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terça-feira, 9 de maio de 2017

Dono da UTC diz a Moro que não discutiu repasse de propina ao PT com Lula


Dono da empreiteira UTC e um dos delatores da Operação Lava Jato, Ricardo Pessoa disse nesta segunda-feira (8) que não discutiu o repasse de propinas para o PT com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em depoimento ao juiz federal Sérgio Moro, Pessoa reafirmou o pagamento de vantagens indevidas a partidos políticos para que a sua empresa pudesse firmar contratos com a Petrobras. Segundo ele, os executivos eram “cobrados” a efetivar os repasses.


Como o dono da UTC já firmou acordo de colaboração premiada e forneceu as informações que tinha conhecimento sobre o esquema de corrupção, os investigadores do Ministério Público Federal pediram que ele respondesse objetivamente às questões. Ao final do depoimento, que durou pouco mais de 20 minutos, o juiz Sérgio Moro pediu alguns esclarecimentos.

Questionamentos diretos

Respondendo aos questionamentos diretos, o executivo da UTC negou que tenha tratado do repasse de valores com o ex-ministro Antonio Palocci ou com o então presidente Lula. Ricardo Pessoa contou que os repasses começaram a ocorrer após 2006. Segundo ele, tendo como base as prioridades de investimentos da Petrobras, os contratos eram acertados pelas empreiteiras, que ficavam responsáveis pelas obras e repasse dos valores.

“Se pagava propina porque éramos instados a colaborar, tanto para o PP, através do diretor Paulo Roberto Costa [diretor de Abastecimento], do deputado José Janene, depois a cargo do Alberto Youssef. .

Pessoa deu as declarações na ação penal em que Lula, Palocci e Marcelo Odebrecht são réus na Lava Jato. Durante a audiência, Sérgio Moro determinou uma série de intimações para testemunhas de defesa e de acusação, após pedidos feitos pelos advogados presentes e agendou parte das audiências. Na última sexta-feira (5), o ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, disse que o ex-presidente tinha conhecimento e “comandava” o esquema.

Outro lado

Por meio de nota à imprensa, a assessoria de Lula disse que o depoimento de Ricardo Pessoa não ajudou “a corroborar a tese dos procuradores”. De acordo com o comunicado, o executivo confirmou não ter conhecimento de “qualquer ligação” entre os esquemas de corrupção e o ex-presidente.

“Depois do Ministério Público, nenhum advogado de defesa dos réus no processo se interessaram em fazer mais perguntas, encerrando o depoimento. De acordo com a lei, findadas as perguntas das partes, pode o juiz que conduz a audiência também fazer questionamentos, exclusivamente para esclarecer pontos que possam gerar dúvidas dentro do que já tenha sido dito pela testemunha. O juiz Sérgio Moro, porém, achou por bem ir além do que permite a lei, e perguntou, por sua própria vontade: 'O senhor tratou desses assuntos [propina] com Antônio Palocci?'. A resposta: 'Não, excelência'. Depois, perguntou: 'O senhor tratou desses assuntos com o senhor Luiz Inácio?'. 'Nunca, excelência'”, escreveu a assessoria de Lula.


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