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quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Paulo Roberto Costa já pode tirar tornozeleira



Primeiro delator da Operação Lava-Jato a revelar o esquema de corrupção envolvendo partidos políticos na Petrobras, o ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa já pode deixar de usar tornozeleira eletrônica e passará a cumprir apenas quatro horas de serviços comunitários. Segundo a defesa de Costa, a retirada deve ocorrer até esta sexta-feira. Por determinação do juiz Sérgio Moro, Costa deve ainda apresentar relatório trimestral de atividades.

Costa assinou acordo de delação premiada em agosto de 2014. Ele confessou ter sido indicado para o cargo pelo PP, em troca de arrecadar propina para o partido. A Diretoria de Abastecimento, comandada por Costa, era a responsável por grandes volumes de investimentos da petrolífera, como o da Refinaria Abreu e Lima, em Recife.

Depois de fechar o acordo, Costa cumpriu prisão domiciliar e em outubro de 2015 passou a cumprir regime semiaberto, com uso de tornozeleira eletrônica e obrigatoriedade de permanecer em casa à noite e nos fins de semana. Desde então, já podia trabalhar e viajar, desde que autorizado pela Justiça.
Pelo acordo, Costa poderia deixar de usar a tornozeleira e progredir para o regime aberto desde 1 de outubro de 2016, mas ainda assim foi preciso negociar com o Ministério Público Federal e obter autorização judicial.

Costa envolveu toda a sua família no esquema de corrupção da Petrobras. Juntos, criaram 18 empresas para fazer negócios e dissimular os ganhos ilícitos. A família abriu ainda várias contas no exterior e 12 offshores. Apenas de duas contas, na Suíça e no Canadá, foram restituídos US$ 23 milhões.

O ex-diretor da estatal se comprometeu a R$ 5 milhões em indenização cível por crimes contra a administração pública e entregou alguns bens à União, entre eles uma lancha avaliada em R$ 1,1 milhão, um terreno no município de Mangaratiba, no Rio de Janeiro (R$ 3,2 milhões) e valores em dinheiro apreendidos em sua residência (R$ 762 mil, US$ 181 mil e € 10,9 mil).

Costa foi flagrado na Lava-Jato porque recebeu do doleiro Alberto Youssef, como parte de pagamento de propina, uma Range Rover Evoque, no valor de R$ 300 mil.

O doleiro Alberto Youssef obteve deve deixar a prisão no próximo dia 17. Ele cumprirá prisão domiciliar e poderá sair do apartamento onde vai morar, em São Paulo, apenas para ir na academia do prédio. O doleiro estava preso desde 17 de março de 2014, quando foi deflagrada a primeira fase da Lava-Jato.


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