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quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Golpe de 2016 é o maior retrocesso da democracia no Brasil desde 1964



No derradeiro dia de agosto, o Senado acaba de depor a presidente constitucional Dilma Rousseff.

A conspiração comandada por suspeitos e acusados dos crimes mais cabeludos derrubou uma mulher inocente, contra quem inexiste indício de ter se apropriado de bens públicos.

O capo do conluio no parlamento, o correntista Eduardo Cunha, permanece protegido por seu mandato na Câmara.

O julgamento farsesco evidenciou que a presidente não cometeu crime de responsabilidade. É possível que o depoimento mais esclarecedor tenha sido o do professor Luiz Gonzaga Belluzzo.

Impeachment sem crime de responsabilidade constitui golpe de Estado, com ou sem blindados e tropas nas ruas.

Governo ruim não configura crime de responsabilidade. Deve ser derrotado pelos cidadãos, em eleições diretas.

Um colégio de 81 senadores violentou a soberania do voto popular. Em 2014, 54.501.118 brasileiros sufragaram Dilma.

Assume de vez o Planalto quem não se elegeu presidente, e sim vice.
O missivista Michel Temer encabeça um governo de enrolados na Operação Lava Jato, sem ministra, sem ministro negro, com venda de patrimônio nacional e intenção de fulminar conquistas dos pobres.

O governo Temer nasce irrevogavelmente ilegítimo.

O golpe vagabundíssimo de 2016 é mais um na história do país.

A República, em 1889, foi proclamada num golpe.

Idem o governo imposto pelo golpe de 1930.

Seu chefe, Getulio Vargas, sapecou mais um golpe, em 1937, introduzindo a ditadura do Estado Novo.

Foi destituído por outro, em 1945.

Depois de Getulio regressar ao Catete bafejado pelas urnas, liquidaram-no numa madrugada de agosto de 1954 com uma dita licença do cargo. O golpe foi revertido pela bala no peito.

Em 1964, o golpe adiado por uma década depôs o presidente João Goulart e pariu a ditadura de 21 anos que barbarizou com golpes dentro do golpe.

O golpe de 2016 é o maior retrocesso da democracia brasileira nos últimos 52 anos.

Frustrou-se a esperança de que prevaleceria a vontade expressa nas urnas.

No lugar das diretas, indireta.

Na democracia, presidente se escolhe com o voto dos cidadãos.

Nessa tarde trágica, em tempos tormentosos, Renato Russo ecoa de novo: “Hoje a tristeza não é passageira. (…) E quando chegar a noite cada estrela parecerá uma lágrima''.
Mário Magalhães

terça-feira, 30 de agosto de 2016

Em família: filho de senador tucano fatura mais de R$ 6 milhões em prefeitura do primo prefeito


Filho de político ganhar obras na prefeitura comandada por  amigos, parentes e aliados, não crime. Porém, é no mínimo suspeito quando a empresa do filho do aliado triplica os valores para prestar um mesmo serviço

O portal noticioso  Paraíba Agora está questionando o fato  do  filho do senador tucano  Cássio Cunha Lima ser o  diretor de uma empresa que faturou mais de 6, milhões em licitações durante a gestão do tucano Romero Rodrigues, seu primo, em Campina Grande, na Paraíba. 

Cássio Cunha Lima (PSDB- PB) é alvo do Inquérito 3404, que tramita em segredo de justiça, por crimes contra a ordem tributária e formação de quadrilha. Conforme informa despacho da ministra Rosa Weber, o parlamentar, que já foi prefeito de Campina Grande e governador da Paraíba, teve seu sigilo bancário quebrado em decorrência da investigação.O documento ainda diz que o inquérito foi instaurado a partir de informações do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) que revelaram movimentações financeiras atípicas realizadas pelo senador, envolvendo cerca de R$ 1,5 milhão de agosto de 2006 a março de 2009.
 Quando governador, o tucano foi cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba em julho de 2007 por uso de programa social em benefício de sua candidatura à reeleição no ano anterior. No entanto, dois dias depois, o Tribunal Superior Eleitoral concedeu uma liminar que o garantiu o cargo até julgamento final do processo. Em dezembro do mesmo ano, novamente é cassado por uso eleitoreiro de jornal estatal, chamado “A União”, durante a mesma campanha eleitoral. Mais uma vez, consegue permanecer no cargo por meio de liminar. Apenas em 2009, com o fim do processo, Cássio teve seu mandato cassado por definitivo. Voltou como senador

Mas voltando ao  caso do filho do senador, segundo pesquisa no site da Receita Federal e do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PB) a empresa Interblock Artefato de Cimento S/A, cujo atuação principal está na fabricação de artefatos de cimento para uso na construção civil e que tem diretor o jovem Diogo Cunha Lima. filho do Cássio Cunha Lima (PSDB), que é primo do prefeito de Campina Grande Romero Rodrigues (PSDB), emplacou, até agora, junto a gestão tucana na,  três licitações na Prefeitura Municipal de Campina Grande  que somadas chegam a quantia de R$ 6.182.850,00.

De acordo com o jornal Paraíba Agora, a empresa Interblock Artefato de Cimento S/A, criada em 2010, segundo dados da Receita Federal só ganhou na Paraíba, desde a sua criação, quatro licitações, sendo três em Campina Grande nos anos de 2013 no valor de R$ 2.127.600,00; 2014 no valor de R$ 2.127.600,00 e em 2015 no valor de R$ 1.927.650,00. A quarta no ano de 2015, sob gestão do prefeito Leto Viana, aliado do senador Cássio Cunha Lima desde 2014.

Somadas à empresa que tem como diretor o filho de Cássio ganhou na gestão do seu primo Romero Rodrigues (PSDB) em licitações R$ 6.182.850,00.

Outro dado é que a empresa Interblock Artefato de Cimento S/A, foi uma das doadoras da campanha do deputado federal Pedro Cunha Lima (PSDB) em 2014, um ano depois de ganhar sua primeira licitação na prefeitura de Campina com a quantia doada em espécie de R$ 13.500,00, como revela dados do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PB).

Pedro é irmão de Diogo, diretor da empresa. Ele foi eleito o deputado federal no Estado da Paraíba em 2014, disputando sua primeira eleição.

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Parlamentares britânicos condenam 'suspensão' de Dilma no 'Guardian'



Imagens da presidente afastada Dilma Roussef foram estampadas nos sites dos principais jornais mundiais nesta segunda-feira (29) devido ao seu pronunciamento no Senado contra o processo de impeachment. A mídia internacional destacou a acusação da petista de que há um "golpe" em curso no Brasil. As informações são da Agência Ansa.

De maneira mais ousada, o jornal britânico The Guardian publicou uma carta aberta "condenando a suspensão da presidente Dilma Rousseff". "É completamente errado que alguns poucos parlamentares se coloquem sobre a vontade política expressa nas urnas por 54 milhões de brasileiros", diz a carta, cujo título é "Suspensão de Dilma Rousseff é um insulto à democracia no Brasil".

"O novo governo mostrou suas verdadeiras facetas ao criar um gabinete sem representatividade, somente com homens, lançando políticas neoliberais que ferem milhões de trabalhadores e pessoas de baixa renda. O governo interino não tem mandato para implementar estas políticas", critica o texto. A carta é assinada por mais de 15 parlamentares trabalhistas britânicos, como Richard Burgon, Ruth Cadbury, Lord Martin John O'Neill e Andrew Gwynne.

"Nós estamos ao lado dos movimentos sociais e grupos civis da sociedade para condenar esse atentado contra a democracia no Brasil", finalizou o documento

"Rousseff diz que está ocorrendo um golpe de Estado no Brasil", publicou o espanhol El Pais, na mesma linha adotada pelo francês Le Monde e pelo argentino Clarín.

O jornal norte-americano The New York Times deu ênfase à promessa de Dilma de que "não será calada pelo processo de impeachment". A emissora latino-americana Telesur publicou que Dilma assegurou, durante todo seu pronunciamento, que não violou a Constituição nem cometeu crimes de responsabilidade em seu governo.

"Jamais atentaria contra o que acredito ou praticaria algum ato que seja contrário aos interesses dos que me elegeram", disse Dilma, citada pela rede de TV. 




Artistas e intelectuais brasileiros lançam carta contra o golpe



Neste domingo (28), artistas e intelectuais brasileiros lançaram uma carta contra o golpe  de Dilma Rousseff (PT).

Pontuada por citação do ator Wagner Moura, a manifestação descreve "um dos momentos mais dramáticos" da história do Brasil e cita carta de artistas e intelectuais estrangeiros também contra o afastamento da petista, publicada na semana passada.

"Os políticos corruptos que lideram a articulação para depor Dilma têm de saber que há um holofote internacional iluminando suas ações", afirma Moura. "Se eles derem continuidade ao seu plano", acrescenta o ator, "serão lembrados pela história como os responsáveis pelo mais sinistro ataque à democracia desde o Golpe de 1964".

Em português e em inglês, o texto é subscrito por nomes como os cantores Caetano Veloso e Chico Buarque, as atrizes Camila Pitanga, Dira Paes e Marieta Severo, a poeta Alice Rui e os professores Jurandir Freire Costa e Marco Luchesi.

Leia a carta na íntegra a seguir.

Artistas e Intelectuais brasileiros pedem que senadores respeitem o resultado das eleições de 2014

O Brasil vive um dos momentos mais dramáticos de sua história, com a proximidade da votação final sobre o impeachment da presidenta Dilma Rousseff.

