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quinta-feira, 30 de outubro de 2014

PF suspeita que Youssef foi induzido a acusar Dilma e Lula, para influir na eleição deste ano


PF suspeita que Youssef foi induzido a acusar Dilma e Lula, numa operação para influir na eleição deste ano

Antes mesmo de alguma informação do inquérito, em início na Polícia Federal, sobre o vazamento da acusação a Lula e Dilma Rousseff pelo doleiro Alberto Youssef, não é mais necessário suspeitar de procedimentos, digamos, exóticos nesse fato anexado à eleição para o posto culminante deste país. Pode-se ter certeza.

Na quarta 22, um dos advogados de Youssef pediu para fazer uma retificação em depoimento prestado na véspera por seu cliente. No interrogatório, perguntou quem mais sabia (...) das fraudes na Petrobras. Youssef disse, então, que, pela dimensão do caso, não teria como Lula e Dilma não saberem. A partir daí, concluiu-se a retificação. Ou seja, foi só a acusação.

As aspas em vazamento , lá em cima, são porque a palavra, nesse caso, sem aspas será falsa. As outras aspas indicam a origem alheia de frases encontradas a meio de uma pequena notícia, com a magreza incomum de uma só coluna no estilo em tudo grandiloquente de certos jornais, e no mais discreto canto interno inferior da pág. 6 de O Globo , de 29/10. Para precisar melhor: abaixo de um sucinto editorial com o título Transparência , cobrando-a da Petrobras.

Já no dia seguinte à retificação , Veja divulgou-a, abrindo o material ao uso que muitos esperaram por parte da TV Globo na mesma noite e logo por Folha , O Estado de S. Paulo e Globo . Nenhum dos três valeu-se do material. Se o fizessem, aliás, Dilma, Lula e o PT disporiam de tempo e de funcionamento judicial para para uma reação em grande escala, inclusive com direito de resposta em horário nobre de TV. O PT apenas entrou com uma ação comum contra Veja .

O que foi evitado a dois dias da eleição, foi feito na véspera. A explicação publicada, e idêntica em quase todos os que se associaram ao material da revista, foi de que aguardaram confirmar o depoimento de Youssef. Àquela altura, Lula, Dilma e o PT não tinham mais tempo senão para um desmentido convencional, embora indignado, já estando relaxados pelo fim de semana os possíveis dispositivos para buscarem mais.

O Globo não dá o nome de um dos advogados . Até agora constava haver um só, que, sem pedir anonimato, foi quem divulgou acusações feitas em audiências judiciais, autorizado a acompanhá-las, que nem incluíam o seu cliente. Seja quem for o requerente, pediu e obteve o que não houve. Retificação é mudança para corrigir. Não houve mudança nem correção. E o pedido do advogado teve propósito explícito: os nomes de quem mais sabia da prática de corrupção na Petrobras. Uma indagação, com o acusado preso e prestando seguidos depoimentos, sem urgência. E sem urgência no processo, insuficiente para justificar uma inquirição especial.

O complemento dessa sequência veio também na véspera da eleição, já para a tarde. Youssef foi levado da cadeia para um hospital em Curitiba. O médico, que se restringiu a essa condição, não escondeu nem enfeitou que encontrara um paciente consciente, lúcido e orientado , cujos exames laboratoriais estão dentro da normalidade . Mas alguém vazou de imediato que Youssef, mesmo socorrido, morrera por assassinato.

O boato da queima de arquivo pela campanha de Dilma ia muito bem, entrando pela noite, quando alguém teve a ideia de telefonar para a enlutada filha da vítima, que disse, no entanto, estar o papai muito bem. O jornalista Sandro Moreyra já tinha inventado, para o seu ficcionado Garrincha, a necessidade de combinação prévia com os russos.

A Polícia Federal suspeita que Youssef foi induzido a fazer as acusações a Dilma e Lula, entre o depoimento dado na terça, 21, e a alegada retificação na quinta, 23. Suspeita um pouco mais: que se tratasse de uma operação para influir na eleição presidencial.

A Polícia Federal tem comprovado muita e crescente competência. Mas, nem chega a ser estranho, jamais mostrou resultado consequente, quando chegou a algum, nos vários casos de interferência em eleições. Não se espere por exceção. 

Por Janio de Freitas - Coluna da Folha

2 Comentários:

luiz disse...

Por conta dessa tramóia o Pt correu o risco de perder a eleição, Já dimensionaram o rombo que a democracia, a estrutura politica, e principalmente a sociedade ia sofrer? Volto a perguntar, eleição democrática e isso ai?
Sem nenhuma punição, isso quer dizer que essa pratica vai continuar, com tendencia de aumentar os delitos, ao ponto do eleitor não poder ter a certeza que seu voto servirá para eleger seu candidato.A continuar assim, em 2018 vamos ter uma guerra sem precedentes, pois o odio, o suborno a corrupção do voto foi instalado e a justiça ficou quietinha, Como a dose não surtiu o efeito esperado devido ao tempo, mesmo assim, ganhamos, mas não podemos esquecer que a pratica do suborno deu certo, so falta aperfeiçoa-la, eles tem agora 4 anos pra isso.

blog do tata disse...

você ja deve saber: mas é preciso que se aja nessa questão da denúncia premiada do youssef.
soube pela internet que há um político famoso tucano . de londrina que está em conluio com o juiz moro e youssef para detonar o pt.
depois ficou mais claro: Álvaro dias parece que está em conluio mesmo com o juiz e youssef, mas há outro fato que vivenciei que pode ajudar a desmontar essa farsa.
o empresário joel malucelli é dono da cbn Curitiba. ao mesmo tempo é suplente do senador Álvaro dias, nessa chapa em que ele foi reeleito.
a novidade escandalosa e passível de punição, é o que ocorreu no dia da eleição.
durante o dia inteiro,desde manhã, eu ouvia a cbn.
a reportagem e o locutor repetiam em momentos alternados a história do suposto envenenamento do doleiro.
tipo assim: boatos na internet dizem que youssef foi morto por envenenamento.
a partir daí relembrava o suposto escândalo da Petrobrás, citando dilma e lula.
e a eleição rolando.
em seguida, repetia.
daí o repórter fala que não foi bem assim. repete os nomes de dilma e lula.
segue o lance repetitivo: do hospital santa cruz, onde estão muitos repórteres, a repórter da cbn fala que ele está bem.
aproveita para repetir a história e repetir os nome de dilma e lula.
aí começam a negar. repetem nomes de dilma e lula.
a pf desmente.
aproveitam novamente para repetir o escandalo.
o ministro da justiça diz que a pf investigará.
a cbn repete todo o esquema novamente.
assim foi o dia inteiro.
agora de manhã, segunda, ouço pela cbn que o deputados plauto miró e rossoni teriam sido os retransmissores da mensagem do envenenamento.
parece óbvio que essa possível culpa do senador álvaro-maucelli-cbn, em benefício claro para aécio, foi repassada para os deputados, que possuem imunidade parlamentar.
de olho então nesse lance. voces estão carecas de saber.
mas é apenas uma maneira de colaborar.
pelo menos sou testemunha desse lance da cbn. ouvi.
é só pedir a gravação, né!!!!

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