O golpe contra a presidente Dilma , deflagrada nesta quarta-feira pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), com ajuda da oposição, ganhou espaço nos sites dos principais jornais do mundo.
O jornal espanhol "El País" colocou o assunto na manchete: "O parlamento brasileiro abre o processo de destituição de Rousseff", dizia o título. O jornal americano "Washington Post" e o britânico "The Guardian" também repercutiram o tema.
Chamando Cunha de "ultraconservador", o "El País" disse na matéria que o ambiente político que desencadeou a aceitação do pedidode impeachment está relacionado com as investigações relacionadas à Operação Lava Jato e o processo que tramita contra Cunha no Conselho de Ética da Câmara. O jornal diz que Cunha estava chantageando a presidente Dilma:
"Seu descrédito é completo, já que assegurou, há meses, em uma outra comissão parlamentar e antes de as provas aparecerem em todos os telejornais do Brasil, que não teria nenhuma conta no exterior", escreveu o jornal. A reportagem também destaca o tom da reação de Dilma, que discursou no início da noite de quarta e, sem citar o nome de Cunha, fez referências indiretas às acusações contra ele.
O "Washington Post" diz na reportagem que Cunha é "inimigo declarado" de Dilma e explica que, após a aceitação do pedido, uma comissão especial será formada para analisar o mérito do caso.
O texto cita ainda uma declaração do líder do líder do PT no Senado, Humberto Costa, dizendo que "Cunha criou o nível mais baixo de chantagem que um país pode ver".
O britânico "Guardian" foi outro jornal a destacar o episódio. O jornal escreveu que o "Brasil deslizou mais profundamente para sua pior crise política no século" depois da decisão de Cunha. A reportagem afirma que o presidente da Câmara realizou "manobras políticas" ao longo de meses e cita a mudança de posição do PT em relação à admissibilidade de seu processo no Conselho de Ética, o que, segundo aliados de Cunha, motivou a abertura do processo.
'Financial Times' critica aceitação do impeachment
'Financial Times' critica aceitação do impeachment
O
jornal britânico "Financial Times" criticou a aceitação do pedido de
impeachment. A publicação, que disse que as notícias recentes do Brasil
são "de tirar o fôlego", afirmou que a ação anticorrupção em andamento
no país é "exemplar".
O
texto do jornal citou a aceitação do pedido de impeachment da
presidente Dilma, atribuindo o início dos procedimentos como atos de
"políticos rivais tentando salvar a própria pele em meio ao escândalo de
corrupção."
O
presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que aceitou o pedido de
impeachment, é descrito como um operador político habilidoso. "Cunha foi
acusado de esconder milhões de dólares de propina em contas na Suíça",
explicou o texto. "Ele achava que o partido da situação, o PT, iria
protegê-lo. Quando isso não aconteceu, ele deu início à tramitação do
impeachment, justificando que tratava-se de uma questão 'técnica'",
acrescentou o jornal.
Ao
comentar prisões do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) e do banqueiro
André Esteves, o "Financial Times" diz que o tratamento dado a acusados
de corrupção se diferencia de outros países emergentes, como Rússia,
China ou Venezuela, "que atingiu níveis espetaculares de corrupção".
O
texto ressalta, porém, que o impeachment de Fernando Collor, em 1992,
não conseguiu fazer o país deixar a corrupção de lado e que a operação
que serviu de inspiração à Lava Jato, a Mãos Limpas, da Itália, criou a
"falsa expectativa de que juízes podem renovar a política".
Por
fim, a publicação afirmou que a tramitação do impeachment só irá
distrair Brasília mais ainda da economia, problema mais sério do país.
"Mas, em meio à tristeza e à melancolia crescentes, há mudanças
encorajadoras, até mesmo exemplares".
1 Comentários:
Em agosto passado, ao confirmar a denúncia do Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, contra o achacador-mor da nação Eduardo Cunha (ainda presidente da Câmara Federal, mas em breve morador da Papuda) a ministra do STF Cármen Lúcia, declarou que o povo brasileiro sabe o que NÃO quer, porém “as pessoas boas” precisam expressar o que querem — com “a ousadia dos canalhas”.
Defendemos a democracia e não coadunamos com nenhum tipo de ilícito, seja do PT, do PSDB (ambos tiveram e possuem representantes que chafurdam na lama), ou de qualquer outra agremiação partidária. Quem errou que pague, seja vermelho, azul, verde ou desbotado!
Embora ninguém consiga acusar a Presidente Dilma de um crime de responsabilidade praticado de forma dolosa, o certo é que muitos (por maldade ou ignorância) aplaudiram a vingança do chantagista e criminoso Eduardo cunha. Os golpistas e reacionários (os que destilam ódio e intolerância nas redes sociais), já marcaram suas manifestações de rua para derrubar a nossa presidenta Dilma: 13 de dezembro (um DOMINGO).
Espero que “as pessoas boas”, aqueles que estão ao lado da democracia, de Dilma e do projeto que ela representa (justiça e inclusão social), sejam um pouco mais competentes desta vez, e marquem a nossa manifestação também para um DOMINGO, afinal qual trabalhador pode participar de uma manifestação em dia útil? Sugiro o DOMINGO seguinte: 20 de dezembro.
Agora a batalha é em campo aberto e terá contraponto; mediremos força com os golpistas e reacionários. NÃO NOS CALAREMOS!!! Nas ruas, nas redes sociais e junto aos nossos amigos e familiares, pois estaremos (pacificamente, mas com muita energia) defendendo a democracia e o nosso voto! À luta companheiros! #nãovaitergolpe
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