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sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Lula é recebido como presidenciável na Argentina


A glória do operário que chegou ao poder e conquistou, em seu governo, crescimento econômico e inclusão social. O ex-presidente Lula fez ontem um discurso voltado ao seu tempo na presidência . Lula falou da economia  ao se dizer assustado com quem fala em ajuste "ao primeiro sinal de crise".

  O ex-presidente foi convidado de honra para abrir um congresso de responsabilidade social em Buenos Aires e saudado como um presidenciável em 2018 pelos organizadores do evento. Embora o local do congresso, a Sociedade Rural Argentina, seja tradicionalmente centro de causas mais conservadoras e de oposição ao kirchnerismo, desta vez a plateia inquieta que ficava na ponta dos pés para ver o brasileiro e cujos aplausos o interromperam várias vezes
 Com o  auditório lotado de fãs e num país onde desperta fascínio na maioria da população, Lula referiu-se à crise do Brasil como início de um processo. "Me assusta a visão de que ao primeiro sintoma de crise se fale em ajuste", disse. Para ele, ajuste traz "perda de salário, de emprego e miséria" e todas as experiências nesse sentido "levaram os países ao empobrecimento".

A lembrança de que a agência de classificação e risco Standard & Poor´s também fez parte do  discurso de Lula , que disse:  "Engraçado como uma agência de rating pode medir a dor de barriga na América do Sul". Para ele, essas agências "não têm coragem de rebaixar países da Europa que, sabemos, questão quebrados". O rebaixamento do Brasil significa, disse, "que a gente não pode fazer o que eles querem porque depois disso vem a receita".

Foi com a voz embargada que o cientista social e doutor em economia, Bernardo Kliksbery, presidente do 3º congresso internacional de responsabilidade social, apresentou Lula como um dos maiores estadistas do mundo e que hoje enfrenta "uma direita conservadora com medo que ele volte a ser presidente do Brasil".

 Lula defendeu o aumento da disponibilidade de crédito para pequenas e médias empresas e o fim das barreiras tarifárias que dificultam o comércio entre Brasil e Argentina. A união de ambos, disse, é o caminho para negociar com outros blocos, como a União Europeia. "Não existe a hipótese de Brasil e Argentina continuarem a crescer se não entenderem que é preciso ter mais gente que acredita nessa integração", destacou.

A reaproximação entre os dois países faz parte da agenda de Daniel Scioli, um dos favoritos à sucessão presidencial argentina, segundo os assessores do candidato apoiado pela presidente Cristina Kirchner. Scioli teve bastante tempo para abordar o assunto com o ex-presidente do Brasil. Lula chegou à Argentina na terça-feira, após breve passagem pelo Paraguai, onde participou de um evento a convite do presidente daquele país, Horacio Cartes. No dia seguinte marcou apoio à campanha de Scioli ao comparecer com ele e Cristina na inauguração de uma unidade de atendimento de saúde nos arredores da capital argentina.

No discurso de ontem Lula lembrou da boa relação que os dois países tinham nos tempos em que ele e Néstor Kirchner, marido de Cristina, morto em 2010, eram presidentes. O comércio bilateral enfraqueceu-se inicialmente com o aumento das restrições a produtos importados impostas pelo governo de Cristina para preservar reservas. Com a crise de demanda no Brasil, o quadro piorou.

Lula deu forte ênfase às suas políticas de inclusão social. Lula também elogiou projetos de educação mais recentes, como o Programa Nacional de Ensino Técnico e Emprego (Pronatec).

O orador conclamou empresários, governos e trabalhadores a "não temer a crise, que será passageira". E não deixou de criticar a elite, que "se incomoda ao ver que o pobre que antes passava pelo restaurante e só olhava passou a pedir um prato e aquele que só olhava os aviões passou a viajar neles".

No Instituto Lula....UPA argentina recebe o nome de Luiz Inácio Lula da Silva
 O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao lado da presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, recebeu uma homenagem do governador de Buenos Aires, Daniel Scioli, que batizou a Unidade de Pronto Atendimento do munícipio de José C. Paz, com o nome de Lula, nesta quarta-feira(9), em Buenos Aires.

Lula agradeceu a homenagem, dizendo que “é sempre uma alegria muito grande vir a Argentina”. O ex-presidente disse que a inauguração da UPA é uma conquista para o povo. "O hospital tem que vir até as pessoas pobres que precisam de saúde", reforçou.

Cristina e Lula também ressaltaram a boa relação bilateral entre os países. Eu tenho orgulho de dizer que o Brasil e a Argentina construíram a melhor relação. Se a Argentina e o Brasil estão Unidos, a América Latina também está unida”, disse Lula. A presidente lembrou que "Lula e Néstor Kirchner inauguraram uma etapa inédita nas relações entre Brasil e Argentina".

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