Pages

terça-feira, 17 de março de 2015

A bola da reforma política está na marca do pênalti. Não vamos fazer esse gol?


Vejo vários amigos blogueiros cometendo um erro político primário (de análise política). Na minha opinião, é claro. Vamos aos meus argumentos e discorde quem quiser.

O maior erro que vi foi gente dizendo que os ministros Miguel Rossetto e José Eduardo Cardozo deram entrevista coletiva para "dar satisfação aos manifestantes coxinhas e aos golpistas".

Será que ninguém entendeu que Rossetto e Cardozo falaram ontem foi para os mais de 200 milhões de brasileiros que NÃO foram às manifestações dos coxinhas e suiçaleiros?

Quando o ex-presidente Nixon dos EUA enfrentou grandes protestos contra a guerra do Vietnã em seu primeiro mandato, ele cunhou a expressão de que governava para as "maiorias silenciosas" (e não para as "minorias barulhentas"). Infelizmente (porque era um reacionário) ele acabou reeleito, mostrando que sua estratégia política deu certo.

Hoje, no Brasil, as "minorias barulhentas" são os neoliberais, coxinhas, golpistas e suiçaleiros (e tem inocentes úteis de boa-fé que estão sendo enganados, lutando contra seus próprios direitos sem saber). E as "maiorias silenciosas" são os milhões de cidadãos da classe C, D e E, além de segmentos minoritários de esquerda das classe B e A. São para estes que o governo falou.

É claro que quem estava nas ruas por ódio ao PT e à Dilma, ou mudaram de canal, ou estavam xingando os dois diante da TV, ou batendo panela enquanto eles falavam. Mas pelo menos parte do resto do povo brasileiro tinha interesse em ouvir o que o governo tinha a dizer.

E, na minha opinião, naquela conjuntura eles se saíram bem, sem cometer nenhum deslize.

Os dois foram porta-vozes para passar a visão do governo de tranquilidade e normalidade democrática e institucional diante do direito de manifestação que, tirando a intolerância, ódio, violência e golpismo, é legítimo (e teremos que conviver com isso, com as pessoas participando mais das manifestações políticas, tanto do lado de lá como do lado de cá).

E só de terem falado já impediu que os jornalistas do PIG (Partido da Imprensa Golpista) inventassem boatos vindos de "fontes do Planalto".

Os dois ministros também fizeram uma leitura correta de que o povo está insatisfeito com o sistema político e jurídico e quer que funcione melhor para punir e impedir a corrupção.

Nós sabemos que há falso moralismo udenista da oposição e da mídia golpista usado apenas para dar o golpe. Mas nós mesmos temos nossa agenda própria e sempre lutamos e vamos continuar até conseguir a reforma política e leis que livrem o ambiente político de picaretas e corruptos, inclusive que se infiltram na base governista, atrapalhando o governo e a nação.

E Rossetto e Cardozo foram afinados com a estratégia, aparentemente já combinada em reuniões durante o dia, para aproveitar o momento e passar a mensagem de que para cortar a corrupção pela raiz tem de fazer a reforma política que proíba empresas de financiar campanhas eleitorais.

Pode-se até criticar o jeito de falar dos dois por não ser popular a ponto de fazer cair na boca do povo a proibição de empresas dar dinheiro para eleger políticos, a raiz da corrupção. Apesar de que os dois se expressaram com bastante clareza e deu para a maioria entender bem, concordo que falta criar uma frase fácil e de imediata compreensão para a reforma política que caia na boca do povo.

De qualquer forma, quem tem discurso mais carismático, é mais produtivo que fale e escreva também, batendo na mesma tecla da reforma política, do que apenas criticar a falta de carisma de quem está falando a coisa certa e travando a batalha da comunicação, mesmo que não seja o melhor combatente.

Temos muitas e muitas críticas à área de comunicação e de articulação política no governo Dilma, mas se tem uma coisa certa a fazer nesse momento é aproveitar para cada um de nós pregar incansavelmente "proibir empresas de dar dinheiro para eleger políticos, a raiz da corrupção".

O presidente Lula está fazendo isso.

E nos também temos que nos mobilizarmos em massa para colher 1,5 milhão de assinaturas para os projetos de lei de iniciativa popular que tem esta proposta.

A bola está na marca do penalti, gente. Vamos caprichar na pontaria e fazer esse gol.

Em tempo: Também discordo de que os dois deveriam ter virado a metralhadora giratória contra a TV Globo naquele dia. Comunicação não é o que se deseja falar, é o que o povo entende. E no dia em que o governo tem uma grande manifestação contra si, seria dar um tiro no pé reclamar do noticiário, pois o povo entenderia como se o governo não quisesse que noticiasse coisas negativas (por mais que a gente saiba que as tvs, rádios e jornais foram usados para convocar para a manifestação e como propaganda anti-Dilma).

E seria contraprodutivo, pois o PIG manipularia as reclamações como se fosse desejo de censurar conteúdo. Usaria como munição contra a luta pela democratização das comunicações. Não era o dia nem hora certa para isso.

Eis a íntegra da entrevista:

4 Comentários:

Maia Oswaldo disse...

