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quarta-feira, 19 de outubro de 2016

PMDB e PSDB são citados em proposta de delação da Delta


Fernando Cavendish aponta Aloysio Nunes, Marconi Perillo e o ex-governador Sérgio Cabral

Fernando Cavendish, empresário dono da construtora Delta Engenharia, negocia um acordo de delação premiada no qual pretende detalhar supostos pagamentos de propinas a políticos do PMDB e do PSDB relacionados a obras nos governos de São Paulo, Rio e Goiás, de acordo com apuração do jornal O Estado de S. Paulo.

A delação envolveria também estatais federais como o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e Petrobras, diz a reportagem. O acordo de colaboração faz parte da Operação Saqueador, da qual o empresário foi alvo em junho deste ano.

De acordo com o jornal, são citados o líder do governo no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP); o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB); e o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB).

A empreiteira integrou consórcio responsável por um dos lotes da obra de ampliação da Marginal Tietê, que foi alvo de denúncia do Ministério Público de São Paulo. A investigação apura o pagamento de um aditivo de R$ 71 milhões à Delta que teria sido repassado a empresas de fachada em nome do operador Adir Assad, alvo da Operação Lava Jato. Um dos responsáveis pela obra era o ex-diretor da Dersa Paulo Vieira Souza, afilhado político de Nunes Ferreira. À época da assinatura dos aditivos, Vieira Souza não era mais diretor da estatal paulista.

Realizada entre 2009 e 2011, a obra foi resultado de um convênio entre o governo de São Paulo, comandado na época pelo atual ministro das Relações Exteriores, José Serra (PSDB), e a gestão municipal de Gilberto Kassab (PSD). A Delta recebeu ao todo R$ 360 milhões para a execução do lote 2.

Cavendish, segundo a reportagem, também "detalha sua relação com o ex-governador do Estado Sérgio Cabral (PMDB) e desvios praticados para obter contratos de obras, como a reforma do Estádio do Maracanã, do Parque Aquático Maria Lenk, na Barra da Tijuca, realizado com dispensa de licitação, e da transposição do Rio Turvo. À época da Operação Monte Carlo, quando surgiram pela primeira vez as suspeitas sobre a relação de Cavendish e Cabral, o ex-governador Anthony Garotinho chegou publicar fotos do empresário, do ex-governador e integrantes do governo carioca em momentos de descontração em Paris e Mônaco."

O Estadão também apontou o caso da reforma do Maracanã para a Copa de 2014, "o suposto pagamento de propina já foi citado em delação premiada pelos executivos Rogério Nora de Sá e Clóvis Peixoto Primo, da Andrade Gutierrez. Segundo os delatores, Cabral teria cobrado 5% de propina do valor total do contrato para liberar a formação do consórcio entre Andrade, Odebrecht e Delta. Orçada inicialmente em R$ 720 milhões, a obra custou cerca de R$ 1,2 bilhão. O ex-governador nega ter recebido os valores. Em outro anexo, Cavendish também detalha uma série de pagamentos para parlamentares federais e estaduais do PMDB."

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