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terça-feira, 8 de março de 2016

Videocassetada na Lava jato: capoteiro é levado a depor por engano.



"Uai, eu fiquei meio assim, falei: será que usaram meu nome nesse trem? Eu nunca me envolvi com nada errado. De uma hora pra outra aparece negócio de Lava Jato, coisa que eu vejo falar na televisão". A declaração é do capoteiro de veículos Jorge Washington Blanco, após ser intimado a depor na manhã da última sexta-feira (4), por engano, na Operação Lava Jato.

Comentário:
Ainda bem que não foi preso por engano.

Na operação Zelotes também houve um engano. Um mandado de condução coercitiva, além de um de busca e apreensão, estava em nome de Marcos Antônio Biondo, que atuou como consultor jurídico tributário da Gerdau até dezembro de 2015, e mora em Porto Alegre. No entanto, o endereço dado pelos investigadores para que os mandados fossem cumpridos era o de Marco Antonio Biondo Pereira Mattos, advogado trabalhista em São Paulo que nada tem a ver com o caso.

Mattos disse: "Sinceramente eu não sei de quem foi o erro, mas acho que todos (PF, MP e Juiz) têm responsabilidade na condução e fiscalização do processo. Uma simples pesquisa no Google (que qualquer criança sabe fazer), antes da emissão de qualquer mandado teria evitado todo o ocorrido".

Na manhã em que a polícia bateu à porta do ex-presidente Lula em São Bernardo, o juiz Sergio Moro se sentou em Curitiba para tomar o depoimento de uma testemunha. O magistrado advertiu que o homem, de aparência humilde, seria alvo de um processo caso tentasse mentir na audiência.

O juiz e o capoteiro.
De Bernardo Melo Franco


Depois do aviso, Moro passou a palavra ao procurador Diogo Castor de Mattos, da força-tarefa da Lava Jato. Seguiu-se o seguinte diálogo:

Procurador: "O senhor pode esclarecer a sua atividade profissional durante o ano de 2009?"

Testemunha: "Eu sou capoteiro."

Procurador: "Capoteiro?"

Testemunha: "É."

Depois de mais duas perguntas frustradas, Moro declarou que o homem foi "chamado por engano, por alguma questão de homônimo". Sem pedir desculpas, dispensou a testemunha e encerrou a audiência.

Não foi o único erro do juiz na sexta-feira. Ele forçou a mão ao mandar a Polícia Federal para a casa de Lula às seis da manhã. "Só se conduz coercitivamente o cidadão que resiste e não comparece para depor. E o Lula não foi intimado", criticou o ministro Marco Aurélio Mello, do STF.

O juiz não deu o braço a torcer. Em nota, alegou que sua intenção era preservar a imagem do ex-presidente e evitar manifestações violentas. É difícil imaginar que uma decisão tão polêmica desse em outra coisa.

A Lava Jato presta um serviço ao país ao combater a corrupção, mas isso não justifica atropelos contra qualquer investigado. Moro poderia aproveitar o episódio para fazer uma autocrítica e atuar com um pouco mais de humildade. Lula não tem lições a dar nesse campo. Talvez seja o caso de o juiz marcar outra conversa com o capoteiro.

*

Marina Silva disse que a antecipação das eleições de 2018 permitiria ao povo "reparar o erro que cometeu". Ao que parece, a ex-senadora acha que o erro do povo foi não elegê-la

3 Comentários:

Chuck disse...

Essa fraude de juizinho de bosta vai pagar o tempo que o "depoente" perdeu de trabalho participando dessa pantomima? Juro, que de ninguem eu esperava essa gafe, somente e exclusivamente desse ser desprezível que se acha!

Correia disse...

E nem ao menos se dignou a pedir desculpas ao cidadão. Claro, né, o cara é um simples capoteiro....

José Carlos Lima disse...

Ficaram tão ouriçados com a chegada de capoteiro sic torneiro mecânico a Curitiba que tiveram uma crise de amnésia, os "intocáveis" estavam totalmente obnubilados neste 4 de março, será que ficaram atordoados com o foguetório de Bolsonazi em frente a PF esperando o ex-presidente conduzido debaixo de vara.

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