O nosso leitor Stanley nos informou nos comentários sobre a coluna do jornalista Sebastião Nery no Jornal Tribuna da Imprensa.
Sebastião Nery liga dois fatos narrados em dois livros e deduz, em tese, que FHC recebeu dinheiro da CIA (Agência de Inteligência dos EUA), indiretamente, através da Fundação Ford.
Nery não comprova que as coisas tenham ocorrido exatamente assim. Mas alguns pontos levantados são instigantes.
FHC realmente sempre se gabou de ser "o" fundador do CEBRAP (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento), e sempre usou isso como curriculum para sua carreira política, sobretudo no início.
Antes de mais nada, para não imitarmos o PIG, é preciso dizer que havia gente séria no CEBRAP como Paul Singer e outros. O próprio FHC era tido na época como um "pensador" de esquerda, alguém que lutava contra a ditadura, um progressista.
Mas o instigante é que CEBRAP foi financiado com 145 mil dólares pela Fundação Ford (A Fundação estadunidense criada pela família Ford, dos automóveis), em pleno início de 1969, pouco meses após o AI-5, e em plena "Guerra Fria", quando os EUA bombardeavam o Vietnam contra os Vietcongs (comunistas).
Segundo o autor do livro acima, havia o programa de Guerra Fria cultural da CIA, que investiu muito dinheiro em cooptar corações e mentes de intelectuais e artistas, porque queria atrair "formadores de opinião" influentes, ligados aos valores estadunidenses.
Como a imagem da CIA era ruim, de espionagem, assassinatos e golpes de Estado, ela não poderia aparecer diretamente.
Por isso a CIA usava as fundações e outros órgãos com melhor fachada "cultural" diante de intelectuais para aproximarem-se deles e financiar programas de intercâmbio com os EUA, como palestras, seminários, viagens.
Muitos artistas e intelectuais, sabendo ou não, foram financiados, com bons pagamentos e viagens grátis: Mary McCarthy, Robert Lowell, Hannah Arendt, William Styron, o pintor Jackson Pollock, etc.
Com outros incooptáveis, como o chileno Pablo Neruda, a CIA fazia de tudo para prejudicá-lo, a ponto de fazer campanha (nos bastidores) contra sua premiação com o Nobel.
No caso de FHC, com ou sem CIA por trás, se realmente foi FHC o articulador dessa verba da Fundação Ford, é muito estranho como tenha conseguido, porque não era política dos órgãos estadunidenses financiarem nacionalistas latino-americanos ou quem não nutrisse alguma simpatia pelo "American Way of life".
Independente de qualquer tese, o fato, é que, se o objetivo era cooptar aliados para os EUA, FHC saiu-se melhor do que a encomenda.
Não só foi cooptado, como foi COLONIZADO.
Quando FHC alcançou a presidência da República, nunca os EUA mandaram e desmandaram tanto num governo brasileiro. E nunca a drenagem das riquezas do Brasil para os EUA foi tão grande.
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