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segunda-feira, 27 de março de 2017

Michel Temer vai fazer poucos amigos com aumento de impostos



Michel Temer vai fazer ainda menos amigos e poucos bons negócios nas próximas semanas, que serão de arrochos, impostos e conflito social.

Havia revolta contra a reforma da Previdência. Há a revolta nascente contra a terceirização precária, que vai ficar feia. A elite empresarial já avisou a Temer que não quer mudanças nessa lei, mesmo cheia de imprecisões jurídicas, acertada entre empresas e deputados.

O humor deve piorar com o aumento de impostos de R$ 22 bilhões que os economistas do governo devem propor nesta semana. Parte disso vai bancar o reajuste dos servidores federais que Temer concedeu alegremente no ano passado.

O dinheiro dos tributos extras deve vir, na maior parte, do fim das desonerações da folha de pagamentos ..... Um tanto deve sair de impostos sobre combustíveis. De IOF maior. Talvez de IPI (produtos industrializados) e de PIS/Cofins.

O governo precisa tapar o rombo do rombo nas suas contas, de R$ 58,2 bilhões. Equivale à despesa de dois anos de Bolsa Família. À mais de metade do gasto em Saúde. A uma vez e meia o investimento anual "em obras".

"Rombo do rombo": é o que falta para o governo atingir a meta de deficit de R$ 139 bilhões.

Neste ano, o governo não tem como cortar R$ 58,2 bilhões sem quase parar e talhar o parco dinheiro para investimentos "em obras", o que de resto prejudicaria o crescimento de 2017, quase nulo.

O pessoal do "mercado" estimava que o governo faria um corte de gastos de R$ 30 bilhões. Os economistas do governo querem talhar no máximo R$ 20 bilhões. O resto da rolha do rombo viria de R$ 22 bilhões de impostos e R$ 16 bilhões de decisões judiciais.

O aumento de impostos é incerto, porém. A volta do pagamento de INSS por empresas depende do Congresso e só poderia ser cobrada 90 dias depois de aprovada pelos parlamentares.

A reoneração renderia, em um ano, cerca de R$ 15 bilhões. Se tudo der certo, entrariam apenas R$ 8 bilhões neste 2017. Mas haverá grita das empresas, que ameaçam demissões se voltarem a pagar mais para o INSS.

Deve vir aumento do IOF, mas não sobre compra de moeda ("dólar") e gastos com viagens internacionais (cartões) nem sobre crédito, diz o governo. Viria então de onde? Câmbio e crédito são três quartos da receita do imposto, de R$ 36 bilhões ao ano. Vai se tributar aplicação financeira?

Os brasileiros ora gastam mais de R$ 55 bilhões em viagens internacionais por ano. O IOF sobre saída de câmbio rende R$ 3,5 bilhões. Está aí um prato cheio de imposto, que além do mais renderia algum para o turismo doméstico.

É possível elevar com uma canetada a Cide e PIS/Cofins sobre combustíveis. A Cide rende R$ 5,5 bilhões ao ano. Nos tempos de alíquota maior, 2002-2007, rendia R$ 16 bilhões anuais. PIS/Cofins rendem R$ 23 bilhões por ano. Tudo isso, porém, é custo na veia e alguma inflação.

O governo complicou ainda mais a reforma da Previdência com a tramitação simultânea de uma lei selvagem de terceirização, "luta de classes". No meio do caminho, põe a pedra dos impostos. Vai ficar difícil.De Vinicius Torres Freire. Leia mais em: Partido  os banqueiros lançará dono da Riachuelo  a presidente. Ele já foi envolvido em escândalo financeiro

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