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domingo, 4 de dezembro de 2016

Com medo de protestos, Temer evita viajar pelo Brasil para inaugurar obras que Dilma fez



Com receio de protestos que causem dano à imagem do governo federal, o presidente Michel Temer tem evitado viajar pelo país para participar de inaugurações de obras públicas desde que assumiu o Palácio do Planalto.

Em quase sete meses, o peemedebista esteve presente em apenas duas solenidades de entrega de empreendimentos com participação da máquina federal: uma no Rio de Janeiro e outra no Paraná.

Nas duas unidades da federação, os governadores são de partidos aliados ao Palácio do Planalto. No Paraná, foi inaugurada a fábrica de celulose da Klabin e, no Rio de Janeiro, a Linha 4 do Metrô. Em ambas, houve financiamento de bancos oficiais.

No período, a equipe presidencial chegou a programar agendas para Temer em Pernambuco, para visita a trecho de obra da transposição do rio São Francisco, e para Mato Grosso, para entrega de títulos de propriedade rural. O peemedebista, contudo, acabou não viajando.

Os  próprios ministros envolvidos na entrega de obras governamentais também convidaram o presidente para inaugurações, mas Temer tem pedido que eles o representem nas solenidades públicas e ressaltado que tem priorizado esforço concentrado para a aprovação de medidas econômicas no Congresso.

Entre maio e dezembro, foram entregues, mesmo que parcialmente, 150 empreendimentos do Minha Casa, Minha Vida, segundo o Ministério das Cidades. Nenhum ato com a presença de Temer.

No Ministério da Integração Nacional, por exemplo, há 316 obras que já podem ser inauguradas no Nordeste, Norte, Centro-Oeste e Sul.

A lógica de evitar Norte e Nordeste, regiões que nas últimas eleições presidenciais se configuraram como redutos petistas, também se reproduziu nas viagens. Desde que assumiu o Planalto, Temer cumpriu agendas oficiais apenas em SP, RJ, PR e SC.

Aliados da região cobram a presença do presidente. "Esse tipo de proximidade é importante para integrar as demandas da população e as proposições do governo. Desde o início, a gente sempre defendeu que o presidente circulasse", afirma o deputado Danilo Forte (PSB-CE).

Com baixa popularidade, Temer preferiu, no período, tomar as rédeas da articulação política, o que já tem sido criticado por auxiliares. Na opinião deles, diante da crise de imagem causado pelas saídas de ministros, chegou a hora de o presidente se "desencastelar".

Na avaliação de ministros e assessores, há o risco de a popularidade de Temer piorar caso ele enfrente protestos, reforçando discurso da oposição de que lhe falta apoio popular.

É com tal dilema que o presidente tem se deparado sobre visitar, no fim da semana, PE, AL e CE. Uma programação de inaugurações e assinaturas foi preparada para ele.Informações Folha

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