O mundo assiste com preocupação a essa ameaça à democracia, como no caso de nossos colegas do Reino Unido, Estados Unidos, Canada e Índia, que publicaram uma declaração alertando que o impeachment representaria "um ataque as instituições democráticas", que levaria ao retrocesso econômico e social.

Os senadores que defendem o impeachment ficarão marcados na história por protagonizar o ataque mais cruel à nossa democracia desde o golpe militar de 1964. A história cobrará explicações, já que não existe base legal para justificar o impeachment.

De acordo com o Ministério Público Federal, a presidenta Dilma Rousseff não cometeu crime. Por isso, seu afastamento é claramente uma manobra política para tomada de poder sem a aprovação das urnas.

Esse ataque aos processos democráticos representa uma ameaça aos direitos humanos e levará o Brasil a uma situação de maior instabilidade política e desigualdade social e econômica.

O ator Wagner Moura afirmou: "Estamos profundamente agradecidos por essas importantes palavras de apoio de nossos colegas na Grã-Bretanha, Estados Unidos, Canada e Índia. Os políticos corruptos que lideram a articulação para depor Dilma têm de saber que há um holofote internacional iluminando suas ações. Se eles derem continuidade ao seu plano, serão lembrados pela história como os responsáveis pelo mais sinistro ataque à democracia desde o Golpe de 1964".

A manifestação de Wagner Moura contra o impedimento de Dilma recebeu adesões de:

1. Adair Rocha, professor
2. Aderbal Freire Filho, diretor teatral
3, Alice Ruiz, poeta
4. André Lázaro, professor
5.Augusto Sampaio, professor
6. Bete Mendes, atriz
7. Biel Rocha, militante de direitos humanos
8. Caetano Veloso, compositor e cantor
9. Camila Pitanga, atriz
10. Carla Marins, atriz
11. Cecília Boal, psicanalista
12. Cesar Kuzma, teólogo e professor
13. Célia Costa, historiadora e documentarista
14. Charles Fricks, ator
15. Chico Buarque, compositor e cantor
16. Clarisse Sette Troisgros, produtora
17. Cristina Pereira, atriz
18. Dira Paes, atriz
19. Dulce Pandolfi, cientista política
20. Eleny Guimarães-Teixeira, médica
21. Generosa de Oliveira Silva, socióloga
22. Gilberto Miranda, ator
23. Gaudêncio Frigotto - escritor e professor
24. Isaac Bernat, ator
25. José Sérgio Leite Lopes, antropólogo
26 Julia Barreto, produtora Julia Barreto
27. Jurandir Freire Costa, psicanalista e professor
28. Leonardo Vieira, ator
29. Leticia Sabatella, cantora e compositora
30. Luis Carlos Barreto, cineasta e produtor
31. Luiz Fernando Lobo, diretor artístico
32. Marco Luchesi, poeta e professor
33. Maria Luisa Mendonça, professora e jornalista
34. Marieta Severo, atriz
35. Paulo Betti, ator
36. Ricardo Rezende Figueira, padre e professor
37. Roberto Amaral, escritor
38. Sílvia Buarque, atriz
39. Tuca Moraes, atriz e produtora
40. Virginia Dirami Berriel, jornalista
41. Xico Teixeira, jornalista

domingo, 28 de agosto de 2016

Além de envolvidos, Lava Jato ofende quem preza o respeito à Constituição



O procurador-geral Rodrigo Janot tem uma curiosidade. Bom sinal, nestes tempos em que temos sabido de inquisidores sem curiosidade, só receptivos a determinadas respostas.

A crítica do ministro Gilmar Mendes aos "vazamentos" de delação na Lava Jato suscitou a reação de Rodrigo Janot registrada por Bernardo Mello Franco: "A Lava Jato está incomodando tanto? A quem e por quê?".

É uma honra, e quase um prazer, aplacar um pouco a curiosidade que a esta altura acomete ainda o procurador-geral, talvez forçando-o a alguma passividade ou omissão.

Não escapa à sua percepção o quanto a Lava Jato incomoda aos que envolve com sua malha, tenha ou não motivo real para tanto.

Mas existe outra classe de incomodados, muito mais numerosos do que os anteriores e atingidos por inquietação diferente. O procurador-geral não terá dificuldade em reconhecê-los.

É uma gente teimosa e inconformada. São os que prezam o respeito à Constituição, mesmo que não a admirem toda, e às leis, mesmo que imperfeitas.

E entendem, entre outras coisas, que isso depende não só dos governos e políticos em geral, mas, sobretudo, dos que integram o sistema dito de Justiça. Ou seja, o Judiciário, o Ministério Público, as polícias.

Perseguições escancaradamente políticas, prisões desnecessárias ou injustificáveis, permanências excessivas em cadeias, "vazamentos" seletivos —tudo isso, de que se tem hoje em dia inúmeros casos, incomoda muita gente.

Porque, além de covardes, são práticas que implicam abuso de autoridade e múltipla ilegalidade. E sua prepotência é tipicamente fascistoide.

Mas os incomodados com isso não se mudam e não mudam. Querem o fim da corrupção e de todas as outras bandalheiras, sem, no entanto, o uso de resquícios do passado repugnante.

2) Mais uma vez, às vésperas de uma decisão em procedimentos destinados ao impeachment, a Lava Jato cria uma pretensa evidência, na linha do escandaloso, que atinja Dilma Rousseff ainda que indiretamente.

Desta vez, estando os seus procuradores sob suspeita do crime de "vazamento" de matéria sigilosa, a Lava Jato passou a tarefa ao seu braço policial: o já conhecido delegado Márcio Anselmo, da Polícia Federal, indicia Lula, Marisa e Paulo Okamotto.

Os procuradores da Lava Jato pediram 90 dias para fazer a denúncia dos indiciados. Três meses? Um inquérito com as peças que justifiquem o indiciamento não precisa de tanto prazo para a denúncia.

A dedução é inevitável: o indiciamento foi precipitado, com o mesmo propósito político dos anteriores atos gritantes, e os longos três meses são para tentar obter o que até agora não foi encontrado.
3) O governo da China ofereceu ao Brasil, em junho de 2015, crédito em torno de US$ 50 bilhões para obras de infra-estrutura.

A Secretaria de Assuntos Internacionais do Ministério do Planejamento, no governo Dilma, e os chineses formaram uma comissão que, por sua vez, decidiu pela criação de um fundo de investimento de US$ 20 bilhões, composto por US$ 15 bilhões da China e completado pelo Brasil. Um outro fundo elevará o financiamento ao montante proposto no ano passado.

O governo de Michel Temer reteve a formalização do acordo, e o início do primeiro fundo, para apresentá-lo como realização sua. No dia 2 de setembro, data escolhida em princípio.

4) A crítica de Gilmar Mendes aos procuradores da Lava Jato foi atribuída por muitos, nos últimos dias, ao corporativismo sensibilizado pelo "vazamento" injustificado contra o ministro Dias Toffoli.

O que houve, porém, foi a repetição, em parte até com as mesmas palavras, das críticas feitas por Gilmar Mendes em pelo menos duas ocasiões. Inclusive tratando como crimes os "vazamentos" de delações sigilosas. Os quais, na verdade, não são vazamentos, ou informações passadas a jornalistas: são jogadas com fins políticos.

A definição como crime, aliás, é motivo bastante para que a tal investigação do "vazamento" contra Toffoli, ou nem comece, ou termine em nada a declarar. Janio de Freitas

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Romário construiu em área de preservação, diz Procuradoria



O STF (Supremo Tribunal Federal) recebeu uma investigação iniciada pelo Ministério Público do Distrito Federal sob suspeita que o senador Romário (PSB-RJ) instalou um campo de futebol e um píer de madeira em área de preservação às margens do lago Paranoá, em Brasília.

As obras, segundo a investigação preliminar, foram feitas pelo senador na casa em que mora no Lago Sul, área nobre de Brasília.

Ao constatar que o morador do imóvel era Romário, porém, o Ministério Público do Distrito Federal solicitou o envio da investigação para o STF, já que o senador possui foro privilegiado.

"Relatam as peças informativas que foram realizadas obras no imóvel (...) consistentes na reforma de um campo de futebol society e outro de futevôlei, e a construção de um píer à beira do lago Paranoá, em Área de Preservação Permanente, inserida na Área de Proteção Ambiental do lago Paranoá, sem licença dos órgãos ambientais competentes", diz trecho da decisão do Tribunal de Justiça do Distrito Federal que autorizou o envio dos autos ao Supremo.

O processo ficou sob a relatoria do ministro Teori Zavascki, mas ainda deve ser encaminhado à Procuradoria-Geral da República para que decida se solicita a abertura de um inquérito para apurar formalmente o caso. A suspeita seria de crime ambiental. Folha

Em grampo, empresário cobra de estatal dívida de campanha do governador tucano



Interceptações telefônicas feitas pela Polícia Federal indicam que dívidas da campanha de Marconi Perillo (PSDB), eleito pela quarta vez governador de Goiás, foram pagas pelo esquema de fraudes implantado na Saneago, empresa de saneamento do Estado.

Na quarta (24), foi deflagrada a Operação Decantação que investiga o desvio de R$ 4,5 milhões de dinheiro público da empresa que teria sido usado para financiamentos de campanhas eleitorais.

As obras que tiveram recursos desviados contaram com recursos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), BNDES e Caixa Econômica Federal, segundo a PF.

