Tom Cruz
Queda de Palocci terá impacto no cenário eleitoral?
Veja análise Veja a entrevista em vídeo
Depois do terremoto que foi a saída do ministro mais forte do governo Lula, Antonio Palocci, da Fazenda, muda o cenário eleitoral? Para o cientista político Rogério Schmitt não haverá grandes modificações no quadro que as pesquisas já vêm apontando."Potencialmente, é uma situação delicada para Lula, já que o caseiro é o típico perfil de eleitor do presidente Lula: jovem, do sexo masculino, nordestino, de baixa renda. Resta saber até que ponto o eleitorado está associando o episódio de violação de sigilo do caseiro à figura do presidente", pondera.
Para ele, as próximas pesquisas já tragam algum impacto dos últimos acontecimentos, diminuindo a vantagem confortável entre o presidente e seu principal adversário, o tucano Geraldo Alckmin. "Mas a vantagem de Lula é tão grande que dificilmente Alckmin pode chegar a uma posição similar à que Serra estava", ressalva.Impacto maior, segundo o cientista político, só será sentido no segundo semestre --quando começa a campanha no rádio e TV e o povão tem mais contato com os candidatos e a conjuntura política".
A oposição, por outro lado, afirma, deve centrar o foco de suas denúncias no presidente. Mas para Schmitt é mais difícil fazer Lula "balançar" do que foi para os oposicionistas provocar a queda do ministro da Fazenda. "Palocci vinha balançando desde agosto do ano passado, com as primeiras denuncias do [ex-assessor] Rogério Buratti e levou oito meses pra cair.Lula levaria pelo menos o mesmo tempo, só que antes disso tem eleição.
Os ataques vão ter mais finalidade eleitoral do que de servir de instrumento para instalar um processo de impeachment ou forçar para que Lula não dispute eleição", disse.
Alckmin
Na opinião de Rogério Schmitt, o candidato tucano teve sorte de que a demissão do seu assessor especial de comunicação -sob denúncias de desvio de dinheiro de publicidade-tenha ocorrido exatamente no mesmo dia da queda de Palocci."O tema ficou na segunda pagina da cobertura jornalística.
De qualquer maneira, é algo que o Lula poderá utilizar contra o governador na campanha", afirma. Ele observa, no entanto, que o debate sobre ética dificilmente será o principal assunto da campanha. "Na política todo mundo tem telhado de vidro, ninguém é candidato a santo. Não que isso torne todos políticos iguais, mas é um tema que não se presta ao debate de idéias, que está no terreno quase pessoal. Isto vale para Alckmin e para Lula. A discussão sobre temas éticos tem utilidade restrita. Não tem fôlego para se sustentar durante toda a campanha. Até outubro, já vai ter mudado de foco."
0 Comentários:
Postar um comentário
Meus queridos e minhas queridas leitoras
Não publicamos comentários anônimos
Obrigada pela colaboração