O ex-governador Dante de Oliveira, atual presidente do PSDB em Mato Grosso, será intimado a prestar depoimento na Polícia Federal ainda dentro da primeira quinzena de junho. Ele deverá dar sua versão sobre o empréstimo de R$ 240 mil que o partido contratou junto a uma das VIP Factoring de João Arcanjo Ribeiro, o “Comendador”, acusado de chefiar o crime organizado no Estado. Suspeita-se que o dinheiro tenha sido usado no esquema de financiamento de campanha. Nesta quinta-feira, quem prestou depoimento foi Nilson Teixeira, responsável pela gerência das factorings de Arcanjo.
Documentos da factoring de Arcanjo revelaram a existência da operação financeira, realizada em 2002. Nilson Teixeira confirmou o negócio e garantiu que tudo foi feito dentro da legalidade, em que pese o Ministério Público Federal estar questionando judicialmente o sistema de operação de fomento praticado pelas factorings do “comendador”. Antes de depor no inquérito que apura o envolvimento político-partidário de Arcanjo com o PSDB, Nilson negou o vínculo e que o empréstimo foi feito sob garantias de cheques do próprio partido.
Na sessão da CPI dos Bingos que ouviu Arcanjo, o senador Antero de Barros, que foi candidato a governador na época e sobre quem pairavam suspeitas da transação, aproveitou a ocasião e explicou que cheques pré-datados foram dados ao PSDB durante a campanha de 2002. O Comitê Financeiro do PSDB, pessoa jurídica com CNPJ, fez uma operação de fomento, não é troca de cheque, com uma das factorings de Arcanjo, algo em torno de R$ 240 mil. Antero explicou que a operação foi contabilizada na Justiça Eleitoral.
Ao confirmar o depoimento de Dante no inquérito que apura o caso, o delegado Eliomar Pereira confirmou que o contador Luís Alberto Dondo Gonçalves, que se encontra preso na Penitenciária do Pascoal Ramos, também apontou a operação dentro da legalidade. Dondo, segundo o delegado, não acrescentou muito às investigações.
Helena
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