Um dos diálogos interceptados na operação aconteceu em outubro de 2015 entre José Cesario Lopes, empresário que representa a Gráfica Moura, usada na campanha de Perillo, e José Taveira Rocha, presidente da Saneago, e ex-secretário da Fazenda de Perillo.

Na conversa sobre uma dívida de R$ 400 mil da campanha do governador de Goiás realizada em 2014, Cesario diz que o dinheiro cobrado se refere a "campanha da gráfica do governador".

Durante a ligação, o empresário solicita a Taveira Rocha que fale com o Afrêni Leite, presidente do PSDB de Goiás, para que ele pague o que devia à gráfica. Os investigadores acreditam que o pedido foi feito ao presidente da Saneago já que era o esquema envolvendo a empresa que supostamente irrigava o caixa tucano.

Os investigadores têm indícios de que Leite, que também é diretor de expansão da Saneago, destinou para o caixa do PSDB valores ilícios de contratos firmados com a empresa de esgoto que contavam com financiamento público. Tanto Leite quando Taveira Rocha tiveram prisão temporária decretada desde quarta.

Por meio de nota, o PSDB disse que "confia na idoneidade do presidente Afrêni Gonçalves" e que tem contribuído com as investigações. Também afirmou que todas as doações de campanha do PSDB de são legais e foram declaradas à Justiça Eleitoral, que as aprovou, inclusive as de 2014.

O governador Marconi Perillo não quis se manifestar.

DIÁLOGO

Cesario: deixa eu te falar... Você podia me fazer uma favor. O Afrêni tem que passar R$ 200 mil para a gráfica, e eu tô numa situação meio constrangedora lá na gráfica, certo. Você podia dar um empurrão nele para mim, fazendo o favor?

Taveira: Ele tem que pagar o quê?

Cesario: é o negócio do governador.

Taveira: hein?

Cesario: da campanha. É negócio do governador, da campanha.

Taveira: eu tenho que falar com quem... com...

Cesario: com Afrêni.

Taveira: pois é, mas o que ele tem que pagar você?

Cesario: R$ 200 mil.

Taveira: ah... sei... é de que isso?

Cesario: é da campanha da gráfica do governador.

Taveira: ah, sei, isso ficou para ele?

Cesario: ficou R$ 200 mil para ele.

Taveira: ahn...

Cesario: R$ 200 mil pro... pro... R$ 200 mil pro da Agetop.

Taveira: ahh

Cesario: e R$ 200 mil do Afrêni.

Taveira: então é R$ 400 mil?

Cesario: é.

OPERAÇÃO DECANTAÇÃO

Investigações da PF indicam que dirigentes e colaboradores da Saneago promoveram licitações fraudulentas por meio de contratação de uma empresa de consultoria envolvida no esquema. Ainda segundo a polícia, essa consultoria teria direcionado dinheiro a beneficiários de propina, entre eles o PSDB. Indícios apontam que parte dessa verba teria sido usada para pagar dívidas da campanha de 2014 de Marconi Perillo.

A investigação começou com o levantamento de crimes de licitação para o fornecimento de estação elevatória de água do sistema de abastecimento de Luziânia, o Corumbá IV. Posteriormente, também foram identificados indícios de fraudes na ampliação do sistema de esgotamento de Goiânia, o Meia Ponte. Segundo o Ministério da Transparência, que atua nas investigações em conjunto com a PF e o Ministério Público Federal, houve direcionamento de licitação e outras irregularidades que geraram prejuízo efetivo de mais de R$ 4,4 milhão e prejuízo potencial de R$ 7,7 milhões.

QUARTO MANDATO

Em 2014 Marconi Perillo (PSDB) foi reeleito para um novo mandato de governador de Goiás, o quarto de sua carreira política. Ele teve 57,44% dos votos, vencendo o peemedebista Iris Rezende, que teve 42,56% votos.

O Mandato anterior de Perillo (2010 - 2014) foi marcado por denúncias da ligação do seu governo com o contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, alvo da operação Monte Carlo.

Grampo mostra acerto de propina para governador tucano em Goiás, diz PF



A Polícia Federal afirma que interceptações telefônicas da Operação Decantação, deflagrada na quarta-feira (24), revelam o ajuste por uma propina de R$ 6 milhões entre o presidente da Empresa Saneamento de Goiás (Saneago), José Taveira Rocha, e o diretor de Gestão da Saneago, Robson Salazar. A suspeita é de que o esquema tenha abastecido campanhas políticas do PSDB no Estado.

Em diálogo de 18 de dezembro de 2015, Rocha e Salazar citam o "governador". Para os investigadores, trata-se de uma referência ao governador Marconi Perillo (PSDB), que está em seu quarto mandato. A PF apura se a campanha do tucano foi beneficiada com recursos desviados da Saneago.

"Um bobo não vira governador quatro vezes nunca, né?", diz Rocha em trecho do diálogo. Os investigadores afirmam que, na conversa, o presidente e o diretor da Saneago "tratam da elaboração e execução de operações ilícitas e porcentagem de valores, possivelmente de propinas, da ordem de R$ 6 milhões e correspondente a 3% do valor do contrato negociado".As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Artistas estrangeiros se unem à campanha contra o golpe



Artistas e intelectuais estrangeiros divulgou nesta quarta (24) uma carta de protesto contra o GOLPE da presidenta  Dilma Rousseff, unindo-se a outras iniciativas recentes nos EUA de apoio público à presidente afastada.

A lista dos 22 signatários reúne nomes como o ator Viggo Mortensen, de "O Senhor dos Anéis", o músico Brian Eno, o cantor Harry Belafonte e o cineasta Oliver Stone.

"Nos solidarizamos com nossos colegas artistas e com todos aqueles que lutam por democracia e justiça em todo o Brasil", diz a carta, redigida em inglês e português.

O texto afirma que a base jurídica para o afastamento de Dilma "é amplamente questionável" e que há "evidências convincentes" de que a principal motivação dos promotores do impeachment foi abafar investigações de corrupção nas quais estão envolvidos.

O abaixo-assinado segue outras manifestações semelhantes de repúdio ao impeachment de Dilma nos EUA, como a carta endossada em julho por 43 membros da Câmara dos Deputados e um comunicado do senador Bernie Sanders, no início do mês.
Alguns dos artistas estrangeiros estão na campanha contra o golpe.

Sanders,  disse que o impeachment parece um "golpe de Estado" e pediu que o governo dos EUA se posicione contra o processo.

Em sua mensagem, os artistas apelam aos senadores que irão votar no julgamento do impeachment que respeitem o resultado da eleição presidencial de 2014 e alertam para os riscos regionais caso ele seja aprovado.

"Se este ataque contra suas instituições democráticas for bem sucedido, as ondas de choque negativas irão reverberar em toda a região", diz a carta, que também tem as assinaturas dos atores Susan Sarandon e Danny Glover, do linguista Noam Chomsky e da escritora Eve Ensler (autora de "Monólogos da Vagina").

Os outros signatários são Tariq Ali (escritor), Alan Cumming (ator), Frances de la Tour (atriz), Deborah Eisenberg (escritora), Stephen Fry (ator), Daniel Hunt (cineasta), Naomi Klein (escritora), Ken Loach (cineasta), Tom Morello (músico), Michael Ondaatje (escritor), Arundhati Roy (escritora), John Sayles (diretor e roteirista), Wallace Shawn (ator) e Vivianne Westwood (estilista).

Ao mesmo tempo, um grupo de organizações nos EUA divulgou uma declaração no mesmo tom, na qual afirma que a democracia brasileira está "em grave risco". Entre as 44 organizações signatárias estão movimentos de classe, como a poderosa central sindical AFL-CIO, que tem mais de 12 milhões de membros, e grupos sociais diversos.

"Em maio passado, o Congresso brasileiro orquestrou um golpe legislativo, afastando a presidenta Dilma Rousseff em meio a acusações forjadas de má gestão fiscal. Deputados e senadores usaram um discurso de ódio sexista, invocando crenças religiosas e até mesmo elogiado o torturador da presidenta Rousseff (durante o período em que foi presa na ditadura anterior) em sua campanha de difamação", diz a declaração.

Acrescenta que "de acordo com os movimentos sociais brasileiros", a violência contra manifestantes aumentou depois da posse do governo interino.

"Apelamos ao secretário de Estado dos EUA, John Kerry, e ao governo Obama, para que defendam a democracia constitucional do Brasil, que se oponham à campanha de impeachment lançada contra a presidenta Dilma Rousseff, e que se recusem a reconhecer o governo ilegítimo de Temer", conclui. Na Folha

R$ 1 milhão da estatal Saneago pagou dívida de campanha do tucano Perillo



‘O senhor fez a maior festa do PSDB de Goiás’, diz empresário a tucano em grampo da PF
Presidente do PSDB em Goiás, Afrêni Gonçalves, preso nesta quarta-feira, 24, teria negociado R$ 1 milhão para a legenda com empresa que tem contratos com a companhia de Saneamento do Estado

Diálogo interceptado pela Polícia Federal indica que presidente tucano no Estado, Afrêni Gonçalves, foi cobrado por representante de gráfica por dívida da campanha de reeleição de Marconi Perillo (PSDB), em 2014

O presidente do PSDB Goiás, Afrêni Gonçalves, caiu no grampo da Operação Decantação, da Polícia Federal, supostamente negociando dívida de campanha de 2014 ao governo do Estado. Afrêni foi preso nesta quarta-feira, 24. Valores da empresa de Saneamento de Goiás (Saneago), da qual o tucano é diretor de Expansão, teriam bancado despesas eleitorais com a Gráfica Moura.

