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sexta-feira, 12 de maio de 2006

Câmara faz corpo mole, sanguessugas agradecem


Em vez de cobrar rigor, lideranças da Câmara reclamam da atuação da PF e da Justiça. A criação de uma CPI patina sem assinaturas e só uma comissão de sindicância com poucos poderes foi instalada

Os deputados aguardavam com ansiedade que as eleições de outubro enterrassem os efeitos do mensalão e ajudassem a limpar a encardida imagem da Câmara. Mas um novo escândalo, a Operação Sanguessuga, não só frustrou a expectativa do fim da crise como envolveu um número ainda maior de parlamentares. A reação dos congressistas, porém, não parece ser a de quem pretende esclarecer as novas denúncias. Começou sem força a tentativa do PPS e do PV de criar uma CPI para investigar o desvio de recursos para compra de ambulâncias. Até ontem apenas 25 deputados assinaram o pedido. Já a maioria dos deputados preferiu disparar a artilharia contra a Polícia Federal e o Ministério Público. Eles querem que o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), faça uma reclamação formal contra a divulgação de nomes de parlamentares.

Líderes aliados chegaram a se reunir ontem, no final da tarde, no gabinete do líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), para discutir formas de evitar novo vazamento de nomes de deputados. Até agora, 81 parlamentares foram citados e uma das principais operadoras da quadrilha, Maria da Penha Lino, ex-assessora do Ministério da Saúde, diz que o número de envolvidos pode chegar a 170. Os deputados querem que o presidente da Câmara procure representantes da PF, do MP e do Judiciário para reclamar da divulgação maciça de nomes. “Vamos pedir que o Ministério Público faça uma representação contra os parlamentares que julgar envolvidos no esquema. O que não pode é a cada momento surgir uma nova lista para enxovalhar a Câmara”, queixou-se Chinaglia.

Helena

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