Mas que coisa intolerável é a falta de assunto em torno do caso Renan Calheiros, CPMF e quejandos. Apartando-se tudo do que se fala a respeito, não resta nada. Espantosa a campanha da oposição contra a prorrogação da CPMF. Nada, a não ser blablablá. Tudo já se sabe repetido: só falta votar. Os fatos estão postos. As mentiras, verdades, as intrigas, idem. Enfim, vamos cuidar da vida.
Essa zoada da CPMF demonstra apenas e tão-somente que a oposição não tem vista de longo alcance. Sabia que a prorrogação seria pedida, mas não correu para oferecer, ainda na Câmara, uma proposta alternativa. Preferiu a pobreza de amarrar-se à política do contra, aproveitando-se de que ninguém gosta de pagar imposto.
Muito bem: não se prorroga a CPMF. Mas o Brasil, como ficará sem os quase R$ 40 bilhões para educação e saúde? Parece brincadeira que a oposição chore, chore, chore, mas não diga o que fará quando ficar insustentável, desmoralizada saúde pública.
Essa política oposicionista vesga e burra de quanto pior melhor só é boa enquanto não produz devastadores resultados. Porém, amanhã, quando faltar mais dinheiro para a saúde pública, para dar comida ao Bolsa Família, quando o funcionalismo tiver os vencimentos atrasados, o que dirão os insistentes oposicionistas? Que o governo é o responsável ou eles, que o são, porque não providenciaram um sucedâneo para o dinheiro que não foi arrecadado por sua culpa?
Ninguém é a favor de pagar imposto, mas seremos sensatos se admitirmos aquilo que até nossa cozinheira sabe — que o Estado só se movimenta com o imposto arrecadado. A CPMF é um imposto permanente porque o governo tucano de FHC o quis. É o criador contra a criação. Ficar contra é posição vantajosa para a oposição. Afinal, 2008 é ano eleitoral e deixar Lula manobrar R$ 40 bilhões na saúde arde nas entranhas do PSDB e do DEM.
Lembrem-se: a maior parte da população depende do SUS, que é financiado pela CPMF. A oposição não tem nenhuma reserva estratégica sobre administração pública a oferecer e o país pode ir à deriva se não corrigir seus rumos, no momento em que o petróleo vai a US$ 100 o barril, os Estados Unidos procuram vencer crise econômica grave, com os trilhões de dólares queimados em guerras injustificáveis, enquanto o secretário do Tesouro americano avisa que, em 2008, poderá o clima econômico americano ficar pior com a crise imobiliária enquanto os bancos ianques anunciam bilionárias perdas. Nós fazemos parte do mesmo sistema globalizado!
É um momento que exige serenidade dos políticos oposicionistas, se é que deles se possa exigir tanto. O episódio da CPMF é gritante. Ninguém gosta de pagar imposto, mas, como vamos ficar sem os R$ 40 bilhões? Certamente, iremos para a UTI na saúde pública, na política social, na segurança pública, educação, enfim, naqueles setores em que estamos quase terminais. A oposição que fica administrando obstáculos que, afinal, se não superados, vão atingir o equilíbrio econômico que estamos vivendo no nosso melhor momento.
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