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segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Documento apreendido diz que amigo de Aécio pagou R$ 45 milhões a Cunha



Anotações apreendidas pela Procuradoria Geral da República (PGR) indicam que o Banco BTG Pactual teria feito um pagamento ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) de R$ 45 milhões em troca da aprovação de uma emenda provisória para beneficiar o banco. As informações são da “Folha de S. Paulo” publicadas na noite de domingo (29/11).

Segundo a “Folha”, o documento foi encontrado por agentes da Polícia Federal na casa de Diogo Ferreira, chefe de gabinete do senador Delcídio do Amaral (PT-MS). Ferreira foi preso com Esteves e Delcídio na quarta-feira (25) em decorrência do desdobramento da Operação Lava Jato.

De acordo com os investigadores, o documento faz parte de um conjunto de papéis que possivelmente constituía um roteiro de ação de Delcídio junto a ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e do Supremo (STF) para tentar soltar o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, que também está preso pela Lava Jato.

No verso, conforme publicação da Folha de São Paulo, há um escrito com referência ao BTG. A PGR, contudo, não diz se é uma anotação manuscrita.

"Em troca de uma emenda à medida provisória nº 608, o BTG Pactual, proprietário da massa falida do banco Bamerindus, o qual estava interessado em utilizar os créditos fiscais de tal massa, pagou ao deputado federal Eduardo Cunha a quantia de 45 milhões de reais", diz o documento.

A anotação diz ainda que também participou da operação o executivo do BTG Pactual Carlos Fonseca e uma outra pessoa, chamada Milton Lira.

"Esse valor também possuía como destinatário outros parlamentares do PMDB. Depois que tudo deu certo, Milton Lira fez um jantar pra festejar", diz o texto, que diz que Cunha e Esteves participaram desse encontro.

A MP, aprovada em 2013 quando Cunha ainda não era presidente da Casa, trata de operações bancárias, e um artigo dela pode ter beneficiado diretamente o BTG Pactual.

O BTG comprou o antigo banco Bamerindus em janeiro de 2013 por R$ 418 milhões. O maior ativo do banco que sofreu intervenção em 1997 e estava em liquidação extrajudicial eram seus créditos tributários, cerca de R$ 1,5 bilhão, o que permitiu ao BTG reduzir os impostos a pagar.


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