Aliados ou não, muitos candidatos repaginam e disputam o DNA de programas federais para tentar herdar parte da popularidade do presidente
A alta popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez os candidatos regionais apelarem para todos os artifícios possíveis no intuito de absorver conquistas do governo federal. Programas como o Minha Casa, Minha Vida e o Bolsa Família são remodelados, recauchutados e têm até o DNA disputado aos cotovelos pelos candidatos a governador. A corrida rumo à melhor foto ao lado dos benefícios não obedece nem à coloração partidária. Oposição ou governistas, a todos interessa o mesmo pote.
Inimigo declarado de Lula desde que veio a público dizer que alertara o presidente sobre o mensalão, o senador Marconi Perillo (PSDB-GO) tenta comandar Goiás pela terceira vez. A principal bandeira do tucano é disputar a paternidade do Bolsa Família. No horário eleitoral, contou ao eleitor que foi dele a ideia de criar o programa. A sugestão teria sido dada ao petista em 2003. Na propaganda, em formato de entrevista, ao citar o Renda Cidadão, projeto estadual que transfere renda a famílias pobres de Goiás, Marconi cita o presidente e explica a sugestão dada há sete anos. "Insisti muito com o presidente Lula no sentido de que ele juntasse os programas sociais num só. Eu não sugeri o nome, daí a coisa evoluiu para o nome Bolsa Família."
Segundo o candidato, no dia do lançamento do Bolsa Família pelo governo federal, Lula teria reservado agradecimentos especiais apenas a ele, Marconi, e ao senador Eduardo Suplicy (PT-SP). "O Lula fez dois agradecimentos: um ao (senador) Suplicy e o outro à minha pessoa, pela insistência para que ele criasse o programa", revela o senador goiano. Ele ainda frisa que sempre apoiou as iniciativas do governo federal a favor do desenvolvimento do Brasil.
A tarefa de colher frutos de uma suposta paternidade do Bolsa Família inclui também a utilização de redes sociais para divulgação da mensagem. No vídeo postado pelo senador, contudo, o presidente confirma apenas que ouviu de Marconi a sugestão de "unificar os programas de assistência deste país".
A carona nos programas do governo federal também é constatada em estados como a Bahia e o Rio Grande do Norte, e no Distrito Federal. Candidato ao governo do DF, Joaquim Roriz (PSC) anunciou a criação do Minha Família, Meu Lar, versão brasiliense do Minha Casa, Minha Vida. O ex-governador promete construir apartamentos, regularizar terrenos e condomínios e criar uma linha de crédito para a reforma das casas. As propostas, segundo a assessoria de imprensa do candidato, seriam originais. Lula é quem teria copiado os programas habitacionais do ex-governador.
Genérico
Na Bahia, o mesmo programa inspirou Geddel Vieira Lima (PMDB) em sua tentativa de alcançar o Palácio de Ondina. O candidato prometeu criar uma versão do programa habitacional de Lula. Intitulou-o de Casa Bonita e promete ajudar as pessoas a remodelar e concluir obras inacabadas de suas residências. Outra promessa de Geddel é elevar o benefício mensal do Bolsa Família no estado para R$ 120, com recursos estaduais. "Só no primeiro ano do meu governo serão 226 mil famílias atendidas", anunciou. A assessoria do deputado ressaltou que o aumento do Bolsa Família deve-se às cidades baianas terem Índice de Desenvolvimento Humano abaixo da média nacional.
A oposicionista Rosalba Ciarlini (DEM-RN) também decidiu embarcar na onda do Bolsa Família para tentar se eleger governadora. A senadora colocou no programa de governo a promessa de ampliar os benefícios do Bolsa Família. "Meu adversário, que é governador (Iberê Ferreira), mandou agora um projeto sugerindo o complemento de até 25% no valor do benefício. A única coisa que fiz foi dizer que, se a proposta for aprovada, com verba prevista no Orçamento, bancarei o aumento", aponta Rosalba.
Ao passo em que lembra do Bolsa Família, Rosalba tem esquecido de Serra - ela não faz qualquer referência ao presidenciável. "A população aqui demonstrou que quer mudanças no governo estadual, mas está satisfeita com o governo federal", explica a senadora. Irritado com a apropriação de programas do governo federal por candidatos da oposição, Lula reclamou publicamente da prática. Em comício em Campo Grande, na terça, o presidente disse que o governador André Puccinelli (PMDB) apoderou-se de diversas bandeiras federais e conclamou os aliados a separar os projetos e apresentar ao eleitor.
O número
36 Dias
FALTAM PARA O 1º TURNO
Parece, mas não é
O que prometem quatro candidatos a governador
Geddel Vieira Lima (PMDB-BA)
Ex-integrante do governo Lula, Geddel mantém vínculos com programas do ex-chefe. Quer aumentar o Bolsa Família no estado e criar uma versão do Minha Casa, Minha Vida para os baianos: o Casa Bonita.
Joaquim Roriz (PSC-DF)
O candidato ao GDF anunciou a criação do Minha Família, Meu Lar, versão brasiliense do Minha Casa, Minha Vida. Ele alega que foi Lula quem copiou seus programas habitacionais.
Marconi Perillo (PSDB-GO)
O senador goiano disse no horário eleitoral que foi dele a ideia de criar o programa Bolsa Família. O presidente Lula confirmou ter ouvido de Marconi apenas uma sugestão para unificar programas sociais.
Rosalba Ciarlini (DEM-RN)
A senadora oposicionista promete bancar aumento de até 25% no Bolsa Família e ampliar o Programa Universidade para Todos, que concede financiamento para universitários de baixa renda no ensino privado.CB
2 Comentários:
Este tipo de notícia dá uma "baita" raiva na gente! Essa quadrilha, apoiada pelo Pig, teve a indescência de chamar o Presidente Lula até de assassino, e agora tem o despudor de se apoderar de suas obras! Espero que o PT e partidos aliados denunciem esses "lobos travestidos de ovelha" no horário eleitoral gratuito!
A busca pela paternidade do bolsa família pelos tucanos aprova o sucesso do programa. Agora cá pra nós, é muita cara de pau da maioria dos que agora tentam pegar carona neste projeto e que antes chamava de esmola, bolsa vagabundagem etc. É picaretagem eleitoral.
http://easonfn.wordpress.com
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