No diálogo interceptado pela Federal, em 25 de setembro de 2015, Afrêni fala com um interlocutor identificado como ‘Cesário’ – José Cesário Lopes, da Gráfica Moura -, que cobra o pagamento de uma dívida da campanha para o governo em 2014, quando o tucano Marconi Perillo foi reeleito – ele está em seu quarto mandato. Cesário cobrava ‘parte e/ou totalidade’ de R$ 412 mil que seriam devidos à gráfica pela campanha.

No grampo da PF, Afrêni informa que o pagamento ‘acontecerá tão logo surja a disponibilidade’.

AFRÊNI: fala Cesario…

CESARIO: o senhor está de parabéns. O senhor fez a maior festa do PSDB de Goiás.

AFRÊNI: tudo joia?

CESARIO: tudo bem. Afreni…

AFRÊNI: o que você manda??

CESARIO: eu precisava o seguinte… aquele dinheiro do…

AFRÊNI: como que é?

CESARIO: aquele negócio do dinheiro do… que tá pra pagar…

AFRÊNI: anh?

CESARIO: você não consegue arranjar um pouco pra nós esta semana não?

AFRÊNI: uai ou Cesário, por enquanto não tem como te falar nada.

CESARIO: e o Rincon?

AFRÊNI: com é que é?

CESARIO: o Rincon, será que ele??? O Rincon não tem nada a ver com você não? né?

AFRÊNI: ah, tem muito tempo que eu não falo com ele. Não tem nada a ver não.

CESARIO: pois é, eu preciso falar com ele.

AFRÊNI: quando chega tá tudo carimbado já. Não tá dando pra pagar os trem que tá carimbado. Sabe??

CESARIO: é né…

AFRÊNI: como e que é o nome da empresa sua, você falou e eu não lembro.

CESARIO: é Gráfica Moura.

AFRÊNI: ahn… Gráfica Moura.

CESARIO: Gráfica Moura.

AFRÊNI: certo. Você não recebeu nada de lá não? Recebeu né?

CESARIO: hein?

AFRÊNI: você recebeu alguma coisa? De lá?

CESARIO: não. não.

AFRÊNI: ei sei… eu vou olhar… eu não olhei ainda, porque…

CESARIO: o total é quatrocentos e doze mil reais.

AFRÊNI: certo, eu vou olhar depois. Na hora que tiver dinheiro eu vou olhar tá.

CESARIO: você gostou da festa ontem? Gostou?

AFRÊNI: com é que é?

CESARIO: você gostou da festa ontem?

AFRÊNI: uai foi boa demais né?

CESARIO: foi a maior do PSDB você tá de parabéns.

AFRÊNI: é isso aí.
Estadão

A Operação Decantação investiga se a campanha de Marconi Perillo (PSDB), em 2014, ao governo de Goiás recebeu recursos do esquema Saneago.

A Polícia Federal, o Ministério Público Federal e o Ministério da Transparência (ex-CGU) apuram desvios de R$ 4,5 milhões em recursos federais a partir da empresa Saneamento de Goiás S/A – Saneago.

O presidente estadual do PSDB, Afrêni Gonçalves, e o presidente da Saneago, José Taveira Rocha – ex-secretário estadual da Fazenda de Goiás -, foram presos nesta quarta-feira, 24.

Segundo o procurador da República Mário Lúcio Avelar, há indícios de que recursos públicos foram transferidos para o diretório do PSDB, para pagar dívida da campanha eleitoral e parte era distribuída entre agentes públicos e empreiteiras.

Entre R$ 400 mil e R$ 500 mil supostamente repassados à campanha de Perillo teriam sido destinados a uma empresa de publicidade.

A Decantação aponta que Afrêni teria negociado R$ 1 milhão em doação para o PSDB Goiás com a JC Gontijo – investigada no Mensalão do DEM. A JC Gontijo tem contratos com a Saneago.
“É o mesmo sistema, guardadas as proporções, da Lava Jato”, atesta o procurador.

A Saneago é uma sociedade de economia mista que atende 225 municípios goianos. A Odebrecht Ambiental possui um contrato com a estatal para investimentos e operação do sistema de esgoto em quatro municípios – Aparecida de Goiânia, Jataí, Trindade e Rio Verde.

Segundo o procurador, a Decantação mira em dois contratos de R$ 1 bilhão. “Esse contrato de transferência são obras que começaram em 2007 e até hoje não estão concluídas.”

Mário Lúcio Avelar afirma que a investigação começou em meados de 2015 com uma denúncia de fraude em licitação para aquisição de três bombas para água em Corumbá.De acordo com o procurador, a empresa que venceu a licitação cobrou R$ 19 milhões no contrato.

“A concorrente fornecia as bombas conforme especificação do edital por R$ 9 milhões, metade do preço”, explica. “Chamou a atenção. Passamos a observar que não era uma ação isolada. Era uma ação concertada das diversas diretorias e presidência da estatal.”

Excessos de autoritarismo da Lava Jato são problema institucional



Uma hipótese, um tanto óbvia, veio já no ataque inicial do ministro Gilmar Mendes ao "vazamento", maldoso e injusto, de referência na Lava Jato ao ministro Dias Toffoli, do Supremo. "É necessário investigar os investigadores" da Lava Jato –repetiu Mendes essa frase sua do ano passado, agora completando a observação de que procuradores da Lava Jato estão em choque com Toffoli, por eles atacado até em artigo. Entre hipóteses possíveis, porém, viceja em círculo judicial aparentemente estreito uma menos fácil e mais excitante que a de Mendes.

A delação afinal aceita por Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, poderia ser a mais promissora, mas já as discussões iniciais mostraram-se tão problemáticas quanto as de Marcelo Odebrecht. Muito afável, prestativo e de acesso simples, Pinheiro teria com que inundar a Lava Jato de informações e esclarecimentos. E, esperavam os procuradores, obsessão acima de todas, o que buscam em vão sobre a propriedade do sítio e do apartamento atribuída a Lula. Léo Pinheiro foi decepcionante para a Lava Jato nas preliminares sobre a futura delação: não admitiu que o sítio e o apartamento sejam de Lula.

Era muito fácil a previsão de que implicar um ministro do Supremo, em mais um "vazamento", daria oportunidade a sustar o acordo de delação premiada com Léo Pinheiro. Além de não dizer o que desejavam, o possível delator e seu manancial de informações por certo desvendariam pessoas e grupos não incluíveis na mira acusatória da Lava Jato. Criar o caso e, suspenso o acordo de delação, deixar Léo Pinheiro calado: está feito.

A hipótese de Gilmar e a outra não se excluem, talvez se completem. Em ambas, aliás, confirma-se que Léo Pinheiro paga pelo que não disse e não fez. Com toda a certeza, não é o autor do "vazamento", inexistindo qualquer motivo para a punição que o procurador-geral Rodrigo Janot lhe aplicou, e só a ele, cassando-lhe o direito de buscar o mesmo benefício dado a tantos delatores.

Se o "vazamento" é algo tão grave, definido como crime por Gilmar Mendes e motivador do ato extremado de Janot, à pergunta "a quem interessa?" emenda-se outra: por que tanto consentimento, por tanto tempo, para atos agora qualificados de "excessivos", "inaceitáveis" e "abusos de autoridade"?

O Conselho Nacional do Ministério Público manteve-se impassível diante da torrente de "vazamentos" que os tornou costume característico da Lava Jato. O Conselho Nacional de Justiça teve a mesma indiferença, em relação ao chefe da Lava Jato, juiz Sérgio Moro. O procurador-geral chegou a emitir uma nota com advertências sobre os excessos, mas recuou na aplicação dos seus conceitos à prática. Esses comportamentos constituíram uma carta branca para a Lava Jato e sua prepotência.

Até um leigo, como sou, anteviu que os excessos de autoritarismo da Lava Jato, uma vez consentidos, cresceriam em número e em grau de gravidade. E viriam a ser um problema institucional. São.

