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quinta-feira, 17 de agosto de 2006

Candidatos nos Estados omitem Alckmin


A estréia do horário eleitoral gratuito para os governos estaduais foi marcada por estratégias adversas. Enquanto os candidatos ao governo dos Estados da coligação petista - buscaram colar suas campanhas na popularidade do presidente Lula , os candidatos da coligação tucana - quase todos - focaram sua propaganda nas biografias pessoais, com poucas menções ao candidato tucano Geraldo Alckmin.

Em São Paulo, por exemplo, o favoritismo do candidato ao governo de São Paulo pelo PSDB, José Serra, fez com que sua estréia ontem no horário eleitoral gratuito sequer mencionasse o nome de Alckmin, que governou o Estado de janeiro de 2001 a março deste ano. A menção aos 12 anos de governo tucano foi feita apenas superficialmente: "São Paulo avançou muito nos últimos anos. (...) Agora é hora de seguir em frente", disse Serra, mas sem mencionar Geraldo Alckmin.

No Estado, a diferença entre Alckmin e o presidente e candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem diminuído a cada pesquisa. Na última, ficou em três pontos percentuais: 39% a 36% para o tucano.

Em seu primeiro programa no horário eleitoral gratuito, o governador Aécio Neves (PSDB), candidato à reeleição com mais de 70% das intenções de voto, não cumpriu a promessa de dar espaço a Alckmin: não houve menção à disputa presidencial. Diferente do petista Nilmário Miranda, segundo colocado nas pesquisas de intenções de voto prometeu fazer em Minas "o que o Lula fez no governo federal".

No Rio Grande do Sul, o ex-ministro das Cidades Olívio Dutra (PT) apresentou imagens em que aparece ao lado do presidente Lula. Diferentemente de Yeda Crusius, do PSDB, que seguiu a lógica oposicionista e dispensou imagens de Alckmin, preferindo destacar sua experiência de 12 anos como deputada federal.

Na estratégia de herdar a popularidade de Lula na Bahia, o ex-ministro das Relações Institucionais Jaques Wagner pontuou seu programa de estréia na TV com referências ao presidente. Atrizes, filhos, esposa, o jingle da campanha e até o próprio Wagner exaltaram a relação "de amigo, de irmão" que o candidato tem com Lula.

Na TV, foram feitas menções a programas do governo federal como o Luz para Todos e o Bolsa Família. Entre uma e outra inserção da música tema da campanha que diz "chega de ver a velha panelinha governar", Wagner disse que o governo do PFL, que comanda a Bahia há 16 anos, é responsável por índices como o de "sexta pior saúde, sexta pior educação do país e o Estado que tem mais pobres".

No primeiro programa do PFL, Paulo Souto, não fez referência a adversários nem a Alckmin. Depoimentos de amigos de fora do meio político lembraram de seu passado como amigo do senador Antonio Carlos Magalhães.

Com baixa popularidade em Pernambuco, Alckmin não foi citado uma só vez pelos seus aliados na propaganda eleitoral de ontem. Seu aliado no Estado, o governador Mendonça Filho (PFL), vinculou-se à popularidade do ex-governador Jarbas Vasconcelos (PMDB), candidato ao Senado. Lula, por outro lado, teve exposição máxima. Seus dois candidatos - os ex-ministros Humberto Costa (PT) e Eduardo Campos (PSB) usaram e abusaram da imagem do presidente.

O candidato do PT ao governo de Santa Catarina, José Fritsch, colou sua imagem não só a de Lula, mas a de petistas com imagem nacional, como a senadora catarinense Ideli Salvatti, que apareceu com um depoimento no programa. Também foi reproduzido um vídeo com Lula dando apoio a Fritsch, durante uma passagem por Santa Catarina.

No programa do outro candidato da coligação do tucano, o deputado José Roberto Arruda (PFL) não mencionou Alckmin. A petista Arlete Sampaio seguiu a mesma linha e ignorou Lula. Falou de sua infância, dos pais, da expulsão da UNB, da vida de médica em Brasília. Contou que ajudou a fundar o PT e relatou sua experiência como vice-governadora (sem citar Cristovam) e como deputada distrital.



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