A expansão da classe C, impulsionada em grande parte pela ascensão das classes mais baixas, D e E, já chegou ao ápice. A partir de agora, a tendência é a classe C subir degraus rumo à camada B da pirâmide sócio-econômica. Essa é a principal conclusão do novo estudo Brasil em Foco - IPC Target 2008, realizado pela empresa de pesquisas Target Marketing.
O levantamento foi feito com base em dados, pesquisados em fontes oficiais como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e atualizados de acordo com a metodologia da empresa de pesquisas. Para este ano, a consultoria prevê que o consumo nacional atinja R$ 1,742 trilhão, considerando 53,9 milhões de domicílios no país e 187,1 milhões de pessoas.
Entre os anos de 2005 e 2008, segundo a Target, a classe C - que a partir deste ano passou a ser dividida em duas, C1 e C2, conforme os novos critérios de classificação da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (Abep) - permaneceu praticamente com a mesma participação dentro do consumo geral da população: passou de 27,2% para 27,3%. "O movimento das classes D e E rumo à C já encontrou o seu pico e, agora, a capacidade de compra dessas classes mais baixas, que somam apenas 6% do consumo nacional, é muito pequena", diz o diretor da Target Marketing, Marcos Pazzini.
Em compensação, as compras das famílias das classes B1 (que têm renda média mensal de R$ 4,4 mil) e B2 (R$ 2,47 mil) cresceram, respectivamente, 2,1 e 4,3 pontos percentuais no mesmo período, respondendo hoje por 20% e 24,6% do consumo geral. Já as compras das classes A1 (renda de R$ 13,7 mil) permaneceram estagnadas em 4,6%, enquanto as da A2 (R$ 8,9 mil) caíram de 18,7% para 17,5% desde 2005.
A mudança de classe social, de acordo com os critérios da Abep, é acompanhada pelo aquisição de bens e serviços, e não necessariamente pelo aumento de renda. Sendo assim, a compra do computador, por exemplo, cada vez mais acessível às classes populares, leva uma família antes pertencente à classe C a buscar também serviços de telefonia e internet, que elevam a sua condição de consumo ao nível B2. "Outro movimento observado pela classe C rumo à B, de acordo com outras pesquisas que fazemos para grandes empresas, diz respeito à busca de escola privada para os filhos ou mesmo de cursos complementares, como o inglês", diz Pazzini.
Os consumidores da classe C que migram para a B, ressalta o consultor, dão muita ênfase à posse de bens de alta tecnologia, como celulares, DVDs e TVs de plasma. "Para eles, é sinônimo de status", afirma. "É importante que os fabricantes tenham isso em mente porque, no desenvolvimento de produtos tecnológicos e nas campanhas de marketing, o foco costuma estar no topo da pirâmide que, por sua vez, não costuma fazer questão do modelo mais novo", diz.
Pazzini lembra que no Nordeste, diferentemente da maioria das regiões do país, a ascensão das classes D (renda familiar de R$ 608) e E (R$ 342) rumo à C se mantém. "Principalmente nas capitais nordestinas, o consumo das famílias das classes C1 (R$ 1,44 mil de renda médias mensal) e C2 (R$ 912) continua em alta", diz. Os destaques são Salvador (BA) e Recife (PE). "Eles vivem agora o que o resto do país viveu há quatro anos".
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