Uma pesquisa do FMI e Banco Mundial, mostraram que o mercado de bens de luxo no Brasil vem crescendo a taxas expressivas. No ano passado, esse segmento movimentou no Brasil 1 bilhão de euros, o que representa um aumento de 35% em relação a 2005.
Trata-se do maior índice de crescimento entre os países emergentes, superando inclusive a gigante China, que registrou uma alta de 30%. "Entre os Brics (Brasil, Rússia, Índia e China), o Brasil teve um desempenho excelente por causa da melhora no poder de consumo local. O Brasil também contribui significativamente para o aumento de 8% verificado nas Américas", diz Jean-Claude Ramirez, sócio da Bain & Company, consultoria americana responsável pela pesquisa feita em parceria com a Altagamma, associação italiana da indústria de luxo. O Brasil passou a integrar a pesquisa da consultoria somente em 2005. Até então, o desempenho do país era pouco representativo, segundo o executivo.
O levantamento da Bain & Company sobre a indústria de bens de luxo foi realizado com executivos de 200 empresas do segmento, entre grifes e varejistas. As entrevistas foram feitas diretamente com a matriz dessas companhias, pois localmente as grifes de luxo não costumam fornecer dados sobre desempenho de vendas.
Os países emergentes lideram as taxas de crescimento no mercado de luxo. Enquanto na Ásia (excluindo o Japão), o aumento atingiu 18%, na Europa ficou em 10%. Nos mercados emergentes, as vendas concentram-se nas marcas de luxo consideradas mais acessíveis. "Para atender esses mercados, as grifes criaram a segunda ou terceira marca com preços menores", explica Ramirez. Entre aquelas que optaram por esse caminho estão, por exemplo, Giorgio Armani, que tem em seu portfólio Armani Collezione e Emporio Armani; Dolce & Gabanna com D&G e Ralph Lauren, com Polo.
No mundo todo, o mercado de luxo faturou no ano passado ? 159 bilhões de euros, um aumento de 9% quando comparado a 2005. "Foi o melhor resultado desde 2000. Um dos motivos desse crescimento foi o aumento no número de lojas próprias que elevam a margem de lucro das empresas", afirma o sócio da consultoria. O faturamento proveniente da venda em lojas próprias teve um crescimento de 13% contra 7% das lojas de departamento ou de multimarcas. Atualmente, as varejistas que vendem várias grifes representam 67% da receita das marcas de luxo. No Brasil, a expectativa é que o crescimento de 35% registrado no último ano se repita em 2007 por conta da valorização do real.
A pesquisa da consultoria, com sede em Boston, confirma que os homens estão mais vaidosos. As vendas de roupas masculinas somaram 21 bilhões de euros, uma elevação de 11%. Já entre os modelos femininos, o crescimento foi de 9% e um faturamento de ? 22 bilhões de euros.
Outro dado que chama atenção é o desempenho nas vendas de jóias, incluindo relógios, canetas e abotoaduras, que tiveram alta de 10%. "As jóias, que hoje representam 19% do total de produtos de luxo, estão substituindo as bolsas, que até então eram a principal ferramenta para ostentar uma grife", diz Jean-Claude Ramirez.
A pesquisa divide as grifes de luxo em três categorias (acessível, aspiracional e absoluta) e considera a atuação delas no mercado internacional. Na categoria "acessível" - que representa a porta de entrada do consumidor no mundo do luxo - estão marcas como Burberry, Tiffany, Coach e Hugo Boss. São consideradas aspiracionais marcas como Ermenegildo Zegna, Bulgari, Gucci e Louis Vuitton. Entre as grifes chamadas "triple A", ou absolutas, estão Chanel, Hermès, Harry Winston e Loro Piana.
0 Comentários:
Postar um comentário
Meus queridos e minhas queridas leitoras
Não publicamos comentários anônimos
Obrigada pela colaboração