Léo Pinheiro de nada acusou Dias Toffoli, nem insinuou. Mas, se a substância não fere o Supremo, o "vazamento" o atinge pela intenção inequívoca de sua forma maldosa, desonesta mesmo. Dizem que vão investigar a procedência do "vazamento" ou "vazamentos". Quem a conhece são jornalistas. A Polícia Federal já pretendeu exigir de jornalistas a indicação de suas fontes. À Lava Jato só falta algo nessa linha, para um aparente atestado de bom comportamento contra a acusação de "abuso de autoridade". Iniciada por indignado Gilmar Mendes, aquele que reteve por ano e meio uma decisão importante do Supremo, enquanto expunha em público o teor do voto engavetado. Um abuso de autoridade escancarado.Por Janio de Freitas

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

PT foi o partido que mais ganhou filiados desde 2002



O  linchamento a que ex-presidente Lula, a Presidenta Dilma vem sendo exposto por parte da imprensa, não  fizeram o PT (Partido dos Trabalhadores), diminuir de tamanho. Pelo contrário.   Segundo números divulgados nessa segunda feira (22), pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), apesar do partido  ter registrado uma queda de filiados , entre 2015 e 2016, anos em que a pancadaria contra o PT  teve maior  intensidade,  o número de filiados ao Partido dos Trabalhadores é ascendente. Saltou de 7,4%  em 2002 para 9,6% em todo o país, O PT  ampliou o total de filiados em todo país, principalmente no Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

De 2002 a 2016 o PMDB despencou na preferência do eleitorado. .O partido  Perdeu filiados em parte do Nordeste, e  em quase todo Sudeste e no estado do Paraná, caindo de 20% para 14,5% este ano

Enquanto o PT cresceu em quase todos os estados o  PSDB cresceu pouco no Nordeste. Proporcionalmente, o número de novos filiados veio da região Norte e parte do Centro-Oeste, mas não foi o suficiente para a queda no numero de novos filiados. O partido caiu de  9,43% para 8,73%

Dos partidos o DEM  foi um dos que mais perdeu filiados. Houve redução no total de filiação na maior parte dos estado do Nordeste. A queda do DEM foi de 9,43% em 2002 para 6,63% neste ano

 Confira  relação de  filiados do PT  nos estados  entre 2002 e 2016 de acordo com gráfico do TSE

PT – AC: 170%
PT – AM: 215%
PT – RR :497%
PT – PA: 140%
PT – AP: 160
PT – MA: 168%
PT – PI: 160%
PT – RN: 57%
PT – CE : 186%
PT – PB : 93%
PT – PE: 116%
PT – BA : 110%
PT – TO: 246%
PT  - MT: 485%
PT – RO: 39%
PT – MS: 85%
PT – SP : 90%
PT – PR: 68%
PT –SC : 77%
PT – RS: 53%


Essa é segunda vez no ano que dados oficiais mostra  que PT  é o  partido que mais ganhou filiados desde 2005

Segundo números do TSE (Tribunal Superior Eleitoral),  divulgado em março, entre julho de 2005 e fevereiro de 2016,o PT ganhou  547.626 novos filiados --mais que a soma dos três maiores partidos de oposição: PSDB (que ganhou 315.351 novos integrantes), PPS (60.254) e DEM (46.759). Ao todo, o PT  tem 1.765.591 milhão de filiados ,passando  da quarta para primeira colocação no ranking de filiados, ultrapassando PSDB, PMDB e PP. O país tem hoje sete partidos com mais de um milhão de filiados: PT, PMDB, PSDB, PP, PDT, PTB e DEM.

 Enquanto as manchetes na imprensa tentam incriminar o PT, baseando-se em boatos, mentiras e opiniões individuais, buscando a todo custo ligar o partido a denúncias de corrupção, os tucanos que  continuam impunes ao massacre midiático e protegidos no judiciário e blindado na imprensa, não consegue  novos filiados.. A imprensa  e oposição, que já davam o PT como morto, não tem nada a comemorar com esses novos dados do TSE.Pelo contrario. Vão ter que engolir a esquerda

PF prende presidente do PSDB em Goiás e ex-secretário de Perillo por desvio para campanhas do partido


A Polícia Federal cumpre nesta quarta-feira, 24, mandados de prisão contra o presidente do PSDB em Goiás, Afreni Gonçalves Leite, e outras pessoas ligadas ao governador Marconi Perillo. As medidas fazem parte da Operação ” Decantação”, que investiga esquema de desvio de ao menos R$ 4,5 milhões em recursos federais na Empresa Saneamento de Goiás (Saneago). Também é alvo de mandado de prisão o diretor-presidente da empresa pública, José Taveira Rocha, ex-secretário de Fazenda do tucano.

O dinheiro desviado, segundo os investigadores, abasteceu campanhas políticas do PSDB. A sede do partido no Estado é alvo de buscas. A operação atinge a legenda do ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, a quem a PF é subordinada, e é considerada pelos investigadores uma “Lava Jato local” por envolver desvio de dinheiro e financiamento de campanhas.

A PF apurou que dirigentes e colaboradores da empresa pública promoveram licitações fraudulentas mediante a contratação de uma empresa de consultoria envolvida no esquema criminoso. Recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), de financiamentos do BNDES e da Caixa Econômica Federal foram desviados para o pagamento de propinas e dívidas das campanhas políticas do partido em Goiás.

 A ação, segundo os investigadores, evitou um prejuízo de quase R$ 7 milhões. A PF sustenta que uma das estratégias da organização criminosa era o favorecimento da consultoria contratada pela Saneago a empresas que participavam do conluio e que eram responsáveis, posteriormente, por doações eleitorais.

Cerca de 300 policiais federais cumprem 120 mandados judiciais, sendo 11 de prisão preventiva, quatro de prisão temporária, 21 de condução coercitiva e 67 de busca e apreensão na sede de empresas envolvidas e de um partido político, além de residências e outros endereços relacionados aos investigados.

As ordens judiciais estão sendo cumpridas em Goiânia, Aparecida de Goiânia, Formosa, Itumbiara, São Paulo e Florianópolis (SC). Também foi determinado o afastamento da função pública de oito servidores e a proibição de comunicação entre nove envolvidos.

Os envolvidos responderão por peculato, corrupção passiva, corrupção ativa, organização criminosa e fraudes em processos licitatórios.
                                PF cumpriu mandados na sede do PSDB, em Goiânia

Indignação de ocasião



A crise entre o Ministério Público e o Supremo alcançou um novo patamar nesta terça (23). A água que esquentava desde o fim de semana atingiu o ponto de ebulição. Coube ao ministro Gilmar Mendes soprar o apito. Ele atacou os procuradores da Lava Jato, a quem acusou de vazar uma pré-delação para constranger o tribunal.

Gilmar abriu o verbo depois de a operação esbarrar na proximidade entre o empreiteiro Léo Pinheiro e o ministro Dias Toffoli. Ele sugeriu à colunista Mônica Bergamo que os procuradores seriam movidos a "delírios totalitários". "Me parece que [eles] estão possuídos de um tipo de teoria absolutista de combate ao crime a qualquer preço", afirmou.

Mais tarde, ao jornal "O Estado de S. Paulo", o ministro disse que "é preciso colocar freios" nos investigadores, que se sentiriam "onipotentes". Sem apresentar provas, ele disse que os procuradores "decidiram vazar a delação" para fazer um "acerto de contas" com seu colega.

O procurador Rodrigo Janot aderiu ao bate-boca. Depois de suspender a delação sem explicar suas razões, ele disse que a menção a Toffoli teria sido inventada. Em seguida, num recado a Gilmar, questionou: "A Lava Jato está incomodando tanto? A quem e por quê?"

O ministro tem certa razão ao pedir que os procuradores calcem as "sandálias da humildade", embora ele nunca tenha encontrado um par do seu número. Desde o início da Lava Jato, é comum ver investigadores exagerando na autopromoção e no ativismo político. No entanto, chama a atenção que Gilmar tenha resolvido protestar quando a operação ameaça atingir um de seus colegas.

Os ministros do Supremo merecem respeito, mas não podem ser tratados como indivíduos acima da lei. Em março, quando a Lava Jato divulgou gravação de Lula e Dilma Rousseff, Gilmar não manifestou a mesma indignação com o vazamento. Na época, o que importava para ele era discutir "o conteúdo" do grampo.- Bernardo Melo

terça-feira, 23 de agosto de 2016

Admiradora de Dilma, jovem candidata a vereadora no RS adota sobrenome Rousseff



 Na lista de candidatos à Câmara Municipal da capital gaúcha, chama a atenção o sobrenome Rousseff. Mas não se trata de um familiar da presidente afastada. Admiradora de Dilma, a estudante porto-alegrense Carolina Duarte, de 20 anos, decidiu adotar o sobrenome mesmo sem ter nenhum parentesco com a petista. Na urna, ela será Carolina Rousseff.

A admiração surgiu quando Carolina estava no colégio. Ao fazer um trabalho de História, decidiu pesquisar sobre as mulheres no período da ditadura militar. Desta forma, conheceu a trajetória de Dilma. "É uma mulher batalhadora e guerreira, que optou por lutar pela democracia", disse à reportagem.

Carolina conta que, quanto mais acompanhava a vida política de Dilma, mais o encantamento crescia. Tanto que, desde aquela época, ficou conhecida como Carolina Rousseff. "Admiro sua história de militância, a pessoa que ela é e também o tipo de política que ela faz", afirmou.

Em 2010 e 2014, Carolina fez campanha pela eleição da petista à Presidência da República. Em 2010, encontrou rapidamente a então candidata, quando Dilma votou em sua zona eleitoral, em Porto Alegre. "Pude dar um abraço nela, mas não chegamos a conversar." Em outra ocasião, a jovem foi ao prédio onde a petista tem apartamento na capital gaúcha, na esperança de ser recebida, mas não teve sucesso.

O envolvimento com o universo político acabou aproximando a estudante do partido de Dilma e Carolina se filiou ao PT em 2015. Este ano, faz sua estreia como candidata e, nos próximos meses, vai dividir o tempo entre a campanha e os estudos - ela faz cursinho pré-vestibular e pretende cursar faculdade de História.

Se eleita, pretende trabalhar para melhorar as condições de vida dos jovens da cidade, em áreas como transporte urbano, por exemplo. Sua candidatura, ela explica, é uma construção coletiva da Juventude do PT de Porto Alegre.

A decisão de usar o sobrenome de Dilma na urna, segundo a jovem, foi algo natural. "É assim que as pessoas me conhecem desde antes de eu entrar para o PT. Todos me chamam de Carol Rousseff", diz. Questionada sobre o processo de impeachment contra Dilma, Carolina é enfática: "Cada vez a admiro mais pela coragem. Tenho certeza de que ela é uma mulher honesta e inocente."

