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quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Contas secretas de Cunha no banco Julius Baer da Suíça têm US$ 2,4 milhões


Saldo bloqueado é de US$ 2,4 mi e está aplicado em fundos de investimento

Banco Julius Baer entregou contas atribuídas a Cunha
Saldo bloqueado é de US$ 2,4 mi e está aplicado em fundos de investimento

O dinheiro depositado no banco não aparece no imposto de renda do peemedebista, que nega ser o dono das contas
O banco Julius Baer informou às autoridades suíças que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e seus familiares figuram como beneficiários finais de contas secretas onde estão depositados US$ 2,4 milhões (R$ 9,3 milhões). O dinheiro está bloqueado.

Os ativos em dólares e francos suíços estão aplicados em fundos de investimento, por meio de quatro contas abertas em nome de empresas offshore –firmas de fachada baseadas em paraísos fiscais. Uma das contas foi aberta em 2008.

Segundo informações fornecidas pelo banco às autoridades suíças, os beneficiários finais são o próprio Cunha, sua mulher, a jornalista Cláudia Cordeiro Cruz, e uma das filhas do deputado. Ainda não está claro se era o próprio deputado quem movimentava as contas ou se isso ocorria por meio de procuradores.

Pesa ainda contra Cunha o depoimento do lobista ligado ao PMDB João Augusto Henriques, que disse ter feito depósitos em uma conta pertencente ao deputado no exterior.

O dinheiro depositado no Julius Baer não aparece no imposto de renda do peemedebista, que tem negado reiteradamente ser o dono de contas no exterior.

Os recursos estão bloqueados desde abril, após o próprio banco ter reportado as suspeitas de origem ilícita do dinheiro ao escritório do procurador-geral da Suíça, Michael Lauber. O Ministério Público do país europeu instaurou um inquérito contra Cunha por suspeita de corrupção ativa e lavagem de dinheiro.

Cunha foi informado sobre o bloqueio dos valores, segundo a Procuradoria suíça. Além dos extratos bancários, o Julius Baer entregou às autoridades de Berna a documentação completa de abertura das contas –como formulários preenchidos e assinados, cópias de documentos e comprovantes de endereço dos beneficiários finais.

Todo este material está em um DVD enviado a Brasília, junto a um relatório da investigação conduzida pela equipe de Lauber e uma cópia dos ofícios trocados pelos procuradores brasileiros e suíços sobre a transferência do inquérito para o Brasil.

Para evitar risco de nulidade no compartilhamento de provas, a Procuradoria suíça enviou o material por malote diplomático, evitando o caminho habitual de cooperação, que seria o envio pelo correio ao Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional do Ministério da Justiça.

Após chegar ao Ministério da Justiça, o material foi encaminhado à Procuradoria-Geral da República no final da tarde desta quarta (7).

O Julius Baer foi um dos bancos por onde foi escoada parte dos recursos desviados da Petrobras. Dois ex-executivos da diretoria Internacional da estatal –o ex-diretor Jorge Zelada e o ex-gerente Eduardo Musa– mantinham contas secretas na instituição.

PALAVRA FINAL

Em depoimento de delação premiada, Musa afirmou que Cunha tinha a palavra final na indicação de nomes para a diretoria Internacional, que era controlada pelo PMDB.

Ao alertar os procuradores sobre as contas atribuídas a Cunha, o Julius Baer cumpriu uma lei suíça que obriga os bancos não só a identificar o beneficiário final de toda conta secreta em nome de empresas offshore, como a reportar às autoridades movimentações de clientes que possam ter origem ilegal.

A análise dos dados bancários vai determinar se as evidências serão anexadas a um dos inquéritos que correm no Supremo Tribunal Federal contra Cunha ou se haverá a abertura de nova investigação sobre evasão de divisas.

Em agosto, ele foi acusado por corrupção e lavagem de dinheiro em caso relacionado ao esquema de corrupção na Petrobras, mas o STF ainda não decidiu se acolhe a denúncia. Na Folha

Leia também: Investigação das contas suíças de Cunha estava na gaveta desde 2006

Essa manchete de um jornal suíço, foi reproduzido por vários outros europeus e nos EUA. No Brasil, silêncio total

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