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terça-feira, 29 de agosto de 2017

'Forbes': Poucos países estão em situação tão ruim quanto Brasil, diz Goldman Sachs



A revista americana Forbes publicou nesta terça-feira (29) um artigo de Kenneth Rapoza, especialista nos Brics (Brasil, Rússia, Índia e China) onde analisa que os anos de recessão do Brasil, sua inclinação para os modelos empresariais de destruir o capitalismo e o boom da renda média da China finalmente colocaram o poder de gastos do brasileiro médio em relação de igualdade ao do chinês médio.

"Mas primeiro, uma pequena declaração de responsabilidade: verdade seja dita, a China está se recuperando. Eles superaram os novos Estados membros da zona do euro nos países Bálticos e a renda mediana das suas maiores cidades é igual ou superior à da Europa Oriental. Os Balcãs? Esqueça. A China é mais rica", informa o autor.

Todo mundo está sendo levado ao limite quando se trata de despesas gerais e diminuição dos salários da classe média, diz Kenneth. Portanto, o fato dos habitantes locais da China estarem ganhando mais e tendo mais poder de despesa do que os brasileiros, pela primeira vez, não é necessariamente culpa do Brasil. É apenas que a China foi um trem bala e o Brasil, na melhor das hipóteses, uma maria fumaça em uma estrada enferrujada, parcialmente destruída.

Forbes lembra que há seis anos, a renda per capita do Brasil foi a terceira maior da América do Sul, atrás do Uruguai (nº 1) e do Chile (nº 2). A renda per capita situou-se em mais de US $ 13.000, uma alta recorde. No ano passado, caiu para US $ 8,600 per capita, aproximadamente US $ 500 a mais do que a China, de acordo com o Banco Mundial.

O Fundo Monetário Internacional tem um cálculo diferente e coloca a paridade do poder de compra chinês em US $ 15.399 em 2016, contra os $ 15.242 do Brasil. A tendência não é amiga do Brasil. A China vai superar o Brasil a partir deste documento, de acordo com o FMI, informa Forbes.

Em 1980, os consumidores brasileiros tinham 15 vezes o poder de gastos da média chinesa, mas aqueles dias já se foram, destaca Rapoza.

Pesquisa de um diretor local da Goldman Sachs, chamado Alberto Ramos, diz: "Na verdade, há poucos países que estão em uma situação tão ruim quanto o Brasil".

Um dos motivos, além da culpa usual, em relação à governança pobre e ao surgimento da bolha de commodities, é que as empresas brasileiras simplesmente não investem como os seus homólogos chineses. Na verdade, eles não investem como seus homólogos indianos, nem têm investido tanto quanto os colombianos, avalia Forbes.

O investimento corporativo no Brasil representa 17% do PIB, de acordo com os últimos números do FMI. O investimento da Colômbia como porcentagem do PIB é de 25%; A Índia é de 31% e a China é de 44%.

Ao longo das últimas décadas, os trabalhadores brasileiros ganharam principalmente graças a políticas de esquerda que elevaram o salário mínimo em dois dígitos em relação à inflação. No saldo, é difícil dizer que os brasileiros estavam ganhando mais dinheiro, em geral, porque as empresas faziam mais e vendiam mais widgets e serviços.

O Brasil é um dos mercados de trabalho menos produtivos, de acordo com o Conference Board. E não tem uma grande classe de investimento. A maior parte do dinheiro que flui para a Bovespa vem dos americanos com dinheiro para queimar. Tanto que as grandes corporações do Brasil na Bovespa - da Petrobras para o Itaú - representam apenas 28% do PIB global do país, o que significa que o mercado não é tão líquido como em lugares como a China, onde o limite de mercado das bolsas de valores lá é igual a 74% do PIB nacional, finaliza.

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