MP acusa empresa do ministro e da filha deputada de lesar torcedores



O ministro interino da saúde, Ricardo  Barros (PP), MP  está  envolvido em novo escândalo. O ministro que gosta de emitir opiniões polemicas apenas para se manter sob os holofotes da mídia, agora esta sendo  acusado de lesar torcedores

Em uma ação civil pública que tramita na 2ª Vara Cível de Maringá, no Paraná, desde o dia 12, o Ministério Público acusa a empresa do ministro interino  da Saúde, Ricardo Barros  (PP-PR), de dar um calote  em  milhares de torcedores que não conseguiram entrar no estádio da cidade para acompanhar a decisão do Campeonato Paranaense, em abril de 2014. A empresa BB Corretora, uma das responsáveis pela organização, pertence ao ministro da Saúde e à sua filha,  a deputada estadual Maria Victória Borghetti Barros (PP), que é candidata a prefeita de Curitiba esse ano.

Segundo a denúncia, foram vendidos 4.000 ingressos além da capacidade máxima permitida para a área coberta do estádio. “Milhares de torcedores que adquiriram os ingressos para assistir à partida na área coberta foram impedidos de entrar no estádio”, diz o MP, o que “colocou em risco a vida e a saúde de todos os presentes no local”.

Na ação, o MP pede indenização por danos individuais, materiais e morais para todos os consumidores que não conseguiram entrar no estádio. Os responsáveis pela organização da partida são a Sociedade Esportiva Alvorada Club, a Federação Paranaense de Futebol e a BB Corretora Ltda. O jogo aconteceu no dia 13 de abril de 2014, em Maringá, quando os torcedores não conseguiram ver a final entre o Maringá Futebol Clube e do Londrina Esporte Clube.

A Polícia Militar foi obrigada a fechar os portões antes do início da partida e houve necessidade de atendimento médico de pessoas que desmaiaram. “Com essa prática fraudulenta, o ministro interino e sua filha deputada, donos da empresa lucraram  cerca de 177.525 reais (de lucro indevido e fraudulento), às custas dos torcedores”, concluiu o MP em relatório. A BB Corretora, do ministro, firmou contrato de parceira com a Sociedade Esportiva Alvorada e com isso, afirma o Ministério Público, ganhava 75% do valor da renda líquida dos jogos disputados.

Força terá de devolver R$ 1,6 mi.Partido foi condenado pelo TCU por projeto não realizado


O TCU (Tribunal de Contas da União) condenou a Força Sindical a devolver ao Ministério do Trabalho R$ 1,6 milhão repassado à central para realização de projetos de pesquisa e desenvolvimento de programas para auxiliar trabalhadores em São Paulo a obter emprego nos CAT (Centros de Apoio ao Trabalhador).

Faltou um voto para que o deputado federal Paulo Pereira da Silva (SD-SP), presidente da Força Sindical, também fosse condenado. Ele livrou-se assim de ser multado pelo TCU, de ser obrigado a devolver os recursos ao ministério e ainda de ficar impedido de disputar eleições.

Os recursos (R$ 950 mil em valores de época) foram recebidos entre 2001 e 2002. Segundo o órgão de controle, não houve comprovação de que o dinheiro tenha sido usado nas finalidades previstas no convênio do ministério com a central. "Verificou-se, ainda, que o software entregue [pela central], à época, continha base de dados vazia, ou seja, inservível para os propósitos do convênio", afirmou o ministro relator do processo, Marcos Bemquerer.

Seguindo o parecer dos técnicos do TCU, Bemquerer pediu que a Força Sindical, Paulinho e outro ex-dirigente da central, Ricardo Patah, devolvessem o dinheiro desviado em valores atualizados e fossem multados em até R$ 50 mil cada. Patah hoje dirige outra central, a UGT (União Geral dos Trabalhadores).

Caso essa condenação fosse aplicada, Paulinho estaria na lista de inelegíveis pelas regras da Lei da Ficha Limpa. Há, no entanto, tentativas de mudança no entendimento da lei que podem evitar que condenados nos tribunais de contas fiquem inelegíveis.

REVISOR

Mas o ministro Bruno Dantas, apresentou voto revisor, contrário à multa e à devolução do dinheiro, apontando que as irregularidades mostradas pelas auditorias, que foram em parte realizadas pela CGU (Controladoria-Geral da União), órgão do governo, não eram suficientes para apontar danos ao erário.

Além disso, concluiu que os produtos eram aproveitáveis e não apontavam desvio dos recursos. "Não considero prudente afirmar genericamente que os documentos entregues para cada meta não atenderiam ao plano de trabalho", afirmou Dantas.

Três ministros se declararam impedidos ou não votaram no processo. Foram convocados substitutos, e quatro votaram com Bemquerer e quatro votaram com Bruno Dantas. O placar estava empatado, e o ministro André Luiz decidiu então votar com Bruno Dantas, mas pedindo uma alteração na proposta.

André Luiz concordou em livrar o deputado Paulinho e Patah da multa e da devolução do dinheiro. Mas manteve a condenação à Força Sindical, que terá que ressarcir o valor desviado, ou seja, R$ 1,6 milhão em valores atualizados.Informações da Folha

domingo, 21 de agosto de 2016

É triste ver o linchamento a que ex-presidente Lula vem sendo exposto



O inglês Robert Fisk, em artigo no jornal londrino "The Independent", afirma que, segundo as duras conclusões do relatório Chilcot sobre a invasão do Iraque, o ex-primeiro ministro Tony Blair e seu comparsa George W. Bush deveriam ser julgados por crimes de guerra, a exemplo de Nuremberg, que se ocupou dos remanescentes nazistas.

O poodle Blair se deslocava a Washington para conspirar com seu colega norte-americano a tomada do Iraque, a pretexto de este país ser detentor de armas de destruição em massa, comprovado depois como mentira, mas invasão levada a cabo com a morte de meio milhão de iraquianos.

Antes, durante o mesmo governo Bush, o brutal regime de sanções causou a morte de 1,7 milhão de civis iraquianos, metade crianças, segundo dados da ONU.

Ao consulado que representava um criminoso de guerra, Bush, o então deputado federal Michel Temer (como de resto nomes expressivos do tucanato) fornecia informações sobre o cenário político brasileiro. "Premonitório", Temer acenava com um candidato de seu partido à Presidência, segundo o site WikiLeaks, de Julian Assange.

Não estranhar que o interino Temer, seu cortejo de rabo preso e sabujos afins andem de braços dados com os tucanos, que estariam governando de fato o Brasil ou, uns e outros, fundindo-se em um só corpo, até que o tucanato desfeche contra Temer um novo golpe e nade de braçada com seu projeto de poder -atrelar-se ao neoliberalismo, apesar do atual diagnóstico: segundo publicação da BBC, levantamento da ONG britânica Oxfam, levado ao Fórum Econômico Mundial de Davos, em janeiro, a riqueza acumulada pelo 1% dos mais ricos do mundo equivale aos recursos dos 99% restantes. Segundo o estudo, a tendência de concentração da riqueza vem aumentando desde 2009.

O senador Aloysio Nunes foi às pressas a Washington no dia seguinte à votação do impeachment de Dilma Rousseff na exótica Câmara dos Deputados, como primeiro arranque para entregar o país ao neoliberalismo norte-americano.

Foi secundado por seu comparsa tucano, o ministro das Relações Exteriores, José Serra, também interino-itinerante que, num giro mais amplo, articula "flexibilizar" Mercosul, Brics, Unasul e sabe-se lá mais o quê.

Além de comprometer a soberania brasileira, Serra atira ao lixo o protagonismo que o país tinha conseguido no plano internacional com a diplomacia ativa e altiva do chanceler Celso Amorim, retomando uma política exterior de vira-lata (que me perdoem os cães dessa espécie; reconheço que, na escala animal, estão acima de certos similares humanos).

A propósito, o tucano, com imenso bico devorador, é ave predadora, atacando filhotes indefesos em seus ninhos. Estamos bem providos em nossa fauna: tucano, vira-lata, gato angorá e ratazanas a dar com pau...

Episódio exemplar do mencionado protagonismo alcançado pelo Brasil aconteceu em Berlim (2009), quando, em tribunas lado a lado, a então poderosa Angela Merkel, depois de criticar duramente o programa nuclear do Irã, recebeu a resposta de Lula: os detentores de armas nucleares, ao não desativá-las, não têm autoridade moral para impor condições àquele país. Lula silenciou literalmente a chanceler alemã.

Vale também lembrar o pronunciamento de Lula de quase uma hora em Hamburgo (2009), em linguagem precisa, quando, interrompido várias vezes por aplausos de empresários alemães e brasileiros, foi ovacionado no final.

Que se passe à Lava Jato e a seus méritos, embora supostos, por se conduzirem em mão única, quando não na contramão, o que beira a obsessão. Espera-se que o juiz Serio Moro venha a se ocupar também de certos políticos "limpinhos e cheirosos", apesar da mão grande do inefável ministro do STF Gilmar Mendes.

Por sinal, seu discípulo, o senador Antonio Anastasia, reproduz a mão prestidigitadora do mestre: culpa Dilma e esconde suas exorbitantes pedaladas, quando governador de Minas Gerais.

