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quarta-feira, 14 de outubro de 2015

‘Quem tem força moral, reputação ilibada e biografia suficientes para atacar minha honra?’



A presidenta Dilma fez, na noite desta terça-feira (13), um discurso em defesa da democracia e de seu mandato, e afirmou não temer o golpismo e seus defensores porque lutou a vida inteira pela liberdade. Ela afirmou que, se preciso, irá à luta mais uma vez pela democracia brasileira.

“Eu me insurjo contra o golpismo e suas ações conspiratórias e não temo seus defensores. Pergunto com toda a franqueza: quem tem força moral, reputação ilibada e biografia limpa suficientes para atacar a minha honra?”, questionou ela, na abertura do 12º Congresso da Central Única dos Trabalhadores (Concut), em São Paulo.

As presenças de Lula  e  Dilma, deram ao primeiro dia do evento  a defesa total ao governo Dilma.
Bem antes  de Dilma e Lula subirem ao palco do evento, gritos de "Não vai ter golpe" (veja no vídeo no final do post) dominavam o Palacio de Convenções do Anhembi, na zona norte de São Paulo, antes da abertura oficial do congresso.

Acompanhada de Lula e de Pep Mujica, ex-presidente do Uruguai, Dilma entrou em cena ovacionada, com o público presente de quase 4 mil pessoas a aplaudindo em pé e cantando em sua homenagem.


Ela até tentou focar o discurso exclusivamente nas classes trabalhadoras, exaltando números de seu governo e as tentativas de reajustar a economia com o ajuste fiscal. Mas, seguidamente interrompida por gritos de "não vai ter golpe", logo alterou a fala.

"Vivemos uma crise política séria neste País, que se expressa em os opositores tentarem um terceiro turno para se elegerem", discursou a presidente na abertura do evento.

"O artificialismo dos argumentos que usam para isso é absoluto, explícito. Não há pudor, não há limites. Envenenam a população e espalham o ódio e a intolerância. O que era inconformismo se tornou desejo explícito por um golpe."

Gritos de "no meu país, eu boto fé, porque ele é governado por mulher" foram cantarolados dezenas de vezes. O presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, exaltou após a fala de Dilma: "Presidenta, estamos contigo e não vai ter golpe!"

Victor Baes, da Central Sindical das Américas gritou, para ovação geral: "Não aceitamos nenhum golpe!". 

A australiana Sharan Burrow, secretária-geral da Confederação Sindical Internacional (CSI), que representa cerca de 180 milhões de trabalhadores, gritou, em inglês: "Estamos solidários a este governo, eleito democraticamente! Não aceitamos golpe de estado no Brasil!"

"As instituições democráticas estão em disputa no Brasil, é um momento de crise. Estamos na luta", disse o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad. 

 Além de Dilma, Lula, Mujica e lideranças da CUT, o evento contou com a presença do presidente do PT, Rui Falcão, e de representantes de movimentos sociais de grande poder de mobilização, como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).Representado por Guilherme Boulos

  Num dos discursos mais duros desde que foi reeleita,  Dilma criticou os "moralistas sem moral" e "conspiradores" que tentam obter o impeachment para interromper um mandato conquistado com 54 milhões de votos.

Sem citar nominalmente nenhum dos adversários ou conspiradores, Dilma disse que nunca fez da vida pública um meio para obter vantagem pessoal.

"Eu me insurjo contra o golpismo e suas ações conspiratórias, e não temo seus defensores. Pergunto com toda a franqueza: quem tem força moral, reputação ilibada e biografia limpa suficientes para atacar a minha honra?" discursou, sendo aplaudida de pé

No discurso de 37 minutos, Dilma foi interrompida seis vezes sob aplausos e gritos de "não vai ter golpe" e "Dilma, guerreira do povo brasileiro".

A presidente Dilma falou sobre as tentativas de instaurar um processo de impeachment sem  haver fato jurídico definido ou qualquer fato que a desabone.

"O artificialismo dos argumentos é absoluto. A vontade de produzir um golpe contra o funcionamento regular das leis e das instituições é explícita. Jogam no quanto pior, melhor, o tempo todo. Pior para a população e melhor para eles", disse a presidente.

Dilma também traçou um paralelo com o episódio –usando as expressões "filme já visto" e "final trágico"– e fez um apelo à base social da esquerda brasileira.

"Ninguém deve se iludir. Nenhum trabalhador pode baixar a guarda", disse.

Ao prometer não se dobrar, ela desafiou a oposição: "Quem quer a paz social e a normalidade institucional não faz a guerra política e não destila ódio e intolerância".

"A obsessão dos inconformados com a derrota nas urnas [quer] obstruir o mandato de uma presidenta eleita contra quem não existe acusação de crime algum. Lutaremos e não deixaremos prosperar", disse.

Dilma também defendeu o uso dos bancos oficiais para o financiamento de programas sociais –manobra conhecida como "pedaladas fiscais" e que foi condenada, por unanimidade, pelo TCU (Tribunal de Contas da União). Ela disse que o governo vai continuar questionando os critérios da reprovação das contas do Executivo.

"Teremos uma decisão equilibrada do Congresso Nacional. O que chamam de 'pedaladas fiscais' são atos administrativos usados por todos os governos", afirmou.

Ela também afirmou que jamais negociará com mal-feitos: "Muita coisa está em jogo: a democracia pela qual lutamos, o voto popular como base do poder e a inviolabilidade do mandato concedido pelo povo".

