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sexta-feira, 24 de junho de 2016

MP pede que ministro do Planejamento seja impedido de ocupar cargo público



O Ministério Público (MP) junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) pediu que Dyogo Henrique de Oliveira, ministro do Planejamento do presidente interino Michel Temer, seja inabilitado por até oito anos para o exercício de funções de confiança no serviço público em razão da prática das "pedaladas" fiscais. Além disso, o procurador Júlio Marcelo de Oliveira sugeriu que Dyogo seja multado por conta das "pedaladas", consideradas como "grave infração cometida".

O entendimento é que o ministro de Temer teve responsabilidade na infração fiscal praticada na gestão da presidente afastada Dilma Rousseff. O parecer do MP foi concluído nesta sexta-feira e integra o processo no TCU que investiga as "pedaladas" praticadas até 2014. Além de Dyogo Oliveira, devem ser responsabilizados, na visão do MP, as seguintes ex-autoridades do governo Dilma: os ex-ministros da Fazenda Guido Mantega e Nelson Barbosa; o ex-secretário do Tesouro Nacional Arno Augustin; o ex-subordinados dele Marcus Pereira Aucélio e Marcelo Pereira de Amorim; o ex-presidente da Caixa Jorge Hereda; o ex-presidente do BNDES Luciano Coutinho; o ex-presidente do Banco do Brasil Aldemir Bendine; o ex-presidente do Banco Central Alexandre Tombini; e Túlio Maciel, chefe do Departamento Econômico.

Este processo serviu de base para o julgamento das contas de 2014 de Dilma, cujo parecer aprovado em plenário foi pela rejeição. A suposta repetição da manobra fiscal em 2015 é analisada num segundo procedimento aberto no tribunal, integra a lista de 23 indícios de irregularidades das contas de 2015 da presidente afastada e é um dos pontos do processo de impeachment no Congresso.

Em abril do ano passado, o TCU listou 17 responsáveis pelas "pedaladas" e estabeleceu prazos para defesas. A fase, agora, é de individualização das responsabilidades. Caberá ao ministro relator, José Múcio Monteiro, decidir o que levará a plenário, o que ainda não tem data para ocorrer. O parecer do MP é no âmbito deste processo.

A sugestão do procurador Oliveira é que todos sejam multados. Ele também pediu que eles sejam inabilitados para cargos comissionados ou de confiança pelo prazo de cinco a oito anos.

"As irregularidades apuradas, notadamente os atrasos sistemáticos e significativos na transferência de recursos do Tesouro Nacional para os bancos públicos federais (referentes principalmente ao Bolsa Família, seguro-desemprego, abono salarial e subvenções em financiamentos bancários) ostentam extrema gravidade, na medida em que representam desobediência a dispositivos fundamentais da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF)", escreveu o procurador.

Tanto Dyogo quanto Barbosa, na condição de ministros interinos da Fazenda, assinaram portarias estabelecendo prazos dilatados para pagamentos de auxílios em juros de financiamentos do BNDES, o que foi interpretado como "pedalada" fiscal. Para o MP, as portarias têm "teor semelhante e até mais grave" do que portaria do titular na época, Mantega. "O fato de terem emitido portarias na condição de ministros interinos não tem o condão de afastar suas responsabilidades pelas irregularidades", sustentou Oliveira.No Globo

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