Pages

quinta-feira, 7 de maio de 2015

Mensagem política forte do PT na TV tornou panelaço propaganda a favor



A propaganda partidária do PT exibida na televisão na noite de terça-feira (6) foi marcada pelo enfrentamento do debate político das grandes questões nacionais do momento. Foi tecnicamente bem feita, mas a política se sobrepôs ao marketing.

Além de exibir o fio condutor da história mostrando as transformações conquistadas nos governos petistas, o foco foi na demarcação das pautas de lutas atuais do partido.

Em dez minutos o PT combateu o projeto de terceirização ilimitada que precariza o trabalhador, defendeu impostos sobre grandes fortunas e defendeu a proibição do financiamento empresarial de campanhas eleitorais.

Logo no início cartazes resumiam algumas das principais pautas políticas do momento: contra a impunidade, em favor do combate à corrupção, contra a inflação, em favor do crescimento econômico, contra a redução da maioridade penal, a favor da igualdade de gêneros, contra a terceirização, pelos direitos trabalhistas.

Em seguida, o ex-presidente Lula foi direto ao ponto contra o Projeto de Lei 4330 da terceirização que passou na Câmara dos Deputados. "Esse projeto faz o Brasil retornar ao que era no começo do século passado. Voltar ao tempo em que o trabalhador era um cidadão de terceira classe, sem direitos, sem garantias, sem dignidade. Nós não vamos permitir este retrocesso. Vamos lutar mais uma vez para garantir nossas conquistas", disse o ex-presidente, que prosseguiu falando dos avanços nos últimos doze anos de governo petista. "Quem conquistou tanto não quer e não pode andar para trás. O PT está ao lado na luta do trabalhador contra a terceirização porque o PT nasceu para mudar o Brasil. E mudar o Brasil é garantir os direitos e a dignidade de quem constrói a grandeza deste país", concluiu.

Um trecho foi dedicado à crise mundial e aos ajustes econômicos necessário à retomada do crescimento. O PT defendeu que as medidas necessárias não afetem os mais pobres e sim quem tem mais recursos, defendendo o imposto sobre grandes fortunas, grandes heranças e ganhos especulativos.

A propaganda seguiu lembrando das políticas públicas implantadas e do processo de ascensão social da maioria da população nos governos petistas, incluindo o depoimento de universitários de origem pobre que se beneficiaram de bolsas do Pro Uni e de cotas, e de mães de baixa renda que conquistaram a casa própria. O programa Mais Médicos foi lembrado como uma exitosa política pública de saúde. Obras de infraestrutura de transporte, energia, exploração do petróleo do pré-sal também foram lembradas. Imagens com a presidenta Dilma Rousseff inaugurando ferrovias e conjuntos habitacionais foram mostradas.

Cerca de três minutos foram gastos com o tema combate à corrupção mostrando as ações concretas tomadas nos governos petistas. Mas o ponto alto que fez política com "P" maiúsculo foi reiterar a proposta de proibir por lei o financiamento empresarial de campanha, a raiz da corrupção. O PT adiantou que voluntariamente já adotará a medida em seus diretórios.

A propaganda partidária, por ser direta e resgatar as causas históricas que o partido sempre defendeu, foi um sopro de vida no cenário político neste momento em que a toda a narrativa da oposição partidária e midiática visa a desconstrução da política. A maioria dos partidos dissimulam suas reais intenções, falam generalidades sem assumir compromissos e objetivos concretos, e se limitam apenas a atacar os adversários.

Como não poderia deixar de ser na atual conjuntura brasileira, houve panelaço, sobretudo nos bairros mais ricos de algumas capitais, conforme estava marcado pelas redes sociais e incentivado por políticos tucanos e pela mídia oposicionista. De certa forma o panelaço ajuda a propagar a mensagem petista.

Afinal, a não ser quem já é antipetista raivoso, vão se perguntar o porque dos moradores de bairros ricos baterem panela, enquanto os petistas lutavam contra a terceirização, defendiam imposto sobre grandes fortunas e a proibição do financiamento eleitoral por empresas. E quem ainda não estava inteirado sobre os malefícios da terceirização ilimitada, a ficha vai cair, mais cedo ou mais tarde, e ver quais partidos estão ao lado das causas populares de fato.

0 Comentários:

Postar um comentário


Meus queridos e minhas queridas leitoras

Não publicamos comentários anônimos

Obrigada pela colaboração