Traços do perfil de Moro foram esboçados por Luiz Moniz Bandeira, professor universitário, cientista político e historiador, vivendo há anos na Alemanha. Em entrevista ao jornal argentino "Página/12", revela: Moro esteve em duas ocasiões nos EUA, recebendo treinamento. Em uma delas, participou de cursos no Departamento de Estado; em outra, na Universidade Harvard.

Segundo o WikiLeaks, juízes (incluindo Moro), promotores e policiais federais receberam formação em 2009, promovida pela embaixada norte-americana no Rio.

Em 8 de maio, Janio de Freitas, com seu habitual rigor crítico, afirmou nesta Folha que "Lula virou denunciado nas vésperas de uma votação decisiva para o impeachment. Assim como os grampos telefônicos, ilegais, foram divulgados por Moro quando Lula, se ministro, com sua experiência e talento incomum de negociador, talvez destorcesse a crise política e desse um arranjo administrativo".

Lula não assumiu a Casa Civil, foi rechaçado no Supremo Tribunal Federal pelo ministro Gilmar Mendes, um goleirão sem rival na seleção e, no álbum, figurinha assim carimbada por um de seus pares, Joaquim Barbosa, popstar da época e hoje estrela cadente: "Vossa Excelência não está na rua, está na mídia, destruindo a credibilidade do Judiciário brasileiro... Vossa Excelência, quando se dirige a mim, não está falando com seus capangas do Mato Grosso, ministro Gilmar".

Sugiro a eventuais leitores, mas não aos facciosos que, nos aeroportos, torciam o nariz ao ver gente simples que embarcava calçando sandálias Havaianas, que acessem o site Instituto Lula - o Brasil da Mudança.

Poderão dar conta de espantosas e incontestes realizações. Limito-me a destacar o programa Luz para Todos, que tirou mais de 15 milhões de brasileiros da escuridão, sobretudo nos casebres do sertão nordestino e da região amazônica. E sugiro o amparo do adágio popular: pior cego é aquele que não quer ver.

A não esquecer: Lula abriu as portas do Planalto aos catadores de matérias recicláveis, profissionalizando-os, sancionou a Lei Maria da Penha, fundamental à proteção das mulheres, e o Estatuto da Igualdade Racial, que tem como objetivo políticas públicas que promovam igualdade de oportunidades e combate à discriminação.

Que o PT tenha cometido erros, alguns até graves (quem não os comete?), mas menos que Fernando Henrique Cardoso, que recorria ao "Engavetador Geral da República", à privataria e a muitos outros expedientes, como a aventada compra de votos para sua reeleição.

A corrupção, uma enfermidade mundial, decorre no Brasil do sistema político, atingindo a quase totalidade dos partidos. Contudo, Lula propiciou, como nunca antes, o desempenho livre dos órgãos de investigação, como Ministério Público e Polícia Federal, ao contrário do que faziam governos anteriores que controlavam essas instituições.

A registrar ainda, por importante: as gestões petistas nunca falaram em "flexibilizar" a CLT, a Previdência, a escola pública, o SUS, as estatais, o pré-sal inclusive e sabe-se lá mais o quê, propostas engatilhadas pelos interinos (algumas levianamente já disparadas), a causar prejuízo incalculável ao Brasil e aos trabalhadores.

Sem vínculo com qualquer partido político, assisto com tristeza a todo o artificioso esquema de linchamento a que Lula vem sendo exposto, depois de ter conduzido o mais amplo processo de inclusão social que o Brasil conheceu em toda a sua história.

RADUAN NASSAR, 80, é autor dos livros "Lavoura Arcaica" (1975), "Um Copo de Cólera" (1978) e "Menina a Caminho e Outros Textos" (1997). Recebeu neste ano o Prêmio Camões, principal troféu literário da língua portuguesa

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

“Não tenho medo de ser preso”, afirma Lula em entrevista à BBC Brasil




Em entrevista à BBC Brasil, Lula disse apostar no julgamento da história. "Às vezes a história demora séculos para julgar e eu trabalho com isso. A história não termina dia 29. Ela começa dia 29."

Sem citar nomes, Lula diz que Dilma irá se "expor corajosamente" no Senado "para que o Judas Iscariotes possa acusá-la na frente dela". Afirma que o presidente interino, Michel Temer, é constitucionalista e "sabe" que a antecessora é vítima de um "golpe parlamentar".

Principal líder do projeto político do PT e réu sob acusação de obstrução da Justiça na Operação Lava Jato, Lula se diz alvo de mentiras e afirma que seu partido não deve pedir desculpas pelas acusações de corrupção. "Quem tem que pedir desculpas é quem está inventando acusações."

Confira a íntegra da entrevista concedida à repórter Júlia Dias Carneiro:

BBC Brasil: O senhor é agora réu em processo por tentativa de obstrução da Justiça nas investigações de corrupção na Petrobras e decidiu apelar ao Comitê de Direitos Humanos das Nações Unidas. Por que o senhor decidiu recorrer a essa instância internacional?

Patrocínio de farda



"É ouro, é recorde, é militar!" Parece aquele locutor famoso pelo ufanismo, mas é o site do Ministério da Defesa comemorando uma medalha na Rio-2016. Nos últimos dias, o portal trocou as imagens de tanques e aviões por fotos de atletas premiados na Olimpíada.

As notícias exaltam as vitórias brasileiras como se fossem feitos militares. "Forças Armadas conquistam quarta medalha para o Brasil", diz a manchete sobre o judoca Rafael Silva. "Sargento da Marinha vence final de boxe", informa o título sobre Robson Conceição.

Quem vê nossos campeões prestando continência no pódio pode pensar que os quartéis estão transformando o Brasil numa potência esportiva. Não é bem assim. Na verdade, as Forças Armadas apadrinharam civis que já se destacavam em suas modalidades. Os escolhidos viram militares temporários em troca de benefícios como salário de terceiro-sargento e assistência médica.
Um dos idealizadores do programa, lançado no governo Lula, conta que ele nasceu como um típico "jeitinho brasileiro". Os oficiais queriam evitar um fiasco esportivo em 2011, quando o Rio receberia os Jogos Mundiais Militares.

No torneio de 2007, o Brasil ficou em 33º lugar, com apenas três medalhas. Quatro anos depois, saltou para a liderança com 114, sendo 45 de ouro. Para os autores do truque, ninguém precisava saber que os nossos heróis eram civis que tinham acabado de aprender a marchar.

É positivo que as Forças Armadas ajudem a manter atletas de ponta, mesmo que o objetivo mais evidente seja fazer propaganda. O ministro Raul Jungmann, que não perde uma chance de aparecer, já convocou entrevista para faturar os resultados.

O ponto negativo da história é que nossos campeões precisem vestir fardas por um patrocínio tão modesto. O soldo dos sargentos olímpicos é de R$ 3.200 brutos. Os deputados recebem R$ 4.253 só em auxílio-moradia, sem descontos. -Por Bernardo Melo

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

'Nova política' da Marina tem caixa dois e alianças com DEM, PSDB e PMDB



Nos últimos meses, várias pesquisas mostraram Marina Silva da Rede Sustentabilidade liderando, ou, empatando com o ex-presidente Lula, na preferência do eleitorado. A pesquisa Datafolha de segunda feira (15) mostrou Marina caindo, despencando, rolando ladeira abaixo. E o motivo para tanto desencanto dos eleitores talvez seja sua tentativa de agradar a gregos e troianos. E isso, pode ter gerado no eleitor, desconfiança com contradições em seus discursos.

Criado sob o lema de uma "nova política", segundo declarações de Marina, para contestação de velhas práticas eleitorais e concepção de uma nova conduta político-partidária – "Somos diferentes, não somos a mesma coisa" ... Rede Sustentabilidade fará agora alianças com partidos que vão da esquerda à direita nas eleições municipais de outubro. DEM, PSDB, PMDB e Psol são..Continue lendo aqui

The Wall Street Journal: Temer está com medo de protestos da população



Matéria publicada nesta quarta-feira (17) pelo jornal americano The Wall Street Journal conta que um porta-voz da Presidência confirmou que o interino Michel Temer não participará da cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos, no próximo dia 21 de agosto. Ele está evitando aparecer em eventos públicos para não sofrer protestos da população, afirma o noticiário.

De acordo com o Wall Street Journal, o governo não deu um motivo oficial para que Temer não fosse à cerimônia de encerramento. No entanto, o jornal lembra que ele sofreu uma recepção hostil na cerimônia de abertura da Olimpíadas.

Temer não foi assistir nenhuma competição dos Jogos Olímpicos, e saiu do Rio de Janeiro “quase imediatamente” após a abertura dos Jogos, no último dia 5. Ele foi vaiado quando apareceu no telão do Maracanã, finaliza o WSJ.

Dilma e Lula não tentaram obstruir Lava Jato



O juiz Sergio Moro proclamou sua competência –no sentido de poder, direito– para julgar Lula e outros por obstrução à Justiça, em especial à sua Lava Jato, na pretendida e frustrada nomeação do ex-presidente para o ministério de Dilma. Ninguém duvida, Deus nos livre, da competência reconhecida ao jovem juiz para mandar prender, engaiolar pelo tempo que quiser, acusar do que queira, julgar, condenar, dar liberdade a criminosos delatores, seja quem for o seu alvo. Competência a que o Supremo Tribunal Federal se curva mais uma vez, autorizando o inquérito contra Lula e Dilma.

