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quarta-feira, 29 de julho de 2015

Moro prende ícone do programa nuclear brasileiro


O engenheiro responsável pelas principais conquistas do programa nuclear brasileiro, vice-almirante R1 Othon Luiz Pinheiro da Silva, presidente licenciado da Eletronuclear, foi preso pela Polícia Federal (PF) na 16ª fase da Operação Lava Jato. Ele é acusado de ter recebido cerca de R$ 4,5 milhões de propina do consórcio vencedor da licitação para execução da montagem da usina nuclear Angra 3, segundo o Ministério Público Federal (MPF) e a PF.

A 16ª fase da Lava Jato, batizada de Radioatividade, foi desencadeada a partir do depoimento do ex-presidente da Camargo Corrêa Dalton Avancini, que assinou acordo de delação premiada com a Justiça Federal após passar mais de 130 dias preso.

Othon Silva é internacionalmente reconhecido por desenvolver a tecnologia brasileira de ultracentifugação para enriquecimento de urânio e foi responsável pelo Programa de Propulsão Nuclear para Submarinos da Marinha brasileira.

Segundo o jornalista Luís Nassif, “o Brasil deve a Othon o maior feito de inovação da sua história moderna – o processo de enriquecimento de urânio através de ultra centrífugas. Foi um trabalho portentoso, que sobreviveu às crises do Governo Sarney, ao desmonte da era Collor, aos problemas históricos de escassez de recursos, enfrentando boicotes externos, valendo-se de gambiarras eletrônicas para contornar a falta de acesso a componentes básicos, cuja exportação era vetada por países que já dominavam a tecnologia”.

Já o jornalista José Augusto Ribeiro, ex-editor de política da TV Bandeirantes e do jornal O Globo, afirmou por sua vez: “Sem querer alimentar teorias conspiratórias, é importante frisar que o almirante Othon Luis Pinheiro da Silva chefiou o programa nuclear da Marinha, que tem como prioridade o projeto de nosso submarino nuclear, necessário para o patrulhamento de nossas águas territoriais e de nossa zona econômica exclusiva no Oceano Atlântico, que inclui a região do pré-sal e a da Bacia de Campos. Será apenas coincidência só prenderem gente ligada a nossas empresas estratégicas (e estatais) como a Petrobras e, agora, a Eletronuclear?” questiona.

Não somente estas. Os procuradores, respaldados pelo juiz Sergio Moro, já anunciaram que o próximo alvo é a construção da usina de Belo Monte.

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