Helena, o Lula está certíssimo. O remédio foi dado na dose certa. Como não falar de corrupção se muitos ali presentes protestavam contra esse CÂNCER descoberto no Brasil há 515 anos? Na minha humilde opinião, será humanamente impossível fazer uma REFORMA POLÍTICA no Brasil com um Congresso Nacional presidido por duas "ovelhas negras" da política brasileira. Ou o povo honesto e trabalhador se une e bota esses dois vagabundos pra fora do Congresso ou o Brasil será devorado facilmente pela QUADRILHA ORGANIZADA pela REDE SONEGADORA DE IMPOSTOS e seus aliados. O que se viu domingo passado em São Paulo foi um grande grupo de palhaços de aluguel contratados com dinheiro roubado dos cofres públicos, para promover aquele festival de baixarias que mancharam a nossa DEMOCRACIA. Helena, gostaria de saber se a Constituição Federal e as leis em vigor asseguram à essa IMPRENSA CRIMINOSA o direito de incitar a população à prática de atos de vandalismo, ofensas à honra da Presidenta Dilma, e outros crimes? A Dilma precisa urgentemente provar ao povo brasileiro que foi eleita para governar o Brasil e não para ser governada por bandidos internos e externos! Chega de TROLOLÓ!

ANTONIO LUIZ disse...

Uma estupidez! Estes que foram as ruas neste domingo nem de longe representam a vontade do povo brasileiro, vejam que em todo território brasileiro foram as ruas menos de um milhão de pessoas, número que não chega a representar 2 % do eleitorado que votaram pela oposição, e um total de menos de 0,5 % do eleitorado votante no brasil neste ultimo pleito que deu a segunda vitoria a então presidenta Dilma, um movimento golpista, muito a quem do golpe de 1964, apos exatos 50 anos numa outra sociedade, hoje uma população de 200 milhões de brasileiros, tendo a grande maioria de cidadãos informados e informatizados, como e hoje, um voto consciente num modelo de democracia eleito pelo povo, não podemos aceitar calados a mordaça de um grupo de coxinhas, anarquistas e ditadores falar na frente de instituições como um tribunal de justiça e a força militar, sendo que quando o militar toma um pais não e por um chamamento civil e sim por decisão unica e exclusiva da autarquia militar, e de uma tamanha petulancia, um partido querer instalar o caus num pais que exerceu sua plena democracia usando um grupo minoritorio movido pelo Òdio, o desrespeito, ums "fora da lei" contra uma nação inteira, colocando 190 milhões de brasileiros como seu refem e fazendo joguete com os rumos de uma nação, coisa que o mundo viu com espanto e perplexidade, uma vergonha! Depois de 30 anos de uma jovem democracia termos milicia instaurando golpe num pais gigante como o nosso Brasil, Isso tem de ter uma resposta a altura, nem que temos que mudar a constituição, e urgente que façamos estes ajustes para segurança de toda a nação.

Gilson Raslan disse...

Se o que vi e ouvi no vídeo postado do blog Tijolaço for coisa de regime democrático, já não sei o que democracia.Muitos manifestantes pediam a volta dos militares ao poder, outros tantos pregavam a extinção de partidos políticos, outros mais pediam a morte de Dilma e de petistas. Estarrecedora foi a declaração daquele ex-agente do DOPS: "se eu tivesse uma metralhadora, teria matado muita gente".A democracia é tão permissiva ao ponto de tolerar movimentos contra ela?Não, dona Dilma, a senhora está errada. Manifestação pacífica é própria da democracia, sim, mas dentro dos limites legais. Não se pode tolerar movimentos como estes em nome da democracia, porque atenta contra ela.Ser democrata, dona Dilma, não é tolerar a desordem, a balbúrdia, a pregação ao ódio ideológico...Ser democrata, dona Dilma, é manter a ordem social, a paz entre contrários, estancar a pregação ao ódio. E nisto a senhora foi omissa com seu pronunciamento para agradar os baderneiros, foi tolerante e quase conivente com eles, aceitando um movimento que atenta contra o regime democrático. Esse desabafo, Presidenta, é de quem votou na senhora, e que sempre apoiou seu governo.

Unknown disse...


A RAIZ DA CORRUPÇÃO É : EMPRESAS DAR DINHEIRO PARA ELEGER POLÍTICOS

Portanto, a proibição de empresas dar dinheiro para eleger políticos, a raiz da corrupção é tudo que precisamos inicialmente com a reforma política.

O governo governa, principalmente, para a "maioria silenciosa", seus eleitores, e não para as "minorias barulhentas".

Hoje, no Brasil, as "minorias barulhentas" são os neoliberais, coxinhas, golpistas e suiçaleiros (e tem inocentes úteis de boa-fé que estão sendo enganados, lutando contra seus próprios direitos sem saber). E as "maiorias silenciosas" são os milhões de cidadãos da classe C, D e E, além de segmentos minoritários de esquerda das classe B e A. São para estes que o governo falou.

Nós sabemos que há falso moralismo udenista da oposição e da mídia golpista usado apenas para dar o golpe. Mas nós mesmos temos nossa agenda própria e sempre lutamos e vamos continuar até conseguir a reforma política e leis que livrem o ambiente político de picaretas e corruptos, inclusive que se infiltram na base governista, atrapalhando o governo e a nação.

Vamos em frente, eesquerda do Brasil, não importa agora a sigla, importa qual está mais próxima da mudança? Qual sigla pode, neste momnto histórico, promover a mudança que a maioria do Brasil quer?

Postar um comentário


Meus queridos e minhas queridas leitoras

Não publicamos comentários anônimos

Obrigada pela colaboração