Pages

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Falta de água em São Paulo dá prêmio para governador tucano




Sem falsa modéstia, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou nesta quarta-feira (23) que vai Brasília receber o prêmio pela gestão da água no Estado de São Paulo, dada a ele pelo Congresso Nacional.

"Modéstia parte, o prêmio é merecido", afirmou o governador tucano.Segundo ele, "São Paulo hoje é um modelo para o Brasil do ponto de vista de recursos hídricos", segundo matéria publicada na Folha

O governador é um dos vencedores do prêmio Lucio Costa de Mobilidade, Saneamento e Habitação, que visa reconhecer as iniciativas que buscam a melhora da vida dos cidadãos. Para receber o prêmio, o governador paulista foi indicado pelo deputado tucano João Paulo Papa. O parlamentar, além de ter sido prefeito de Santos, também foi diretor da Sabesp.

Apesar do prêmio, a gestão da água em São Paulo recebeu, desde o início de 2014, diversas críticas de especialistas e entidades. Para o presidente da Agência Nacional de Águas, Vicente Andreu Guillo, faltou planejamento na condução da estiagem que ocasionou a crise. A tese é compartilhada por relatórios do Tribunal de Contas do Estado que apontam que o governo do Estado tinha indícios de que uma forte seca atingiria São Paulo. Segundo o TCE, os alertas poderiam ter suscitado ações mais eficientes.

Segundo especialistas do meio acadêmico, o governo estadual demorou para tomar iniciativas de enfrentamento à escassez de água. Um dos antigos críticos ao governo é o atual presidente da Sabesp (empresa paulista de saneamento), Jerson Kelman.

Antes de ser escolhido para o cargo, ele havia criticado a demora do governo estadual em adotar medidas antipopulares que pudessem frear o consumo de água da população. Na época, Kelman criticava a não adoção de uma tarifa mais cara para consumidores que aumentassem o consumo de água.

A crítica foi feita em 2014, ano eleitoral que reconduziu Alckmin ao posto de governador. A tarifa mais cara para os "gastões" como o próprio governador gosta de chamar, só foi instituída um ano após o início da crise e depois de sua reeleição

Tucano pode tudo. Até receber prêmio pela incompetência
De um jeito tortuoso, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) admitiu em janeiro desse ano  que a Grande São Paulo convive, sim, com racionamento  e falta de água. E ssa falta de água gerou prêmio para o governador tucano

No caso do sistema Cantareira, principal fonte de recursos hídricos da capital, as restrições ocorrem desde a "metade do ano passado", reconheceu, depois de ter passado toda a campanha pela reeleição negando esse fato.

Alckmin não disse nada que já não fosse sabido. Chamou a atenção, porém, que tenha usado a palavra "racionamento" no contexto da crise de abastecimento. no ano passado, em plena campanha eleitoral, seu governo não se pejava de falar em "estresse hídrico" ou de descrever os cortes como "administração da disponibilidade de água", entre outros eufemismos.

Em raro momento de sinceridade, contudo, o tucano se permitiu ser totalmente direto: o aperto não teria origem no Palácio dos Bandeirantes, mas em determinação da ANA (Agência Nacional de Águas), entidade responsável pela regulação do setor.

Que seja. Para a população, pouco importam debates semânticos desse tipo, assim como é indiferente saber a quem coube decretar a redução da captação nas represas.

Milhões de paulistas há meses sentem em suas torneiras a gravidade da situação, e a quase exaustão de diversos reservatórios surge como argumento incontestável em favor de ações emergenciais.

As sucessivas administrações do PSDB em São Paulo sem dúvida erraram de modo grosseiro ao não melhorar a relação entre oferta e demanda de água na capital. Alckmin também agiu de forma irresponsável ao adiar medidas que, se poderiam cobrar um preço nas urnas, teriam proporcionado considerável economia hídrica.

O melhor exemplo nesse sentido está na multa para inibir desperdício de água. Há muito de impopular nessa iniciativa, mas, com o prolongamento da estiagem recorde, ela se tornou absolutamente necessária. Se existe algo de impróprio na sobretaxa imposta pelo governo estadual na semana passada é o atraso na sua adoção.

Resta incompreensível, assim, que a Justiça tenha suspendido essa medida, ainda que por apenas um dia. Partindo de uma interpretação tacanha da lei, a juíza Simone Viegas de Moraes Leme concluiu que a multa só pode ser fixada caso seja declarado --e adotado-- um racionamento oficial.

A exigência não faz sentido. Desencorajar o consumo supérfluo sempre esteve entre as diretrizes para a instituição de taxas de água.

De resto, especialistas têm afirmado que o rodízio (abastecimento alternado entre regiões) seria contraproducente na cidade de São Paulo, pelos danos que pode provocar à tubulação --trata-se, por isso, de opção para o último caso.

Infelizmente, a julgar pelas declarações de Jerson Kelman, novo presidente da Sabesp, o "último caso" não é um cenário tão impensável quanto Geraldo Alckmin quis fazer crer ao longo de 2014.   



3 Comentários:

AMARILDO DE JESUS VALLE disse...

ISSO É CHAMAR OS PAULISTANOS DE BURROS NA CARA , ISSO É A DESMORALIZAÇÃO DO PAULISTANOS , QUE AINDA TEM UM CENTAVO DE VERGONHA NA PUTA DA CARA.

Luiz disse...

Só pode ser PIADA, só se for água mineral que se compra nos MERCADOS.....VERGONHA, SP melhor água do país......nem água tem......a MANIPULADOS .......

jorge disse...

Sem comentário isso o Vidas Secas de SP

Postar um comentário


Meus queridos e minhas queridas leitoras

Não publicamos comentários anônimos

Obrigada pela colaboração