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segunda-feira, 27 de julho de 2015

"Não encontro" com FHC: PT constrói o entendimento nacional. PSDB destrói.

Moral da história sobre a fofoca do "não encontro" entre Lula, FHC e Dilma, fora da ótica da Globo, Folha, Estadão e Veja, é:

O governo Dilma constrói pontes para o entendimento nacional, acima de partidos, com as forças interessadas em superar os problemas brasileiros. O PSDB saiu com a imagem de partido que dinamita pontes, é sectário, rançoso.

Resumo:

1) O PSDB saiu chamuscado porque se mostrou incapaz de travar diálogo suprapartidário sobre temas de interesse nacional, acima de partidos.

2) Reforçou a imagem de partido que tem projeto de poder palaciano, mas não tem nenhum projeto nem proposta para debater através da construção de um entendimento nacional.

3) Reforçou a imagem de partido golpista e de fazer oposição do tipo, "quanto pior, melhor". Tem muitos empresários, antes simpáticos a tucanos, até do setor financeiro, que já andam reclamando do PSDB estar atirando para tudo quanto é lado contra o governo do PT, mas acertando chumbo grosso neles. (Até o Armínio Fraga já criticou determinas votações dos tucanos no Congresso que são verdadeiros "cheques sem fundo" no orçamento da União).

4) Ao pensar só em tomar o poder palaciano, o PSDB não se credencia nem perante a elite econômica como alternativa de poder, seja através do golpe paraguaio, seja através das urnas em 2018. Os tucanos demonstram que levariam à crises e instabilidade política maiores por não saberem construir um caminho de chegada ao poder mais conciliatório. Em vez disso jogam combustível na fogueira do ranço, o que produziria um governo de crises piores, com uma oposição mais forte, inclusive nas ruas.

5) O ministro Edinho Silva, ao propor diálogo "com FHC", que já pendurou as chuteiras eleitorais, rebaixou a liderança de Aécio Neves, que é o atual presidente do PSDB, e se mostra totalmente avesso a qualquer possibilidade de tratar de assuntos do interesse de todos.

6) Dilma articula encontros com governadores para tratar de temas nacionais que interessam a todos (todos perdem com o pior, e todos ganham com o melhor). Articula diálogo com movimentos sociais da base eleitoral originária do PT. E retomará o "Conselhão", espécie de assembleia para o diálogo amplo entre trabalhadores, empresários e outras instituições da sociedade para debater e formular políticas públicas que gerem avanços para o bem de todos no Brasil.

Para quem não acompanhou a fofoca, segue um resumo dos fatos:

Na semana passada o jornal Folha de São Paulo lançou uma mera fofoca: disse que o presidente Lula havia "autorizado amigos em comum a contatar FHC para viabilizar conversa sobre crise política", diz o texto. Na mesma "reporcagem", o jornal disse que, "em nota, o Instituto Lula negou que tivesse procurado FHC, afirmando que o ex-presidente não tem interesse em conversar com o antecessor, nem soube de qualquer interesse por parte do tucano".

Como a coisa tá feia na Folha, o jornal publicou, provavelmente plantado por tucanos, uma mera fofoca na primeira página. Isso na base do "amigos comuns (...) autorizou a viabilizar conversa". Claro que com a manchete já devidamente deturpada: "Lula busca FHC para tratar de crise e conter impeachment".

A intenção da Folha é clara: passar a imagem de que "o destino de Dilma e Lula estaria nas mãos do PSDB". Uma tese sem pé nem cabeça, pois o PSDB só tem 53 deputados na Câmara entre 513, e não apita mais nada, indo à reboque das dissidências na base governista. Talvez os "jênios" do PSDB estivessem querendo apenas se fingirem de mais influentes do que são para o próprio tucanato.

Mas a fofoca, que mal mereceria um parágrafo em alguma coluna, se espalhou como um factoide. No PIG (Partido da Imprensa Golpista) colunistas se dedicaram à comentar, analisar, dar palpites e especular sobre o assunto, sempre sob a ótica tucana e anti-petista. Blogs também entraram neste tema.

O Ministro da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, não sei se foi sem querer ou querendo, no dia seguinte (sexta-feira) acabou fazendo do limão a limonada. Defendeu que a presidenta Dilma se encontrasse com os dois ex-presidentes, mesmo após tucanos darem declarações contrárias ao diálogo. “Sou plenamente favorável e acho que isso deveria acontecer mais no Brasil: ex-presidentes conversando. Nos Estados Unidos, é a coisa mais normal do mundo ex-presidentes se reunirem, inclusive, a convite do presidente em exercício. Sempre que você estabelece diálogo entre lideranças nacionais é bom para o país”, disse Edinho.

No sábado e domingo, lideranças do PSDB, inclusive FHC, continuaram a hostilizar a ideia de qualquer diálogo. Natural para quem não tem propostas, não ter o que dizer.

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