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terça-feira, 28 de julho de 2015

Setor vitivinícola cresce 4,6% em vendas no primeiro semestre


Após um período de estabilidade nas vendas dos produtos vitivinícolas, o setor comemora a retomada do crescimento na comercialização para o mercado interno. Os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) mostram que, apesar do momento econômico de retratação em diversos segmentos, os vinhos, sucos, espumantes e outros produtos derivados da uva registraram um crescimento de 4,6% no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período de 2014.

 Os vinhos de uvas viníferas (vinhos finos), por exemplo, apresentaram um crescimento de 4,3%, com a comercialização de 9,1 milhões de litros. Nos vinhos de mesa, os números se mantiveram estáveis, com a venda de 90,7 milhões ante os 90,8 milhões no ano anterior. Somando vinhos finos e espumantes, foram comercializados 14,1 milhões de litros, um crescimento de 10,2% na comparação com o mesmo período do ano passado. Em contrapartida,  as importações caíram 1,9%.
O presidente do Conselho Deliberativo do Ibravin, Moacir Mazzarollo, avalia que a visibilidade dos produtos vitivinícolas brasileiros com a divulgação na mídia nacional impulsionaram a comercialização no primeiro semestre.


- Tivemos a divulgação em nível nacional de diversas pesquisas científicas que comprovam os benefícios dos derivados da uva para a saúde e observamos um aumento nas vendas a partir disso - acredita. Mazzarollo também cita a alta do dólar como um fator que limitou a entrada de produtos importados e, consequentemente, uma maior procura pelo vinho nacional.

Seguindo a tendência dos últimos anos, os espumantes e o suco de uva voltaram a apresentar crescimento de vendas. Nos espumantes em geral, um incremento de 22,7%, com a venda de 4,9 milhões de litros. Foram vendidos 3,8 milhões de litros de espumantes brut, demi-sec e prosecco, 23,3% a mais do que o registrado em 2014, e 1,1 milhão de litros de moscatéis, aumento de 20,9%.
O presidente da Federação das Cooperativas Vinícolas do RS (Fecovinho), Oscar Ló, comemora a retomada do crescimento e credita o resultado, entre outros fatores, à qualidade cada vez maior dos produtos.

- Apesar de uma certa retração na economia, o setor seguiu investindo em tecnologia,  equipamentos e na remuneração da matéria-prima e o consumidor está reconhecendo este salto de qualidade - diz. Ló destaca o aumento significativo dos espumantes e do suco de uva como um reflexo da descoberta da vocação vitivinícola da Serra Gaúcha, maior região produtora do país em volume, para as uvas destinadas à elaboração destes dois produtos.

A opinião de Ló é amparada nos resultados da venda dos sucos 100% naturais prontos para o consumo, que apresentaram um crescimento de 24,8%. 49,4 milhões de litros foram comprados pelo público cada vez mais interessado em produtos saudáveis. Prova disso, é que o destaque é de procura pela bebida natural/integral, com aumento de 25% e 45,3 milhões de litros vendidos.

O presidente do Sindicato da Indústria do Vinho, do Mosto de Uva, dos Vinagres e Bebidas Derivados da Uva e do Vinho do Rio Grande do Sul (Sindivinho), Gilberto Pedrucci, enaltece a mudança de comportamento dos consumidores em relação aos produtos vitivinícolas nacionais, que resulta em números positivos mesmo num cenário econômico pouco favorável. 

- O consumidor tem se mostrado cada vez mais receptivo ao vinho brasileiro e está percebendo a relação custo-benefício dos nossos produtos. Tenho observado uma certa seleção natural e uma acomodação no mercado de vinhos, com alguns importadores que não estavam tão preparados deixando de atuar, e da consolidação de vinícolas brasileiras com produtos cada vez melhores e mais competitivos - complementa.

Para o presidente da Associação Gaúcha de Vinicultores (Agavi), Evandro Lovatel, a queda das temperaturas, aliada à exposição dos benefícios da uva e seus derivados na mídia, contribuiu para o aumento no consumo.

- É preciso despertar ainda mais o interesse do consumidor, reforçar o aspecto saudável do suco de uva e do vinho e trabalhar para que alguns gargalos como a Substituição Tributária sejam amenizados - diz. O dirigente acredita que ainda existe espaço para aumentar o venda de sucos, devido às restrições do consumo de álcool, de tendências de mercado por produtos saudáveis e pela qualidade da bebida. Agência Reuters

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