Já que seria fútil lembrar outros respeitos devidos, talvez se possa ao menos mencionar um respeito modesto e, ainda por cima, desvalorizado. É o respeito à palavra, a essa pecinha generosa da linguagem em que nos desentendemos.

Dilma e Lula não fizeram e não tentaram fazer obstrução à Justiça, nem sequer à Lava Jato. Obstruir, aplicada ao caso, seria obstar impedimentos, totais ou parciais, efêmeros ou definitivos, à efetivação de procedimentos judiciais. Mas ministros não desfrutam de imunidade. Por lei, bem entendido, que não faltam outros caminhos –estes, fora do alcance de Lula, Dilma e qualquer petista.

Se nomeado ministro, inquéritos e possíveis julgamentos de Lula não seriam evitados nem sustados em seu decorrer. Apenas subiriam de instância no Judiciário, passando a tramitar no Supremo Tribunal Federal. Não mais na mesa, nas gavetas e nas celas do juiz Sergio Moro em sua primeira instância.

Para cima ou, como no mensalão do PSDB mineiro, para baixo, a mudança de instância é um direito das defesas, muito comum. E procedimento previsto nas normas dos processos em geral. Atribuir obstrução a Dilma e Lula por ato que mudaria a instância de eventual processo é, para dizer o mínimo, alegação sem fundamento. Inverídica.

A menos que as palavras e seu sentido também já estejam na competência do juiz Sergio Moro.

O SUTIL

Já em seu primeiro mandato, o presidente uruguaio Tabaré Vasquez projetou sobre o seu governo uma aura de dignidade. Não se duvide da irritação que lhe causou, como descrita pelo chanceler Nin Novoa, o que chamou de "tentativa de compra" do Uruguai por José Serra –acordos comerciais pelo veto uruguaio à Venezuela na presidência temporária do Mercosul.

Ou seja, no melhor da sua habilidade diplomática, José Serra quis aplicar ao Uruguai, combinados, dois métodos por ele conhecidos: o "é dando que se recebe", do seu tempo de congressista, e o praticado pelas empreiteiras.

Os bons do Itamaraty começam a se desesperar.

AMARELOU

Antes da abertura da Olimpíada, Michel Temer vangloriou-se numerosas vezes: "Eu não tenho medo de vaias". Foi e foi vaiado como convinha.

Agora, pediu a Rodrigo Maia, presidente da Câmara, para representá-lo no encerramento dos jogos: está com medo das vaias, que o abalaram na abertura. Será no próximo domingo, dia de folga de Rodrigo Maia nas trapaças para proteger seu aliado Eduardo Cunha, protelando-lhe a cassação na tentativa de afinal salvá-lo. Com a ajuda de Michel Temer.  Por Janio de Freitas

Depoimento em CPI da Merenda aponta propina de R$ 1,3 mi em contratos com governo Alckmin



Em depoimento à CPI da Merenda na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), o ex-funcionário da Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf) Caio Pereira Chaves disse nesta quarta-feira, 17, que a entidade pagou "comissão de 10%" a seus representantes sobre o valor do contrato com a Secretaria da Educação do governo Geraldo Alckmin (PSDB).

Segundo ele, o montante pago chegou a R$ 1,3 milhão. "A prioridade era pagar as comissões. Podia atrasar os salários dos funcionários, mas as comissões não. Era sagrado", disse Chaves, que foi auxiliar de escritório da Coaf entre janeiro e 2013 e fevereiro de 2016, mês seguinte à deflagração da Operação Alba Branca, que desmontou a máfia da merenda em Bebedouro, na região de Ribeirão Preto, acusada de superfaturar contratos da Coaf com prefeituras paulistas e o governo do Estado para fornecimento de suco de laranja e de pagar propina a agentes públicos e políticos.

Segundo Chaves, as comissões referentes aos contratos com a Secretaria da Educação - foram três no valor de R$ 13,5 milhões - eram pagas ao lobista Marcel Júlio, que foi preso em abril na Alba Branca. Chaves disse não saber se o lobista usava o dinheiro para pagar agentes públicos ou políticos, mas sabe que houve pagamento de um cheque nominal de R$ 50 mil a José Merivaldo dos Santos, ex-assessor do presidente da Alesp, Fernando Capez (PSDB).

O depoente informou aos deputados que tinha acesso aos extratos bancários da Coaf e que por isso recebia ligações constantes dos vendedores da entidade para saber se as prefeituras e secretaria de Educação haviam depositado o dinheiro dos contratos para que eles pudessem sacar suas comissões. Ele afirmou também que o vendedor César Bertholini, preso em janeiro, repassava dinheiro a Marcel Julio e Jeter Rodrigues Pereira, também ex-assessor de Capez.

Em depoimento de delação premiada ao Ministério Público Estadual (MPE), Marcel Júlio disse ter se encontrado com Capez e seus assessores no escritório político do tucano em São Paulo para tratar do contrato da Coaf com a Educação estadual e de doações para a campanha do deputado.

Segundo o lobista, uma propina de R$ 490 mil foi repassada a aliados de Capez. O presidente da Alesp nega ter recebido qualquer valor de propina da Coaf. E as defesas de Jeter Pereira e Merivaldo dos Santos dizem que eles prestaram uma consultoria para a cooperativa.

Nesta quarta-feira, a CPI da Merenda aprovou o convite para que Capez compareça à comissão para falar sobre as acusações contra ele. O depoimento ainda não têm data para ocorrer.

Temer tira dos governadores e transfere ao PMDB o uso de verbas contra a seca



Na mesma semana em que começou a campanha eleitoral nos municípios brasileiros, o presidente em exercício Michel Temer (PMDB) retirou dos governadores do Nordeste a execução de obras destinadas ao combate à seca para transferi-la ao Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), órgão controlado predominantemente por peemedebistas.

O Palácio do Planalto também decidiu aumentar o valor repassado a Estados governados pelo PMDB, como Sergipe e Alagoas. A decisão ocorreu após uma reunião no Palácio do Jaburu, no domingo, entre Temer e o ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho, presidente em exercício do PMDB do Pará e filho do senador Jader Barbalho (PMDB-PA).

A decisão reverte um acordo feito pela presidente afastada Dilma Rousseff de que caberia aos governadores a gestão desses recursos. A gerência das verbas para obras contra seca costuma ser disputada por nomes de todos os partidos pelo fato de servir como arma eleitoral por políticos da região.

A liberação dos recursos foi autorizada por Temer com a edição da uma medida provisória no fim de julho que abriu crédito extraordinário de R$ 789,9 milhões para ações emergenciais no Nordeste, que enfrenta o quinto ano consecutivo de seca, segundo a Agência Nacional de Águas (ANA). Parte do valor será destinada para obras emergenciais, como a construção de adutoras e perfuração e instalação de poços.

Segundo o Ministério da Integração Nacional, a decisão de transferir a gestão dos recursos se deu porque, na avaliação do governo, o Dnocs é o órgão que tem "anos de experiência em obras contra a seca". "A expertise do Dnocs está acima de qualquer questionamento. É o órgão que tem mais know-how e especialização em obras emergenciais de seca", disse o ministro, por meio de sua assessoria.

Dos nove Estados do Nordeste, só o Maranhão não faz parte do plano, pois não enfrenta seca como os outros. Na região, segundo pesquisas, Temer tem o maior índice de rejeição.

Indicações

A decisão de Temer favorece o PMDB na medida em que o Dnocs é controlado na maior parte dos Estados pelo partido. No Ceará, por exemplo, o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira, é o responsável pela indicação tanto do coordenador regional quanto do diretor-geral nacional do órgão. O senador é adversário político do governador cearense, Camilo Santana (PT).

No Rio Grande do Norte, a indicação do coordenador do órgão partiu do senador Garibaldi Alves (PMDB) e do ex-ministro Henrique Eduardo Alves (PMDB). Ambos são adversários do governador Robinson Faria (PSD). Na Paraíba, o favorecido será o senador José Maranhão (PMDB-PB), padrinho do coordenador regional do Dnocs. Ele é adversário do governador Ricardo Coutinho (PSB), que se posicionou contra o impeachment de Dilma.

Em Estados administrados pelo PMDB, as obras também serão tocadas pelo Dnocs, mas a Integração Nacional ampliou os recursos que serão enviados, por ordem de Temer.

Para Alagoas, governado por Renan Filho (PMDB), o presidente em exercício mandou aumentar o repasse de R$ 2 milhões para R$ 10 milhões, segundo a pasta. O governador é filho do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que vem se aproximando de Temer nas últimas semanas. O mesmo aconteceu em Sergipe, administrado por Jackson Barreto (PMDB), onde saltará de R$ 3 milhões para R$ 10 milhões.

Nos Estados controlados pela oposição, a decisão favoreceu aliados de Temer, como no Piauí, administrado pelo petista Wellington Dias, onde o Dnocs é comandado por aliados do senador Ciro Nogueira (PP).

'Politização'

Governadores criticaram a decisão de Temer. "Não quero acreditar que isso foi feito por questões políticas", disse o governador do Ceará. Robinson Faria disse ter recebido "com surpresa" a decisão.

Já o candidato a vice-prefeito de João Pessoa (PMDB-PB), deputado Manoel Júnior, avalia que os governos estaduais "politizam" a execução dos recursos. "Quando o governo manda dinheiro, eles só gastam nos municípios que eles têm interesse." Eunício reconhece o sucateamento do Dnocs, mas diz que a mudança vai contribuir para revalorizá-lo. As informações são do Estadão Conteúdo