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terça-feira, 15 de dezembro de 2015

O cerco se fecha



 Finalmente a Polícia Federal deu ao PMDB a mesma atenção que estava concentrada no PT. O resultado é que hoje o Brasil tem a chefe do Executivo sob ameaça de impeachment e os dois presidentes das Casas legislativas, Eduardo Cunha e Renan Calheiros (este é uma questão de tempo) sob a lupa da PF. O vice Michel Temer também é acusado de ter participado do  esquema

 Nesta terça, dentro da Operação Catilinária, surgiu o nome de um senador do PSB ligado ao ex-governador Eduardo Campos.  José Carlos Bumlai, mantém ou manteve relações com políticos de variadas tendências, e foi sócio do sócio e amigo de Fernando Henrique, Jovelino Carvalho Mineiro Filho. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, tem seu nome ligado ao “trensalão” tucano. Nem o Judiciário escaparia de uma investigação feita com profundidade.

Em nova fase da Operação Lava-Jato, a Polícia Federal cumpriu na manhã de hoje mandados de busca e apreensão na residência e no escritório do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na Barra da Tijuca e no centro do Rio de Janeiro. Agentes da PF chegaram à casa do deputado antes da 6h e deixaram o local por volta das 10h. No escritório, de onde saíram por volta das 12h, levaram um malote e uma caixa. 

Cunha é investigado por corrupção, lavagem de dinheiro e por receber suborno pela intermediação de contratos superfaturados. Também responde processo por manter contas ilegais no exterior.
Os mandados foram autorizados pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, que determinou as buscas nas residências de investigados, nos locais onde trabalham, sedes de empresas, escritórios de advocacia e órgãos públicos. Ao todo, 53 mandados são cumpridos no bojo da Operação Catilinárias no Rio (14), Distrito Federal (9), São Paulo, Pará (6), Pernambuco (4), Alagoas (2), Ceará (2)e Rio Grande do Norte (1).

Em Brasília, a PF também cumpriu mandado de busca e apreensão na residência oficial do presidente da Câmara e em endereços dos ministros do Turismo, Henrique Eduardo Alves, e de Ciência, Tecnologia e Inovação, Celso Pansera, ambos do PMDB.

Também foram alvos da operação o deputado federal Aníbal Gomes (PMDB-CE), o senador e ex-ministro de Minas e Energia Edison Lobão (PMDB-MA), senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), a chefe de gabinete de Cunha, Denise Santos, e o ex-vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias da Caixa Fábio Ferreira Cleto, indicado por Cunha para o cargo. Cleto foi exonerado pela presidente Dilma Rousseff na semana passada.

Após ação, presidente da Câmara recebe lideranças partidárias para almoço
Após ter suas casas e escritório vasculhados pela PF e Ministério Público Federal (MPF), Cunha recebeu lideranças partidárias para o tradicional almoço de terça-feira, antes da reunião de líderes para discutir a pauta da semana. Eduardo Cunha recebeu, às 12h30, a visita do ex-deputado federal pelo PMDB de Goiás Sandro Mabel, que acabara de se encontrar com o vice-presidente Michel Temer.

Mabel deixou a casa de Cunha às 13h30, após a chegada dos líderes Marcelo Aro (PHS-MG), Domingos Neto (Pros-CE), Paulinho da Força (SDD-SP), Eduardo da Fonte (PP-PE), André Moura (PSC-SE), Rogério Rosso (PSD-DF), Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Maurício Quintella (PR-AL).
Por meio de nota, a PF informou que esses mandados estão relacionados a sete processos instaurados a partir de provas obtidas na Operação Lava Jato, com a finalidade de evitar que provas importantes sejam destruídas pelos investigados.

Conselho de Ética vota pela continuidade de ação contra

Por 11 votos a 9, o Conselho de Ética da Câmara votou a favor do parecer preliminar do deputado Marcos Rogério (PDT-RO), que mantém representação contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A decisão dá continuidade à ação. Cunha é acusado dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro e por ter prestado falso testemunho quando depôs na CPI da Petrobras negando ter contas secretas no exterior. Não houve abstenção.

