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quinta-feira, 24 de novembro de 2016

'Não tenho esse conhecimento', diz delator questionado se Lula pediu propina



'Não tenho esse conhecimento', diz delator questionado se Lula pediu propina
Na ação penal em que Paulo Roberto Costa. Cerveró nega indicação de Lula para cargo na Petrobrás em 2003

O engenheiro Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, cumpriu na quarta-feira, 23, mais uma etapa da sua jornada sem fim como delator da Operação Lava Jato. Arrolado pelo Ministério Público Federal como testemunha de acusação do ex-presidente Lula, Costa foi à audiência na Justiça Federal em Curitiba, sob presidência do juiz Sérgio Moro, e disse a frase "não tenho esse conhecimento", quando questionado se Lula solicitou ou recebeu vantagem indevida em razão do cargo que possuía.

O delator deu a mesma resposta quando perguntado se Lula aceitou promessa de vantagem indevida em razão do cargo e se Costa tinha conhecimento que a OAS, por seus executivos Léo Pinheiro e Agenor de Medeiros, teria oferecido vantagem indevida em razão do cargo ao ex-presidente da República.

Foi o depoimento 207 do delator desde que fechou acordo com a força-tarefa e assumiu o compromisso de atender as chamadas de todas as frentes da Lava Jato.

Na ação penal em que Paulo Roberto Costa depôs, Lula é réu .procuradores acusam Lula de ter recebido R$ 3,7 milhões em propinas da empreiteira OAS.

Costa respondeu cinco perguntas em sequência de um dos advogados do ex-presidente Lula na parte final de seu depoimento. Os diálogos foram os seguintes:

Advogado: Tem conhecimento que o ex presidente Lula solicitou vantagem indevida em razão do cargo?

Paulo Roberto Costa: Não tenho esse conhecimento.

Advogado: Tem conhecimento que o ex-presidente Lula aceitou promessa de vantagem indevida em razão do cargo?

Paulo Roberto Costa: Não tenho esse conhecimento.

Advogado: Tem conhecimento que o ex-presidente recebeu vantagem indevida em razão do cargo?

Paulo Roberto Costa: Não tenho esse conhecimento.

Advogado: Tem conhecimento que a OAS, por seus executivos Léo Pinheiro e Agenor de Medeiros, teria oferecido vantagem indevida em razão do cargo ao ex-presidente Lula?

Paulo Roberto Costa: Não tenho esse conhecimento.

Advogado: Tem conhecimento que os executivos Léo Pinheiro e/ou Agenor Medeiros teriam prometido vantagem indevida em razão do cargo ao ex-presidente Lula?

Paulo Roberto Costa: Não tenho esse conhecimento

Cerveró nega indicação de Lula para cargo na Petrobrás em 2003

Em depoimento na ação penal no âmbito da operação Lava Jato, o ex-diretor da Área Internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, afirmou nesta quinta-feira (24) que não conhecia e não teve contato com o ex-presidente quando assumiu o cargo na Petrobrás, em 2003.

“Não houve negociação com o Lula. (....). Não conheci o presidente Lula nessa época e não sei de nenhuma interferência dele neste caso”, afirmou.

O ex-diretor também afirmou que quando assumiu o cargo, não firmou nenhum acordo para pagamento de propina ou arrecadação para fundos partidários. ” Anteriormente a minha nomeção eu não fiz nenhum tipo de acordo preliminar de qualquer tipo de compromisso nesse sentido. Depois da minha nomeação aconteceu, como já descrevi em outros depoimentos”, afirmou.

Em depoimento no dia 8 de novembro Cerveró afirmou que Lula o teria indicado ao cargo de diretor financeiro na estatal, em 2008, como agradecimento pela atuação do ex-diretor pelo perdão de uma dívida de R$ 12 milhões do PT, junto ao banco Schahin, com recursos de um contrato da estatal.

“Não foi um reconhecimento oficial, mas foi um motivo de reconhecimento que levou o presidente Lula a me indicar para a BR Distribuidora. Isso me foi dito pelo pessoal da Schahin”, afirmou em depoimento. “A informação que me foi dada é que isso seria um reconhecimento do trabalho que eu havia feito na liquidação da dívida do PT em 2006. Eu tinha conseguido através da contratação da Schahin Óleo e Gás, operadora de uma das sondas que nós contratamos”, acrescentou Cerveró.

Sobre o triplex no Condominio Solaris, apontado pelo MPF como do ex-presidente Lula, Cerveró foi incisivo em dizer que não conhece o local. “Eu não conheço nem o Guarujá. A informação que eu tenho é a da mídia”, disse.

Sobre o período em que Cerveró deixou a diretoria da área internacional para ocupar cargo na BR Distribuidora, Moro questionou sobre os motivos que o fizeram deixar o a posição já que ele poderia ter permanecido caso atendesse interesses financeiros de grupos políticos ligados à Câmara. Segundo Cerveró, a forma que o acordo foi colocado, com pagamentos mensais, seria uma “loucura”. “Uma coisa é uma contribuição que pode surgir de determinado negócio outra é a maneira como o acordo foi colocado, com pagamentos mensais como uma mesada, isso é uma loucura. Isso não é uma possibilidade e eu disse que não poderia atender este tipo de compromisso”, declarou.

Veja os depoimentos de Nestor Cerveró na íntegra


Leia mais em; Combate à corrupção 'esqueceu' do mensalão do DEM, que corre risco de caducar

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