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segunda-feira, 15 de maio de 2006

Alckmin incompetente


O governador Cláudio Lembo admitiu que a polícia de São Paulo sabia, há pelo menos três semanas, que a organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) planejava atacar as forças de segurança do Estado.

- Não somos desvairados. Tínhamos informações.

Se tinham, o que fizeram para prevenir os ataques além de transferir presos perigosos para penitenciárias de segurança máxima? Policiais civis, sob a condição de se manterem anônimos, dizem que de nada foram avisados.

Se a Polícia Militar foi avisada, não se sabe por que ela não entrou de prontidão. Nem por que não foram canceladas folgas de policiais e convocados outros tipos de reforços. O governo ficou de bico calado e de braços cruzados.

Dez mil presos que cumprem pena em regime semi-aberto foram autorizados a dormir em suas casas para celebrar o Dia das Mães. E agora a Secretaria de Segurança Pública desconfia que muitos deles participaram dos ataques no último fim de semana.

Não basta repetir, como tantos fazem em horas como essas, que falta ao país uma política de segurança pública. E que um sistema de repressão eficiente de pouco valerá se não forem combatidas as desigualdades sociais. Tudo isso é verdade.

Mas também é verdade, no caso paulista, e como reconhece o próprio governador, que testemunhamos a crônica de uma rebelião anunciada. E que são policiais e cidadãos comuns que pagam o preço da incompetência das autoridades do Estado.

O ex-governador Geraldo Alckmin é patético quando afirma como se nada tivesse a ver com os acontecimentos ainda em curso:

- Não pode retroceder, tem que sufocar essas organizações. E o governo brasileiro tem que colocar como prioridade o enfrentamento do crime.

Não foi ele quem disse também, e mais de uma vez, que o PCC havia sido extinto ou pelo menos dominado durante seu governo? Ele não comemorou com pompa e circunstância a redução do número de mortes violentas em São Paulo?


Em boa parte, o número de mortes diminuiu porque o PCC se fortaleceu - e não o contrário. Antes, os bandidos matavam por sua própria conta e risco. Não mais. Passaram a obedecer a ordens do comando do PCC.

As mortes se tornaram seletivas. Policiais, familiares deles e civis estão sendo mortos e feridos. Mas nenhum delegado foi. O PCC parece não querer ir mais longe. Deu a demonstração de força pretendida. Recuará quando assim o decidir.

Então o governador Lembo poderá atualizar as declarações que fez ontem:

- A polícia está muito bem preparada e equipada. O controle é total. Não temos a menor preocupação com o futuro.

E agora? O que os psdbistas tem a falar sobre o caso?

Mas e o povo de São Paulo continuará solidário à candidatura de Alckmin?


Helena

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