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quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Ex-funcionária diz ter repassado propina para sobrinho de ministro do Nardes


Relator das contas de Dilma foi sócio do sobrinho Juliano Nardes até 2005 em empresa  suspeita de receber  dinheiro  de esquema no Carf
Em depoimento na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investiga um esquema de vendas de sentenças no Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), a ex-funcionária do escritório J.R. Silva Advogados e Associados, Gegliane Bessa, disse que repassou quantias em espécie ao sócio Juliano Nardes, sobrinho do ministro do TCU Augusto Nardes.

A presença de Juliano Nardes no escritório era frequente, segundo a ex-funcionária. "Ele ia bastante. Não posso dizer a frequência certa, mas pelo menos duas vezes por semana".

Também de acordo com ela, o dono da empresa e ex-conselheiro do Carf, José Ricardo Silva, deixou quantias a serem repassadas para Juliano em um envelope. Esse roteiro teria se repetido em pelo menos duas oportunidades.

José Ricardo é um dos principais alvos da CPI e da Operação Zelotes, que investiga as fraudes no Carf. Gegliane disse que trabalhava como auxiliar administrativa e se reportava diretamente para José Ricardo, definido por ela como uma pessoa centralizadora. Ela também negou ser contadora ou ter conhecimentos contábeis.

A auxiliar fazia o preenchimento de planilhas segundo as ordens do patrão. De acordo com as investigações, essas planilhas continham códigos que identificavam os destinatários dos montantes que saiam da empresa. A funcionária disse que se recordava das planilhas, que continham os termos "Ju" e "Tio", mas que ela apenas realizava o preenchimento determinado por José Ricardo.

Gegliane trabalhou no escritório entre dezembro de 2009 e agosto de 2012. Suas declarações foram dadas durante sessão da CPI, que buscou promover a acareação da ex-funcionária com um antigo colega de escritório, Hugo Borges. Os parlamentares queriam esclarecer divergências entre os depoimentos apresentados pelos dois anteriormente.

A ex-funcionária conseguiu um habeas corpus do STF (Supremo Tribunal Federal) para permanecer calada durante a sessão, mas optou por responder aos questionamentos dos parlamentares. ela atualmente mora na África do Sul, mas está impedida de deixar o país por decisão da justiça.

"Para mim, que sou honesta, se soubesse que isso aconteceria eu jamais estaria em um lugar desses. Jamais estaria em um lugar que era corrupto", disse Gegliane. Reuters


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