Milhares de pessoas viajaram de longe e não mediram sacrifícios para acompanhar mais uma posse do presidente Lula.
O povo fez questão de acompanhar mais uma posse do presidente Lula. Entre as milhares de pessoas que acompanharam a festa, muitas que viajaram de longe e não mediram esforços para estar em Brasília no primeiro dia do ano.
Do litoral de São Paulo a Brasília, 15 dias de viagem e uma promessa cumprida.
"Eu iria de bicicleta até a posse", conta um ciclista.
Do interior de São Paulo a Brasília, 16 dias de uma penitência nas costas.
"Este protesto significa a cruz que todo o trabalhador carregar", explica o peregrino.
Um mês e meio desde Teresina e oito pares de sandálias depois, Ronaldo também conseguiu.
"Foram 1,2 mil quilômetros a pé e 589 de ônibus", conta.
Sacrifício, vontade e ajuda miúda pelo caminho.
"Ganhei R$ 4 e um cartão telefônico com 40 unidades", conta um viajante.
Todo tipo de gente. Todo tipo de ajuda.
"Um ônibus foi fretado pelo Partido dos Trabalhadores", diz um homem.
"Um vereador da minha cidade nos ajudou a vir para cá", diz outro.
Um peão de boiadeiro e um cacique. Quer motivo maior para tirar retrato?
"Eu não conheço índios", diz o peão.
E quer motivo maior para botar faixa?
"Foi minha esposa Efigênia que fez. Então, tenho que vir a caráter", explica um homem.
A caráter depois do Natal.
"Viva Lula, o Papai Noel dos pobres", exalta um homem vestido em traje típico do Bom Velhinho.
Ninguém pode se queixar da criatividade.
"São 780 garrafas e 38 mil furos", conta um ciclista.
É muito comum nesta época do ano, a estação chuvosa do Planalto Central, uma tromba d'água desabar sobre Brasília. E o pessoal que estava concentrado em frente ao Palácio do Planalto foi procurando abrigo nos poucos lugares cobertos na Praça dos Três Poderes. A chuva manteve o povo espremido e preocupado.
"Estamos achando que não vamos conseguir vê-lo. Com ele vai vir em carro aberto com essa chuva?", pergunta uma mulher.
Mas festa é festa.
"Essa chuva só anima", garante uma mulher.
"Ela dá um ar de festa mesmo", completa outra.
E quando o tempo estiou, o pessoal se aproximou.
"Cabra macho!", gritou um espectador.
E o presidente apareceu. Ver a posse dali é assim mesmo: um segundo, poucos metros de visão e uma satisfação danada.
"Valeram a pena os 900 quilômetros que eu viajei até aqui. Vim de coração", finaliza um viajante.
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