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terça-feira, 19 de dezembro de 2006

Polícia Federal diz que jornalista da Globo faz parte da quadrilha


Entre os denunciados no esquema de proteção às máfias de caça-níqueis está o jornalista da TV Globo José Messias Xavier. O Ministério Público Federal afirmou, hoje, que há indícios de que ele recebia dinheiro da quadrilha.Os procuradores do Ministério Público Federal dizem que o jornalista José Messias Xavier, da TV Globo, recebia um pagamento mensal da organização chefiada por Fernando Iggnácio, que está preso.

Segundo as investigações, Messias também repassava ao grupo de Iggnácio informações apuradas na polícia e na Justiça.As escutas telefônicas, feitas com autorização da Justiça, mostram conversas entre Messias e o advogado de Fernando Iggnácio, Sílvio Maciel de Carvalho. Os procuradores dizem que o material comprovaria a existência de uma ligação contínua, estável e promíscua.

Os agentes federais acompanharam encontros entre o jornalista e o advogado, um deles registrado em uma fotografia, que faz parte da denúncia.As escutas mostram intimidade entre o advogado Sílvio Maciel e o jornalista.

Messias: Se tu tiver, amanhã, pelo Centro vamos bater um papo.

Sílvio: Tem alguma novidade?

Messias: Tenho sim. É sobre isso que eu quero falar com você.

Em uma outra conversa, Messias avisa ao advogado que a Polícia Militar e a Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco) vão participar de uma operação no dia seguinte. Será contra o bicheiro inimigo, Rogério Andrade.

Messias: Fala amigo.

Sílvio: Oi, fala.

Messias: A operação vai sair amanhã aos trancos e barrancos.

Sílvio: Como?

Messias: Vai sair a PM e a Draco, igual dois alucinados, correndo atrás de nada meu irmão. A Federal se recolheu. Não vamos nem prender nem apreender nada.

Sílvio: Contra quem?

Messias: Contra Rogério Andrade, contra esses caras.

O jornalista diz que a operação vai fracassar por causa de suposta corrupção na Justiça.

Messias: Não vai dar em nada. É tudo vendido. Tá tudo na mão dos caras.

Um outro trecho mostra, segundo o Ministério Público, que Messias recebia dinheiro regularmente da quadrilha.

Sílvio: E aí? E o dinheirinho? Ajudou aí a importância?

Messias: Ah, com certeza. Sempre ajuda.

Sílvio: Quebra um galho.

Messias: É, isso aí, ajuda pra caramba.

Na denúncia, os procuradores citam uma outra conversa entre o jornalista e o advogado. Sílvio faz referência a presentes que Messias receberia todos os meses. De acordo com o Ministério Público, esses presentes seriam pagamentos mensais de R$ 1 mil.

Em outra conversa, em 17 de setembro, Sílvio pede para Messias fazer levantamentos na Polícia Federal, que pediu apoio a um batalhão da Polícia Militar.

Segundo o documento, messias diz que pode fazer o levantamento, mas que o pedido da Polícia Federal pode ter sido em função de um encontro da interpol, que acontecia no rio naquele momento.

“Ele era uma pessoa que passava informações relevantes inclusive sobre expedição de mandados de prisão. Isso gerava na quadrilha uma disposição para fuga e para tirar documentos de locais, que poderiam ser objeto de busca e apreensão. Então, a participação desse informante se tornou muito relevante”, afirmou o promotor José Augusto Vagos.

Em nota a TV Globo disse que não tem dúvida de que somente a Justiça, depois de uma investigação consistente, poderá concluir se o jornalista José Messias Xavier é culpado ou inocente dos crimes de que é acusado.

Mas diante do conteúdo das gravações telefônicas, está claro, para a TV Globo, que o comportamento do jornalista foi incompatível com as normas éticas da emissora. Por este motivo, a TV Globo decidiu, hoje, cancelar a licença que tinha sido concedida ao funcionário e desligá-lo da empresa.

Helena

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