso está parado, mas nós somos teimosos e vamos aos poucos colocar em prática o PAC da Saúde", disse Lula em Diadema, durante inauguração de um complexo de saúde.

"Eu não vi nenhum produto reduzir de preço depois que acabou a CPMF. Parece que não foi passado para o custo do produto o 0,38%. Parece que aumentou o ganho daqueles que pagavam a CPMF". Em Diadema, os empresários também foram lembrados. "De vez em quando eu agradeço até da nossa oposição ter reprovado a CPMF. A verdade é que nenhum empresário reduziu o custo dos produtos que ele vende por conta da CPMF. Se alguém souber de um produto que caiu de preço porque os empresários retiraram do preço o 0,38% me diga que vai merecer um prêmio. O dado concreto é que apenas fomos truncados para não fazer tudo o que a gente quer fazer no país." Disse Lula em Diadema

Lula no Rio

Ao iniciar seu discurso, Lula defendeu o BNDES. Funcionários do banco são suspeitos de participação em um esquema de desvio de recursos emprestados a prefeituras investigado pela Polícia Federal, que já indiciou o deputado federal pedetista e ex-presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho... "É bem possível que numa instituição do tamanho do BNDES possa ter uma ou outra pessoa que cometa desvios e, portanto, tenha que pagar o preço do desvio cometido. Mas é bem verdade também que poucos países do mundo conseguiram criar uma instituição de financiada tão sólida como é o nosso querido BNDES", disse o Presidente, que ainda chamou o banco de centro de excelência.

A luta de classes também foi um tema constante nos discursos que Lula fez nas duas cidades. No Rio, ao defender a CPMF, ele argumentou que o Estado precisa atender as parcelas mais pobres da população. "No fundo, no fundo, são esses que precisam do governo".

O tema foi introduzido com dados estatísticos.

Em Diadema - São Paulo, o Presidente lembrou, que 90% da população da cidade integravam as classes C, D e E, enquanto apenas 10% eram das classes A e B. E comparou o complexo de saúde que inaugurava com hospitais particulares paulistanos. "Aqui vocês terão atendimento de primeira, daqueles que até agora só rico tem direito, daqueles que só meia dúzia tem direito, de ir no Alberto Einstein, no Sírio-Libanês, no Instituto do Coração (hospitais particulares paulistanos). Agora Diadema não faz distinção de classe nem divide as pessoas entre ricos e pobres".

Lula também respondeu ao jornal "The New York Times", que indagou quem seria o dono da floresta amazônica, e à notícia veiculada ontem na mídia de que um consultor do primeiro-ministro inglês Gordon Brown teria avaliado a compra de toda a floresta por US$ 50 bilhões.

Na presença de cientistas e diplomatas de vários países — entre eles os professores Edmund Phelps, Prêmio Nobel de economia de 2006, e Albert Fishlow, da Universidade de Columbia, além do jornalista Roger Cohen, colunista do New York Times — Lula afirmou que não permitirá a segregação das 25 milhões de pessoas dos nove estados amazônicos e, mandou um duro recado aos estrangeiros interessados em fatiar ou controlar a região. Alerta que é necessário combater o desmatamento, mas destaca a importância do desenvolvimento do Norte do país

“É muito engraçado que os países responsáveis por 70% da poluição do planeta agora fiquem de olho na Amazônia como se fosse apenas nossa a responsabilidade pelo que eles mesmos não fizeram todo o século passado”

"O mundo precisa entender que a Amazônia brasileira tem dono e o dono da Amazônia é o povo brasileiro, são os índios, os seringueiros, os pescadores, mas também somos nós, que somos brasileiros e que temos consciência que é preciso diminuir o desmatamento sim, as queimadas, mas também temos consciência que precisamos desenvolver a Amazônia", disse.

Diante do embaixador do Japão no Brasil, Ken Shimanouchi, Lula disse o “o protocolo de Kyoto já faliu”, e criticou países que nunca referendaram esse acordo internacional para reduzir as emissões de gases poluentes. Lula não citou diretamente os Estados Unidos, país que se recusou a assinar o protocolo. O Presidente acusou os países desenvolvidos de terem “preconceitos arraigados” e de montarem “lobbies fortíssimos” contra os biocombustíveis. “O Brasil não se assusta com campanhas orquestradas”, garantiu Lula. Ele também informou que viajará na próxima semana para Roma onde participará da conferência da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO). O tema principal será a polêmica entre produção de alimentos e de bioenergia.

Em outro evento da Petrobras em Niterói, Lula voltou a afirmar que a estatal não deve ser apenas uma grande empresa de petróleo, mas um motor para o desenvolvimento do país. "A visão não pode ser apenas a do curto prazo. É preciso ter consciência de que uma empresa como a Petrobras não pode existir apenas para ser a sexta maior do mundo e a terceira das Américas. Ela existe também para ser alavancadora do desenvolvimento deste país, a geradora de oportunidade para outros setores da sociedade", frisou Lula, que defendeu ainda a fixação de um percentual de equipamentos e serviços nacionais nas encomendas de navios da Petrobras, assim como já ocorre nas licitações das plataformas da empresa.

Isso é oposição

Enquanto Lula trabalha em prol dos brasilieros,a oposição procura os holofotes da mídia

Ontem, o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), levou com ele, cinegrafista e fotógrafos, para registrarem imagens do deputado protocolando representação no Ministério Público Federal do Distrito Federal contra a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) e outros 15 servidores da Casa Civil que, segundo ele teriam participado da montagem de um dossiê que Alvaro Dias vazou para a imprensa. Carlos Sampaio, além de demagogo e hopocrita, é também o sub-relator de sistematização da fálida, CPI dos Cartões Corporativos. Sampaio, em nome do PSDB e PFL/DEM, pediu que o Ministério Público entre com ação por improbidade administrativa contra Dilma e os demais funcionários da Casa Civil.

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