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terça-feira, 18 de abril de 2017

Mais R$ 50 milhões em propina para Aécio



Ex-executivo da construtora revelou pagamentos em delação premiada; dinheiro seria para tucano defender interesses da empreiteira

 Delatores da Odebrecht relataram à Procuradoria Geral da República (PGR) que o presidente do PSDB, senador Aécio Neves, recebeu no exterior R$ 50 milhões pagos como propina para que ele defendesse os interesses da empreiteira nas usinas hidrelétricas do Rio Madeira, Jirau e Santo Antônio. O caso está sendo investigado em um dos cinco inquéritos contra o tucano, autorizados pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF). As informações são do jornal “O Estado de S. Paulo” e chegaram a ser adiantadas pela revista “Veja” antes da divulgação da “lista de Fachin”.

Conforme publicou o jornal, o ex ­executivo da empreiteira Henrique Valladares afirmou que o “cronograma de pagamento” feito a “Mineirinho”, codinome atribuído a Aécio, foi em parcelas que variavam de R$ 1 milhão a R$ 2 milhões. Ele disse que o roteiro para os repasses foi fornecido pelo ex­diretor de Furnas Dimas Toledo, aliado do tucano e chamado por ele de “operador do PSDB”.

A maioria dos depósitos teria sido feita em uma conta em Cingapura controlada por Alexandre Accioly, empresário amigo de Aécio, que é dono da rede de academias Bodytech. Valladares contou que as propina referentes às usinas, somaram R$ 120 milhões.

O empresário Marcelo Odebrecht relatou que o valor foi acertado com Aécio em uma reunião no Palácio das Mangabeiras, residência oficial do governador de Minas, em maio de 2008, quando o tucano ainda comandava o Estado. Pelo combinado, a Odebrecht teria que pagar R$ 30 milhões e a Andrade Gutierrez, R$ 20 milhões. O objetivo dos pagamentos seria conseguir apoio de Aécio no relacionamento com a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), controlada pelo governo de Minas.

A estatal e a Odebrecht integraram o consórcio que venceu a licitação para as obras de Santo Antônio. Marcelo disse que os “vultosos repasses financeiros” foram feitos ao senador e seus aliados porque Aécio “sempre teve forte influência na área de energia”. A PGR, embora sustente haver indícios suficientes de que o tucano se envolveu em corrupção, fraude a licitações e desvio de recursos públicos, ainda não tem clareza sobre a cifra total que teria sido paga a ele e a aliados.

Conforme os delatores, os pagamentos supostamente solicitados por Aécio foram feitos também em espécie a intermediários. “A Odebrecht mantinha um histórico de relacionamento com o senador, pautado na oferta de valores em troca de benefícios ilícitos”, disse o procurador geral da República, Rodrigo Janot.

 Aécio foi citado por ao menos cinco colaboradores da Odebrecht como o autor de pedidos de propina e caixa 2, entre 2008 e 2014. Somados, os valores mencionados chegam a R$ 89,5 mi.

1 Comentários:

jorge disse...

E agora Moro, vai ficar nos pedalinhos e o triplex que não é do Lula ou vai investigar seu amigo?

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