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quinta-feira, 7 de dezembro de 2006

A vida como ela é. Ou não. Se você tiver dinheiro


No dia 29 de outubro, A mãe , Daniele Toledo do Prado, de 21 anos, levou Victória Maria do Prado Iori Camargo, de apenas um ano e três meses, de Taubaté, a 130 km de São Paulo, para uma consulta no Instituto da Criança do Hospital das Clínicas,(São Paulo) referência internacional em pediatria. O Hospital das Clínicas,os médicos e os polícias emitiram parecer sobre o caso de Victória:"A mãe havia dado cocaína na mamadeira para a filha" Não houve tempo de checar a consistência da suspeita levantada . No mesmo dia 29 de outubro, Victória morreu no PS Infantil. A mãe dela, Daniele Toledo do Prado, 21, foi acusada, imediatamente após a confirmação do óbito, de ter envenenado a filha com cocaína colocada na mamadeira. Daniele foi presa. Apoiada em um laudo preliminar do Instituto de Criminalística . Segundo esse laudo, foi encontrada cocaína em material coletado na boca de Victória e na mamadeira servida a ela.

A polícia do Geraldo Alckmin prendeu a mãe Daniele que passou 37 dias de prisão,Daniele foi chamada de "monstro da mamadeira" e espancada por 18 detentas. Teve a mandíbula quebrada,enfiaram uma caneta em seu ouvido o que a deixou surda, perdeu parte da visão, além de sofrer lesões na cabeça e no corpo.

Daniele era bem conhecida no pronto socorro e no hospital universitário. Com o agravamento do quadro clínico de Victória, os últimos quatro meses de vida da criança foram um entra-e-sai do hospital, com internações na UTI, sempre acompanhadas pela mãe.Daniele ficou mais conhecida a partir do dia 8 de outubro, quando denunciou ter sido estuprada por um aluno do quinto ano de medicina da Unitau. Para piorar, dentro do hospital, quando visitava a filha internada. O delegado-seccional de Taubaté, Roberto Martins de Barros, tem laudo que confirma a violência sexual.

"Ele me ameaçava e dizia, enquanto me estuprava, que sabia que eu precisava do hospital para cuidar da minha filha", afirma Daniele.Segundo Milton Peres, do Hospital da Unitau, o acusado foi afastado por 30 dias da universidade. Ouvido na sindicância interna, "o rapaz jurou de pés juntos que não violentou ninguém", relata Peres. Como o prazo de afastamento expirou, o acusado retomou suas atividades normais.

Anteontem, Daniele foi libertada. O laudo definitivo mostrou que as amostras coletadas não continham a droga, nem na boca da criança e nem na mamadeira. A menina Vitória na verdade tinha uma vasculite cerebral de causa desconhecida que a deixava, nas crises, inconsciente por várias horas. A informação sobre o parecer foi confirmada coordenador do Pronto Socorro Infantil de Taubaté, Ciro João Bertoli, e pelo diretor-técnico do Hospital da Universidade de Taubaté, Milton Peres. O hospital de Taubaté era onde a menina morava e onde se aviavam as receitas de remédios para Victória.

O diretor do PS Infantil (que também é professor de medicina na Unitau) estava presente quando a pequena Victória morreu, depois de três paradas cardíacas. Na ocasião, Bertoli tinha conhecimento da suspeita de que os remédios usados para tratar a criança estivessem piorando o seu quadro clínico. Ele não quis comentar a prisão injusta de Daniele, a partir de um laudo preliminar: "Isso não é problema meu, é da polícia" E foi mais longe "Parece que a mãe era viciada em drogas" disse o FDP. Uma pergunta. Cadê a folha de São Paulo, Rede Globo e o povo dos Direitos Humanos para cobrar justiça?. A lei no Brasil é só vale para Preto, Pobre e Prostituta?. Vai ficar por isso mesmo? Estou indignada, revoltada e com vergonha ......

Helena

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