Cunha será notificado e terá 10 dias para apresentar defesa por escrito no processo disciplinar.
Minutos antes da votação, os deputados chegaram a tentar acordos para adiar a sessão pela oitava vez. Os parlamentares queriam evitar novas estratégias para atrasar o andamento da representação protocolada há mais de 60 dias e também evitar a judicialização do processo.

Antes, o Conselho de Ética decidiu, por 11 votos a 9, rejeitar pedidos de vista ao parecer apresentado pelo novo relator do caso, Marcos Rogério (PDT-RO). Segundo alguns deputados do conselho, "a ordem veio de lá" da defesa de Cunha que agora quer concentrar esforços para responder as acusações na Justiça.

Em uma sessão um pouco mais tranqüila do que a da última semana, deputados do Conselho de Ética decidiram, sob divergências, não aceitar o pedido de vista que tinha sido apresentado pelo deputado Genecias Noronha (SD-CE) que poderia adiar, pela oitava vez, a votação do relatório favorável ao seguimento das investigações sobre Eduardo Cunha no colegiado. A decisão foi questionada por aliados do peemedebista.

O deputado Carlos Marun (PMDB-MS) disse que, como o Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu acatar a decisão de afastar o relator anterior do processo, Fausto Pinato (PRB-SP), sobre alegação de que o parlamentar é de partido da base de Cunha, o que regimentalmente é proibido, a sessão de hoje pode ser anulada. Aliados de Cunha sinalizaram que vão recorrer à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara para anular a decisão do conselho sobre o pedido de vista.

Araújo havia se manifestado contra o pedido do Solidariedade, mas, diante de críticas, pediu para que o colegiado decidisse por voto. Por 11votos  a 9, os deputados decidiram não aceitar o pedido de vista e dar sequência à votação do parecer que vai definir o destino de Cunha.
O deputado Júlio Delgado (PSB-MG) reforçou o discurso do relator do processo, Marcos Rogério (PDT-RO).

- Não há nulidade se não houve prejuízo. Não dá para anular o ato porque não teve um prejuízo a ele. Se tem uma pessoa que nunca foi prejudicada foi ele  afirmou.

Na mesma linha, o deputado Zé Geraldo (PT-PA) afirmou que qualquer ato tomado pelo Conselho de Ética no processo, Cunha vai tentar anular.

Marcos Rogério defendeu que se trata do mesmo processo e que o momento é pela admissibilidade do processo.

- Somente a instrução probatória poderá permitir que sejam examinados os fatos capaz de assegurar ou não a conduta imputada ao representado - defendeu.

PSDB - Depois de quase três horas de sessão com ânimos mais controlados, a temperatura subiu, pelo menos uma vez, quando o deputado Nelson Marchezan Junior (PSDB-RS) pediu para que as "tropas de Cunha e Dilma" permitam que o processo contra o presidente da Câmara seja votado com celeridade.

- É vergonhoso a Polícia Federal estar dentro do Senado, da Câmara, enquanto nós, parlamentares, parecemos manter Sarney no Poder, Renan no Poder. As pessoas nos cobram nas ruas como Cunha continua na Presidência da Casa. Como mantemos Dilma com tanta roubalheira. Eu não estou na mesma lata de lixo que alguns colegas que estão aqui - atacou, provocando gritos e tumultos que rapidamente foram controlados.

No bate-boca entre Marchezan e o deputado Léo de Brito (PT-AC), que usou o termo quadrilha para mencionar a "aliança" do PSDB com Cunha no processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, Zé Geraldo, chegou a dizer que Cunha daria uma coletiva a tarde para anunciar que renunciaria ao cargo.- Estou fazendo uma análise de conjuntura - explicou.

Governo diz esperar que investigações sobre ministros sejam esclarecidas

O Palácio do Planalto se manifestou hoje sobre a operação de busca e apreensão da Polícia Federal em casas de autoridades e disse que espera que os fatos investigados sejam "esclarecidos o mais breve possível".

Em nota, o Governo Federal diz esperar que "todos os fatos investigados na nova fase da Operação Lava Jato envolvendo ministros de Estado e outras autoridades sejam esclarecidos o mais breve possível, e que a verdade se estabeleça".

No texto, o governo acrescenta "que todos os investigados possam apresentar suas defesas dentro do princípio do contraditório, e que esse processo fortaleça as instituições brasileiras".

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