A presidente Dilma Rousseff costuma dar boas risadas com as charges de jornais sobre seus ministros e, pelo menos uma vez, usou o telefone para brincar com um parlamentar aliado. Durante a crise que derrubou Antonio Palocci, a presidente tinha o cabelo do ex-ministro de Relações Institucionais, Luiz Sérgio como alvo de brincadeiras, sempre inspiradas nas charges diárias do cartunista Chico Caruso, publicadas no jornal O Globo. "Mas também, o cabelo do Luiz Sérgio era uma coisa estranha", disse o líder do PMDB na Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (RN).
Se a ideia é fazer chiste com os amigos, Dilma não perde a oportunidade, nem pelo telefone. Certa vez, ligou para um parlamentar governista a fim de fazer uma cobrança, mas preferiu começar a conversa com um "pseudotrote". Disse o seguinte, segundo esse congressista que, envergonhado, pediu para não ser identificado: "Viu, ligaram aqui no Palácio do Planalto pedindo para falar com um tal gatão". O interlocutor questionou: "Presidenta, quem foi?". Dilma respondeu: "Imagina que eu vou falar, você vai começar a se achar".
Apesar da descontração esporádica, Dilma, que se envergonha ao ser elogiada por uma roupa que está usando, não dá espaço para tiradas fora de propósito apenas para quebrar o gelo de uma conversa. Há duas semanas, o bolo com bonequinhos de Dilma e do vice Michel Temer, preparado por Henrique Eduardo Alves para celebrar a união entre o PT e o PMDB, virou assunto. O petista Paulo Teixeira brincou, dizendo que os bonequinhos estavam coladinhos demais. Ela retrucou: "Teixeira, não exagera". Afinal, não se quebra tão facilmente assim a sisudez da presidente da República.Correio
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