"Para impedir o retrocesso, conto com as forças democráticas do Congresso, conto com a serenidade dos nossos tribunais, conto com o povo brasileiro e com os movimentos sociais", completou. 

Dilma falou que a  oposição vota contra medidas que aprovou no passado e que espalha ódio e intolerância no Brasil.

“Nessa política de quanto pior melhor, não há nenhum comedimento, nenhum limite, nenhum pudor, porque votam contra o que fizeram quando estavam no poder. Envenenam a população todos os dias nas redes sociais e na mídia”.

Disse ter consciência de que a tentativa de tirá-la do cargo não é um processo apenas contra ela.

“É contra o projeto que fez do Brasil um país que superou a miséria, que elevou milhões de pessoas às classes médias, que construiu um poderoso mercado interno. Esse Brasil que hoje pode se orgulhar de ter a primeira geração de crianças que não conheceu o flagelo da fome, a primeira geração de crianças que teve oportunidade de estudar”.

Dilma garantiu que lutará para defender o mandato e a democracia.

“Sou presidenta porque fui eleita pelo povo, em eleições lícitas. Tenho a legitimidade das urnas, que me protege e a qual tenho o dever de proteger. Sou presidenta para defender a Constituição e a democracia, tão duramente conquistada por nós”.

Ela acrescentou estar pronta para travar lutas civilizatórias, como a luta de gênero e a luta contra o racismo e a intolerância. A presidenta destacou que ainda tem muito para fazer no mandato que lhe foi concedido por 54 milhões de brasileiros, como a implementação do Plano Nacional de Educação e a reforma do sistema de representação política.

“Sou presidenta para dar continuidade ao processo de emancipação do nosso povo da pobreza e da exclusão e para fazer do Brasil uma nação de oportunidades para todas e todos”.

Ressaltou, em seu discurso, a importância da Central Única dos Trabalhadores na batalha em defesa da democracia brasileira e disse que a central e ela seguirão juntos na defesa dos direitos.

“Assim como sempre estive ao lado dos movimentos sociais nestas lutas, sei que a CUT continuará lutando as lutas que nós todos defendemos ao longo da nossa historia, ao meu lado, em defesa da democracia e dos direitos dos brasileiros”.

A presidenta fez menção ao lema do 12º  Concut, segundo o qual “direito não se reduz, se amplia”, e afirmou: “Permito-me acrescentar que democracia não se reduz, se amplia”.

“A hora é de arregaçar as mangas e combater o pessimismo e a intriga política. Quem quiser dialogar, construir a paz política, construir o futuro, terá meu governo como parceiro”.

Dilma encerrou seu discurso homenageando o ex-presidente do Uruguai, José Mujica, que passou 13 anos preso antes de chegar ao poder.

“Cito aqui, sobre democracia, as sábias palavras de Don Pepe Mujica. Ele diz: esta democracia não é perfeita porque nós não somos perfeitos. Mas temos de defendê-la para melhorá-la, não para sepultá-la”.

"Para impedir o retrocesso, conto com as forças democráticas do Congresso, conto com a serenidade dos nossos tribunais, conto com o povo brasileiro e com os movimentos sociais", completou.  Para você ouvir o discurso, o link é esse aqui


3 Comentários:

Anônimo disse...

Dilma, tive bastante medo que essas pessoas corruptas conseguissem lhe tirar do poder, não porque acreditasse que a nossa presidenta não fosse honesta, mas por todos os meios perversos e mentirosos que eles estavam usando. Mas a justiça finalmente falou mais alto, e mostrou ao mundo a quantidade de políticos sem ética, sem moral, sem limites que nós temos. Pessoas dispostas a qualquer atrocidade para atingir seus interesses,mesmo prejudicando toda a nação. Confio em sua honestidade, entendo inclusive toda a tensão pela qual passou mas estou com você, junto com mais de 50 milhões de brasileiros. Vamos estocar vento sim, apesar da ignorância de muitos que ridicularizaram, para baratear nossa energia. Temos como importar está técnica sim. Precisamos investir má agricultura familiar, só assim muitas famílias terão como se sustentar. Com a água acessível para a população sofrida das caatingas, do Sertão que mais parece os desertos da África, o verde se espalhará mudando a paisagem. Os animais não morrerão de sede e fome. Confio neste governo. Confio no Brasil. (Fátima)

Portal Manoel Fonseca disse...

A "coração valente" ergueu-se como fenix

ANTONIO LUIZ disse...

A verdade esta muito acima, enquanto a mentira e rasteira e não prospera no tempo.
Nós, os 54 milhões de brasileiros que empossamos a presidente Dilma para os quatro anos de governo em nosso pais fomos atacados, desrespeitados, e humilhados por um bando de justiceiros que querem tomar o pais na força do GOLPE, Pisando na constituição e rasgando a democracia brasileira, para estes fica a lição:
Um Tribunal de Contas TCU (contabilidade da união) *NÃO* é um um STJ, Superior Tribunal de Justiça Federal (instancia máxima de amplo julgamento)
Assim como, Um presidente da camara dos deputados, NÃO é governo de uma NAÇÃO e não anda na frente do Presidente da República Federal
E quem insistir que e o inverso, este e: "O pior cego, que não quer ver" e digo mais, e um boçal.

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