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segunda-feira, 27 de junho de 2016

Empréstimo fraudulento teria bancado imóveis de tucanos



O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) deve se posicionar nesta semana sobre o pedido do publicitário Marcos Valério para fazer um acordo de delação premiada. As revelações do operador dos esquemas que ficaram conhecidos como mensalão do PSDB  pode comprometer, principalmente, o PSDB. Entre as novas informações que o publicitário estaria disposto a divulgar está um esquema de contratação de empréstimos fraudulentos no Banco Rural para bancar a compra de imóveis de dois importantes políticos tucanos mineiros.(ele ainda não citou os nomes)

 Valério guarda a sete chaves documentos originais que comprovariam operações fictícias que teriam bancado vantagens pessoais desses políticos.

Além disso, ele teria provas do esquema que, em 1998,desviou verbas públicas para a campanha de reeleição do então governador Eduardo Azeredo (PSDB).

Em dezembro passado, Azeredo foi condenado a 20 anos e 10 meses de prisão pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro. Ele nega que os crimes e recorre em liberdade da decisão da9ª Vara Criminal de Belo Horizonte.

Além de provas documentais, Marcos Valério estaria disposto a indicar testemunhas que também teriam informações a dar à Justiça.

 No último dia 21, Valério foi levado da prisão, onde cumpre pena de 37 anos, até a sede do Ministério Público. A conversa preliminar com os promotores de Defesa do Patrimônio Público se estendeu por quase três horas. Valério foi ouvido por três promotores e um integrante da Lava Jato em Curitiba

Na ocasião, ele apresentou algumas provas do que promete revelar. A defesa acredita que se o acordo de dela- ção for homologado os depoimentos podem durar até cinco dias.

Motivação

Pena. Marcos Valério também decidiu colaborar com as investigações ao se assustar com a alta pena de 20 anos de prisão aplicada ao ex-governador e ex-deputado federal Eduardo Azeredo.

Esquema rendeu três ações na Justiça

Após ser condenado no mensalão, Marcos Valério é réu no esquema de desvio de recursos públicos para o caixa 2 da campanha à reeleição do então governador Eduardo Azeredo (PSDB) em 1998, que ficou conhecido como mensalão mineiro. O caso já levou à condenação de Azeredo a 20 anos e dez meses de prisão.

Em outra ação, o ex-senador e ex-vice-governador de Minas Clésio Andrade é processado. Na terceira ação penal, são sete réus, incluindo o próprio Marcos Valério, cujo interrogatório foi marcado para 1º de julho. Além dele, são acusados Ramon Hollerbach Cardoso e Cristiano Paz, sócios nas agências de publicidade DNA e SMP&B; os diretores da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Comig, hoje Codemig) Renato Caporali Cordeiro e Lauro Wilson de Lima Filho e o ex-secretário adjunto de Comunicação Social Eduardo Pereira Guedes Neto.

O outro investigado é o atual secretário de Estado da Fazenda, José Afonso Bicalho, cujo julgamento cabe ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), por conta do foro privilegiado. Todos os acusados negam as irregularidades.

Entre os termos negociados por Marcos Valério está a possibilidade de que ele seja transferido para uma Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (Apac) de Santa Luzia, na região metropolitana de Belo Horizonte.

Situação. Atualmente, ele cumpre pena na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem. Desde o ano passado, a defesa tenta mudar o acautelamento.

Preso desde novembro de 2013 no julgamento do mensalão, o operador foi condenado a 37 anos de prisão.Jornal O Tempo

Depoimentos se completam

Se o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) aceitar a delação de Marcos Valerio, o empresário poderá apresentar provas que corroboram a colaboração do ex-senador Delcídio do Amaral (MS-sem partido). Raul Amaral, advogado de Delcídio, comemorou a disposição de Valério em falar. "A colaboração do Delcídio é ímpar. Ela amarra todas as pontas que estavam soltas em várias colaborações.

Em relação à colaboração do Marcos Valério, foi o Delcídio que teve coragem de dizer por que ele ficou tantos anos calado. Aliás, todas as informações reveladas vêm sendo confirmadas", disse o defensor em referência ao que já foi divulgado e ao que está por vir.

Os documentos que Valério promete entregar à Justiça podem provar materialmente as denúncias de Delcídio de que, durante a CPI dos Correios, o senador Aécio Neves (MG) atuou para maquiar extratos bancários do Banco Rural que revelariam o mensalão mineiro.

Segundo Delcídio do Amaral, as informações prejudicariam Aécio e o ex-vice-governador Clésio Andrade - além de envolver a Assembleia de Minas e o próprio Valério.

No relato de Delcídio, a fraude esconderia a gênese do mensalão, que teria surgido em Minas. Ele ainda cita na delação o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), na época deputado federal pelo PSDB. Ele e Aécio são alvos do inquérito que está com o ministro Gilmar Mendes no Supremo Tribunal Federal (STF). Aécio e Paes negam. (

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