Um novo caso envolvendo o Metrô abala a imagem da companhia considerada modelo entre os usuários e a população paulistana. A opinião é do secretário-geral do Sindicato dos Metroviários e presidente da Federação Nacional dos Metroviários, Wagner Fajardo, em relação à suspeita de corrupção envolvendo a multinacional francesa Alstom e a direção da empresa de capital misto, controlada pelo governo de São Paulo.
"A Alstom chegou no Metrô de forma meio estranha", recorda o sindicalista, para quem a companhia não tinha o devido know-how para substituir o sistema de sinalização e computadores em licitação vencida pela multinacional no ano 2000. "Foi o próprio corpo técnico do Metrô quem mais trabalhou. Na época, aquilo nos pareceu muito estranho, mas não suspeitamos que pudesse haver propina. Agora as coisas parecem fazer mais sentido", disse em relação à reportagem publicada pela imprensa norte-americana sobre investigação de autoridades suíças envolvendo a Alstom em suspeita de corrupção na Ásia e na América Latina.
O Sindicato dos Metroviários de São Paulo defende profunda investigação pelo Ministério Público e pela Assembléia Legislativa, até em forma de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). Fajardo afirmou, que após a primeira licitação, a Alstom se transformou na maior empresa do setor do Brasil, ao incorporar a Mafersa. Além de produzir carros e equipamentos para o Metrô paulistano, ainda faz manutenção do sistema em Brasília. Atualmente, tem cerca de 3 mil funcionários no Brasil.
Para o sindicalista, também contribuem para prejudicar a imagem do Metrô os incidentes envolvendo a construção da Linha 4 Luz/ Vila Sônia e a forma como foi feito o processo de licitação para que um consórcio administre esta etapa quando as obras forem concluídas. "Sempre dissemos que o contrato assinado com o consórcio, que tem participação da Alstom, é leonino, pois mesmo se houver má administração, não haverá nenhuma perda para o capital privado", afirmou Fajardo.
A assessoria de imprensa da Alstom no Brasil informou que a empresa não iria se manifestar pelo País.A empresa é acusada de pagamento de US$ 6,8 milhões feito por funcionários da Alstom para ganhar contrato de US$ 45 milhões para ampliação do metrô de São Paulo. A informação foi dada em primeira mão pelo The Wall Street Journal, segundo o qual a polícia suíça já teria ouvido dois ex-funcionários da multinacional que confirmaram o suborno.
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